Desde o ano de 1999, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) instituiu o dia 21 de março como Dia Mundial da Poesia. O objetivo da data é celebrar este tipo milenar de arte.
Presente no Brasil desde antes da chegada dos colonizadores europeus, a poesia brasileira coleciona grandes nomes mundialmente conhecidos, como Carlos Drummond de Andrade e Tarsila do Amaral.
Entenda, no artigo que o Portal Estratégia Vestibulares preparou, o que é poesia, qual é a diferença entre poesia e poema, e conheça poesias que caem no vestibular.
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O que é poesia?
Quando se fala em poesia, o tipo mais lembrado é a poesia literária. Entretanto, essa expressão não é exclusiva da literatura. É possível definir a poesia como “produção artística”, pois trata-se de tudo que utiliza de recursos como rimas, cores, sentimentos, ritmos, figuras de linguagem — dentre outras coisas — para expressar significados.
Alguns exemplos de poesia fora do campo da literatura são pinturas, fotografias, filmes, músicas, arquitetura, esculturas e até peças publicitárias.
Qual é a diferença entre poesia e poema?
Agora que você já sabe o que é poesia, fica mais fácil entender qual é a diferença entre poesia e poema, né? O poema é a forma literária da poesia. Ou seja, o poema é um texto escrito em versos, que pode conter ou não rimas, além de poder apresentar uma estrutura fixa, como nos sonetos, ou livre, como nos poemas Modernistas.
Dessa forma, é possível afirmar que todo poema é uma poesia, mas nem toda poesia é um poema.
Poesias que caem no vestibular
A seguir, conheça as obras de poesia que algumas bancas de vestibulares escolheram para compor as questões dos próximos processos seletivos.
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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Filme/roteiro: O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias – de Cláudio Galperin, Cao Hamburguer, Bráulio Mantovani e Anna Muylaert
Lançado em 2006, o filme conta a história de Mauro, uma criança de 12 anos que é deixado com o avô paterno quando seus pais decidem sair de férias repentinamente. O que Mauro não sabe é que, na verdade, seus pais eram militantes e precisam fugir da perseguição da Ditadura Militar brasileira, que durou de 1964 a 1985.
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Poema: Liras de Marília de Dirceu – de Tomás Antônio Gonzaga
A obra faz parte do movimento literário do Arcadismo, que defendia a “arte pela arte”, como forma de retorno aos ideais literários clássicos no século XVIII. As liras contam uma história de amor entre dois pastores de ovelhas.
- Poema: Morte e vida severina – de João Cabral de Melo Neto
Publicado em 1955, trata-se de um livro de poemas regionalistas, integrante do Movimento Modernista brasileiro. A história narrada na obra trata do sofrimento enfrentado por Severino em sua dura trajetória como migrante do sertão pernambucano (retirante), rumo ao Recife.
- Poema: O livro das semelhanças – de Ana Martins Marques
Coletânea de poemas, o livro é o terceiro da escritora contemporânea Ana Martins Marques, que é dividido em quatro seções e tem seus versos acompanhados por uma nota lírica que apresenta uma visão irônica e delicada da realidade.
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
- Poema: Tarde – de Olavo Bilac
Escrito pelo principal poeta do Parnasianismo brasileiro, o livro foi publicado postumamente em 1919, e traz um título que deixa transparecer o tom crepuscular predominante nos versos.
O eu-lírico é um sujeito às voltas com a antivelhice, nostálgico e mais reflexivo, fruto da maturidade do autor, tornou-se o livro de sonetos mais conhecido de Olavo.
- Música: Canções Escolhidas de Cartola – “Alvorada”, “As rosas não falam”, “Cordas de aço”, “Disfarça e chora”, “O inverno do meu tempo”, “O mundo é um moinho”, “Que é feito de você?”, “Sala de recepção”, “Silêncio de um cipreste”, “Sim”.
A seleção de músicas escolhidas pela banca do vestibular da Unicamp são de interpretação do cantor e compositor Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, que fez história como um dos nomes mais importantes do samba.
Universidade Estadual de Londrina (UEL)
- Poema: Melhores poemas – de Fernando Pessoa
Reunião de versos de um dos maiores poetas e escritores do Movimento Modernista português, Fernando Pessoa, que escrevia sob seus quatro heterônimos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares. A seleção e o prefácio são feitos pela também escritora portuguesa Teresa Rita Lopes
- Poema: Cartas chilenas – de Tomás Antônio Gonzaga
Obra do Brasil do século XVIII, o livro reúne poemas satíricos, em versos decassílabos brancos, que circularam em Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto, no estado de Minas Gerais) em manuscritos, poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789.
Universidade de São Paulo (USP – Fuvest)
- Poema: Marília de Dirceu- de Tomás Antônio Gonzaga
A obra faz parte do movimento literário do Arcadismo, que defendia a “arte pela arte”, como forma de retorno aos ideais literários clássicos no século XVIII. As liras contam uma história de amor entre dois pastores de ovelhas.
- Poema: Alguma Poesia – de Carlos Drummond de Andrade
Poeta da segunda geração do Movimento Modernista brasileiro, Drummond adota na obra a forma livre do verso, libertando-se de regularidades, rimas e planos cartesianos, abrindo espaço para o apelo visual em poesias. Além disso, no livro o autor busca uma objetividade e simplicidade que tornaram sua linguagem poética quase jornalística.
- Poema: Mensagem – de Fernando Pessoa
Dividido em três partes e composto por 44 poemas, o livro é uma seleção de versos de Fernando Pessoa e expressa o nacionalismo, que leva o eu lírico a ressaltar o heroísmo e a grandeza de Portugal.
E apesar de ser de um autor modernista, a obra contém poemas compostos por versos regulares, isto é, com métrica e rimas.
- Poema: Romanceiro da Inconfidência – de Cecília Meireles
Trata-se de uma coletânea de poemas, publicada em 1953, que conta a história da então Capitania de Minas Gerais, no século XVII até a Inconfidência Mineira, revolta contra a Coroa Portuguesa que culminou na morte de Tiradentes.
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Música: Construção – de Chico Buarque de Holanda
Lançada durante a Ditadura Militar no Brasil, a canção narra a morte de um trabalhador da construção civil durante sua jornada de trabalho. Além de tratar da exploração dos trabalhadores, a letra usa de metáforas para tratar da repressão do governo militar.
- Música: AmarElo (Sample: Belchior – Sujeito de Sorte) – de Emicida
Faixa que dá título ao terceiro álbum de estúdio do rapper paulista, é cantada em parceria com as cantoras Majur e Pabllo Vittar. Na canção, a letra busca reunir heranças, referências e particularidades encontradas na magnitude da música brasileira e aplicar a elas os olhares e aprendizados de Emicida ao longo da carreira.
- Música: Mandela Day – de Simple Minds
Canção da banda escocesa Simple Minds, na qual a letra se posiciona em prol da liberdade de Nelson Mandela, líder sul-africano que passou 27 anos como preso político por lutar contra o Apartheid, regime de segregação contra pessoas negras que vigorou na África do Sul de 1948 a 1994.
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- Filme: Getúlio — de João Jardim
Filme biográfico do ex-presidente Getúlio Vargas, lançado em 2014, retrata os últimos 16 dias de vida do governante, pressionado por uma crise política em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra Carlos Lacerda, até tomar a decisão de tirar a própria vida.
- Filme: A Família Bélier — de Eric Lartigau
Produção que serviu de inspiração para “O Som do Coração”, ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2022. O filme conta a história de Paula, a única ouvinte em uma família com pais e irmão surdo.
A protagonista desempenha o papel de intérprete e por isso ajuda na gestão da fazenda da família, enfrentando conflitos internos por deixar sua vida de lado, em detrimento da família.
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- Documentário: Delinha: a dama do rasqueado — de Marinete Pinheiro
Ao acompanhar a história de Delinha, cantora da música regional do Mato Grosso do Sul, o documentário mergulha nas raízes do Rasqueado e da música sul-mato-grossense, com a trajetória da cantora que é considerada a grande dama da música do estado,
Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais (Coltec)
- Poema: O Navio Negreiro – de Castro Alves
O poeta Castro Alves era um defensor da abolição da escravidão, e no poema escolhido trata a desumanização das pessoas negras africanas ao serem sequestrados de suas terras-natais e trazidos à força em navios negreiros rumo ao Brasil.
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- Música: Clube da esquina 2 — de Márcio Borges, Lô Borges e Milton Nascimento
A canção foi lançada pela banda Clube da Esquina pela primeira vez em 1972, mas apenas com a versão instrumental. Mais tarde, os compositores acrescentaram uma letra que, com figuras de linguagem, denunciavam o autoritarismo da Ditadura Militar.
- Música: O trem azul — de Ronaldo Bastos e Lô Borges
A letra faz uma analogia entre a vida é uma viagem, na qual o interlocutor é um passageiro de um trem à espera de promessas, bons encontros e momentos felizes na próxima estação. Tudo sob a perspectiva repressiva que assolava a vida das pessoas no regime militar.
- Música: Paisagem da janela — de Fernando Brant e Lô Borges
Retratando as paisagens interioranas do estado de Minas Gerais, a música tornou-se referência quando se trata de canções regionais mineiras ao representar a vida interiorana e a Igreja de Lourdes, famosa em Belo Horizonte.
- Música: Um girassol da cor de seu cabelo — de Márcio Borges e Lô Borges
Uma das poucas músicas explicitamente romântica da banda mineira Clube da Esquina, a canção traz o eu-lírico como um homem apaixonado que observa com delicadeza os detalhes da mulher amada.
+23 questões que citam ou falam sobre música no Enem e vestibulares
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
- Poema: Melhores Poemas — de Paulo Leminski
Reunião de versos do poeta marginal Paulo Leminski, que em seus escritos procurava se afastar de cânones literários e subverter a forma de de seus poemas, usando poesia visual, haikai (poemas pequenos, com métrica e moldes orientais), além de elementos da publicidade, da música, do cartum e do humor.
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