O contexto histórico da Europa do século XIX é permeado por diversos acordos e alterações imperialistas, que alteraram a configuração do território. Um grande exemplo disso é que a região da Alemanha estava dividida em pequenos reinos, que possuíam características culturais semelhantes, mas só foram unidos em torno de um estado-nação após o processo de unificação alemã.
Leia mais e conheça os antecedentes históricos que culminaram na unificação da Alemanha, também veja quais países se posicionaram nesse processo e quais foram as medidas necessárias para a formação do Império Alemão. Vamos lá?
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Contexto histórico da unificação alemã
Desde os primeiros anos do século XIX a Europa estava imersa em um contexto de conquistas napoleônicas. Foram travadas batalhas e guerras para conquistar diferentes territórios, o que alterou completamente o mapa do continente.
Com o fim desse período, foi necessário reorganizar os limites territoriais. Para isso, houve um evento conhecido como Congresso de Viena. Ali, governantes de diferentes estados reuniram-se e definiram novas fronteiras.
Devido a isso, diversas regiões receberam configurações completamente diferentes das originais. Foi assim que o território alemão foi fragmentado em diversos reinos e províncias, que viviam independentemente entre si.
Apesar disso, era notório que os povos da região tinham características culturais e costumes muito semelhantes, originários de um só fator. Inclusive, havia um órgão chamado de Confederação Germânica, que agrupava todos esses territórios, mas não era suficientemente autônomo para garantir a união deles em um só limite de fronteira.
Dentro desse contexto, ainda, é necessário citar que os governantes sentiam-se em constante ameaça, uma vez que a Revolução Francesa era relativamente recente. Para conter possíveis focos de revoltas e posicionamentos liberalistas, nações de grande porte passaram a dominar os menores Estados.
Na região da Alemanha, destaca-se a presença da Prússia, uma das nações mais industrializadas e desenvolvidas da época, e também a Áustria, que marcava presença tanto nessa região, como na Península Itálica.
Em 1848, ideais liberais se espalharam pela Europa e diversos focos de revolta apareceram. Simultaneamente, ideais nacionalistas cresciam e se desenvolviam entre o povo germânico, que estava dividido contra sua vontade. Além disso, havia uma evitação em relação aos austríacos, já que eles não eram germânicos e eram considerados invasores.
No ano de 1861, na Prússia, foi coroado o rei Guilherme I, com seu primeiro-ministro Otto von Bismarck. Em seu projeto de governo, eles entenderam que a unificação dos territórios alemães seria útil para o desenvolvimento da Prússia, tanto em termos industriais, econômicos e até militares. Assim iniciou-se o plano de unificação alemã.
Guerras da unificação alemã
Guerra dos ducados
A primeira investida dos prussianos foi alinhada com o exército austríaco, e tinha como objetivo a conquista de territórios dinamarqueses. A justificativa para a guerra seria uma redução da autonomia desses ducados (territórios sob o controle de um duque), como se a Dinamarca estivesse abusando de sua autoridade. Iniciou-se, portanto, a Guerra dos Ducados.
As batalhas foram favoráveis à Prússia e, finalmente, conquistaram o território. A grande questão é que eles obtiveram êxito com auxílio dos austríacos. Então, ambas as nações passaram a disputar quem tinha direito sobre as regiões.
Guerra Austro-Prussiana
Com isso, iniciou-se a Guerra Austro-Prussiana, que se relaciona com o processo de unificação da Itália. Afinal, os italianos estavam em disputa com os austríacos, para que tivessem liberdade e autonomia na península Itálica. Assim, havia dois grandes grupos em combate com a Áustria: italianos e prussianos.
Ao final dos combates, a Prússia saiu vitoriosa mais uma vez. Assim, os pequenos reinos da região que estavam sob o comando desse país foram anexados ao grande conjunto que a Prússia estava construindo pouco a pouco.
Guerra Franco-Prussiana
Cerca de 10 anos após o início desse projeto, eclodiu a Guerra Franco-Prussiana. A causa das batalhas engloba dominação de territórios, sucessão de tronos, desejo por expansão econômica, entre outras ambições imperialistas.
Como a Prússia já estava em guerra a algum tempo, os investimentos militares e as estratégias estavam garantindo bons resultados , cada vez mais buscava-se aprimorar as batalhas. Assim, os franceses não conseguiram derrotar os prussianos e, mais uma vez, o Reino da Prússia se sobressaiu nos conflitos da unificação alemã.
Na época, muitas vezes, os derrotados sofriam retaliações e condições de pagamento vergonhosas para a nação. Uma das imposições foi a cessão das terras francesas conhecidas como Alsácia-Lorena, que tornou-se, alguns anos mais tarde, um ponto de partida para a Primeira Guerra Mundial.
Por fim, depois desses três conflitos e após a anexação de muitas terras, formou-se um Império Alemão. Como o grande coordenador do processo de unificação foi Guilherme I, ele foi nomeado imperador da região, que atualmente conhecemos como o país da Alemanha.
O sucesso do projeto de unificação alemã foi tão grande que, rapidamente, a Alemanha tornou-se uma grande potência europeia. Afinal, muitas modernizações foram realizadas na Prússia, nos exércitos, e também houve industrialização da região.
A partir de então, os objetivos imperialistas dos alemães ultrapassaram a barreira da Europa. Agora, tornou-se necessário buscar matéria-prima e mão-de-obra em outros continentes, principalmente na África.
+ Veja também: Unificação italiana: contexto histórico e como aconteceu
Questão sobre unificação alemã
O enunciado abaixo traz uma questão sobre o processo de unificação alemã, e depois você confere uma resolução comentada. Acompanhe cada passo e as justificativas de cada alternativa, assim você descobre ainda mais informações sobre esse acontecimento histórico.
(Universidade Federal do Paraná/UFPR – 2016) A unificação alemã foi articulada pelo reino da:
a) Prússia, após a derrota da Comuna de Paris na Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a aristocracia austríaca e a burguesia prussiana.
b) Áustria, devido à sua superioridade industrial e militar dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia prussiana.
c) Áustria, como resposta à ameaça prussiana de unificação após a instituição do Zollverein na Confederação Germânica, apoiado em uma aliança com a aristocracia austríaca.
d) Prússia, devido ao seu poderio militar e força econômica dentro da Confederação Germânica, apoiado em uma aliança entre a aristocracia e a alta burguesia.
e)Prússia, devido à mobilização nacionalista da Confederação Germânica durante a Guerra Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança com a grande burguesia austríaca.
A alternativa A é incorreta, a Unificação Alemã não se deveu à aliança com a aristocracia austríaca, foi levada a cabo pelo poder militar da Prússia.
A alternativa B é incorreta, a superioridade militar era da Prússia.
A alternativa C está incorreta, a Unificação se organizou ao redor do poderio militar da Prússia, liderada por Guilherme I e Otto Bismarck.
A alternativa D é correta, a Unificação Alemã foi realizada sob a liderança da Prússia, ocorreu da modernização da economia e da industrialização da Prússia, como também da modernização do exército prussiano.
A alternativa E é incorreta, a Unificação se deveu através das alianças entre exército prussiano, aristocracia e alta burguesia.
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