Congresso de Viena: o que foi, causas e consequências

Congresso de Viena: o que foi, causas e consequências

O congresso de Viena determinou uma nova organização para o mapa da Europa após os movimentos revolucionários do século XVIII. Está relacionado com o governo implantado por Napoleão Bonaparte e suas conquistas territoriais. 

No artigo a seguir, você encontra o contexto histórico que desencadeou diversas decisões, os princípios envolvidos e as posteriores consequências deste evento. Quer saber mais? Continue lendo!

Contexto histórico do congresso de Viena 

Na última fase da Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte assumiu o governo da França. Em sua gestão ele aplicou diversas modificações na sociedade, como reformas burguesas, códigos civis e, por fim, um plebiscito no qual foi eleito Imperador dos Franceses. 

Durante o Império Napoleônico, o poder burguês se fortaleceu e a comercialização se tornou uma importante atividade econômica. Nesse sentido, surgiram disputas pelo mercado europeu — um grande embate contra os poderes ingleses se desencadeou pelo continente, já que a Inglaterra era uma grande potência em industrialização.

Com os embates expansionistas, os exércitos de várias nações se enfrentaram ao longo do tempo. Em uma ocasião, numa batalha entre Rússia e França, o exército napoleônico foi derrotado.

Em meio ao rigoroso inverno russo, o território de guerra estava devastado. Os indivíduos franceses sofrem com o clima, doenças típicas da nação russa, a escassez de mantimentos, entre outros problemas. Nesse contexto, cerca de 80% do exército napoleônico foi derrotado.

Diante da derrota de Napoleão Bonaparte, as monarquias absolutistas europeias se viram em um bom cenário: a derrota revolucionária indicava uma possibilidade de retorno e fortalecimento do poder dos reis. 

Assim, os governos da Áustria, Prússia, Grã-Bretanha e Rússia assinaram o tratado de Chaumont no primeiro trimestre de 1814. Posteriormente, outras potências aderiram ao documento, como Suécia, Portugal e Espanha. 

A reunião dessas nações tinha como objetivo a restauração da configuração da Europa como era anteriormente ao governo napoleônico. Além disso, tentava conter a influência da revolução francesa pelo continente europeu. 

Santa Aliança

A Santa Aliança representa a união de nações que eram contrárias aos ideais revolucionários, burgueses, iluministas e liberais. Do lado prático, esse conjunto surgiu a partir de uma ideia intervencionista, com a criação de um exército de origem prussiana, russa e austríaca. 

Uma das questões polêmicas relacionadas à Santa Aliança está na sua oposição aos movimentos de independência da América. Diante desse cenários, os estadunidenses se posicionavam fortemente com a doutrina Monroe, que pode ser sintetizada como a luta para que a América fosse dominada e governada por povos americanos. 

Outro ponto importante é que a Inglaterra não se agrupa com os ideais da Santa Aliança, uma vez que já está sob domínio burguês e busca a independência das nações, como forma de aumentar seu mercado consumidor.

Princípios do congresso de Viena

Princípio das legitimidades

Um dos mais importantes princípios que nortearam as decisões do Congresso de Viena foi o princípio das legitimidades. A ideia era restaurar o regime absolutista diante do território europeu.

Para isso o poder seria legitimado pelos governos nacionais anteriores ao surgimento da Revolução Francesa, em 1789. De maneira semelhante, a marcação geográfica dos limites territoriais também seguiam esse ideal. 

Um bom modelo disso é: Portugal detinha o território da Guiana, no norte do Brasil. Entretanto, com a vigência das deliberações do congresso de Viena, essas terras foram retornadas à posse espanhola. 

No Caribe, os espanhóis tiveram de ceder a região das Ilhas de Trindade de volta ao poderio inglês. Como os ingleses foram vitoriosos nos embates napoleônicos, também receberam territórios da França, como as Ilhas Maurício. Perceba, portanto, que a reestruturação atingiu todas as nações em maior ou menor escala.

Princípio do equilíbrio

O equilíbrio de poder era uma das principais características das definições no congresso de Viena. Com esse objetivo, as terras seriam divididas entre as nações europeias. O mapa da Europa seria definido sem que uma única nação se sobressaísse sobre as decisões geopolíticas do continente. 

Princípio da restauração

Diante do que já foi exposto como ideia de restituição da disposição europeia, tanto geográfica quanto política, visava-se que os líderes se organizassem para que o poder fosse restaurado ao que era antes da Era Napoleônica, assim as ideias revolucionárias não se espalhariam outra vez.

Por exemplo, na França a dinastia Bourbon voltou ao poder, importante família que também já havia governado a Espanha. Os espanhóis, por sua vez, restauraram o poder dinástico e o rei Fernando VII assumiu o trono.

Consequências do congresso de Viena

O congresso de Viena, a partir de seus princípios, conseguiu manter a Europa em um período de estabilidade relativamente grande, sem conflitos potenciais até o século XX, cerca de 100 anos depois. 

Isso se deu, principalmente, pela relação de equilíbrio de poderes entre as várias nações europeias. Entende-se também que a cooperação entre os diferentes territórios se tornou mais forte, facilitando a integração dos países vizinhos.

Como o congresso de Viena aparece no vestibular?

Veja um exemplo de questão sobre o congresso de Viena, com sua respectiva resolução, proposta pelo Estratégia Vestibulares: 

MACKENZIE 2003

Os soberanos do Antigo Regime venceram Napoleão, que eles viam como o herdeiro da Revolução. A escolha de Viena para a realização do Congresso, para a sede de todos os Estados Europeus, foi simbólica, pois Viena era uma das únicas cidades que não havia sido sacudida pela Revolução e a dinastia dos Habsburgos era símbolo da ordem tradicional, da Contrarreforma e do Antigo Regime.

René Rémond

Dentre as decisões acordadas no Congresso de Viena em 1814-1815, podemos assinalar a:

a) criação de um organismo multinacional, denominado Santa Aliança.
b) convocação da Reunião dos Estados Gerais.   
c) criação do Comitê de Segurança Geral.
d) formação da II Coligação antifrancesa.   
e) restauração dos princípios revolucionários.   

A Reunião dos Estados Gerais e o Comitê de Segurança Geral são movimentos próprios da Revolução Francesa. A Segunda Coligação Antifrancesa ocorreu durante a Era Napoleônica — isso invalida as alternativas B, C e D. 

Por fim, os princípios revolucionários são o principal alvo de combate do Congresso de Viena, que tinha caráter absolutista e conservador, o que demonstra o erro da opção E.

A Santa Aliança é um dos grandes marcos do Congresso de Viena: uma organização que reunia nações visando a intervenção contra levantes de origem revolucionária, como afirma a alternativa A.

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