Adverbiais na sintaxe do período composto: classificações e usos

Adverbiais na sintaxe do período composto: classificações e usos

Entenda como as orações subordinadas adverbiais são essenciais na sintaxe do período composto e tornam a comunicação mais completa e lógica

As orações subordinadas adverbiais desempenham um papel essencial na sintaxe do período composto, enriquecendo a comunicação escrita e oral. Elas possibilitam a construção de frases mais detalhadas, contribuindo para a clareza e a profundidade da mensagem transmitida.

Contudo, identificar e classificar corretamente as orações subordinadas adverbiais exige atenção à relação de sentido que estabelecem com a oração principal. Nesse sentido, é importante analisar o contexto e a intenção comunicativa para determinar sua classificação e aplicação.

Pensando nisso, preparamos este artigo para facilitar sua compreensão sobre as subordinadas adverbiais e como esse tema tão relevante pode ser abordado no vestibular. Confira!

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O que são as orações subordinadas adverbiais?

Vale relembrar que, no período composto por subordinação, as orações apresentam-se sintaticamente subordinadas entre si, complementando ou especificando o sentido da oração principal dentro do período. 

Nesse contexto, as orações subordinadas podem ser divididas em três tipos principais: substantivas, adjetivas e adverbiais.

Nesse viés, as orações subordinadas adverbiais são aquelas que possuem a função de adjunto adverbial em relação à oração principal na sintaxe do período composto

Isso significa que elas complementam ou especificam a ideia da oração principal ao indicar circunstâncias, como tempo, causa, condição, finalidade, entre outras.

Classificações das orações subordinadas adverbiais

Após compreender que as orações subordinadas adverbiais expressam circunstâncias, é necessário saber quais são as possíveis classificações dessas na sintaxe do período composto. Nesse sentido, a classificação está atrelada à relação semântica, ou seja, de sentido, estabelecida com a oração principal. 

Orações subordinadas causais

As adverbiais causais indicam o motivo ou a causa da ação principal. Essas orações são introduzidas por conjunções causais, a exemplo de “porque”, “já que”, “visto que” e “como” (no início do período). 

Exemplo

  • “Não fui ao passeio porque precisava descansar.”

Nesse período, a necessidade de descansar é a razão pela qual o indivíduo não foi ao passeio.

Orações subordinadas condicionais

As orações condicionais apontam uma condição necessária para a ação principal ocorrer. São marcadas pelas conjunções “se”, “caso”, “desde que” e “contanto que”.

Exemplo:

  •  “Se chover, ficaremos em casa.”

Note que nesse caso, o fato de chover é uma condição para a ação da oração principal ocorrer. 

Orações subordinadas temporais

As orações temporais expressam o tempo em que ocorre a ação principal. As conjunções que marcam essas orações são “quando”, “enquanto”, “assim que”, “logo que” e “antes que”.

Exemplo:

  •  “Sairemos quando a chuva parar.”

Nesse caso, a ação do verbo principal (“sairemos”) só acontecerá no momento em que a chuva parar, ou seja, evidencia-se a relação de tempo que a  oração subordinada estabelece com a principal.

Orações subordinadas consecutivas

As subordinadas consecutivas indicam a consequência ou o efeito de uma ação. As conjunções “que” (precedida de tal, tanto, tão, tamanho), “de sorte que” e “de modo que” podem ser observadas nessas orações. 

Exemplo:

  • “Estudou tanto que passou com louvor.”

Nesse caso, “passar com louvor” é uma consequência direta de “estudar”.

Orações subordinadas concessivas

As concessivas apresentam uma ideia de contraste ou ressalva em relação à oração principal. As conjunções subordinativas concessivas, como “embora”, “ainda que” e “mesmo que” estão presentes nesse caso. 

Exemplo:

  • Embora estivesse cansado, continuou estudando.”

Note que o estado de cansaço opõe-se à ação de continuar estudando, apesar de não impedi-la.

Orações subordinadas finais

As subordinadas finais indicam o propósito ou finalidade da ação principal. Assim, “para que” e “a fim de que” são conjunções que expressam esse sentido.

Exemplo

  • “Estudou muito para que fosse aprovado.”

No período, “ser aprovado” é a finalidade da ação da oração principal “Estudou muito”. 

Orações subordinadas comparativas

As subordinadas comparativas estabelecem uma comparação com a ação da principal. As conjunções comparativas, a exemplo de  “como”, “que” (antecedido de “mais” ou “menos”), “quanto” e “do que”  são típicas dessas orações. 

Exemplo

  • “Ela é tão dedicada quanto o irmão.”

Nessa construção, o objetivo é comparar a dedicação da irmã com a do irmão, de modo a igualar as duas pelo uso da conjunção “quanto”. 

Orações subordinadas proporcionais

As subordinadas proporcionais, como se pode inferir, indicam uma relação de proporção entre duas situações. Logo, uma ação da oração principal gera uma mudança simultânea na outra e vice-versa. Nessas orações, são observadas “à medida que”, “quanto mais” e “à proporção que” como conjunções.

Exemplo:

  • À medida que estudava, sentia-se mais confiante.”

Note a relação de proporção da ação da oração subordinada “À medida que estudava” com o fato de “sentir-se mais confiante”, presente na oração principal. 

Orações subordinadas conformativas

As orações conformativas indicam concordância ou conformidade entre as ideias. “conforme”, “como”, “segundo” e “consoante” são as principais conjunções nessa construção.

Exemplo

  • “Fiz tudo conforme as instruções.”

Nesse período, há uma ideia de conformidade entre o feito e as instruções. 

Como identificar as adverbiais na sintaxe do período composto?

Como você pode ter percebido, uma maneira simples de identificar a oração subordinada adverbial e de classificá-la é pelas conjunções subordinativas que as introduzem dentro do período composto. Essas conjunções funcionam como marcadores claros, facilitando a análise e a classificação da oração.

Além disso, vale destacar que a ordem das orações não define quem é subordinada e quem é principal. Isso fica evidente nas proporcionais, por exemplo: “Quanto mais estudava, menos medo tinha da prova.” Logo, é a conjunção subordinativa que orienta a distinção entre a oração subordinada e a principal, independentemente da posição que ocupam na frase.

Orações subordinadas adverbiais na literatura

Agora que você já sabe quais são as classificações das orações subordinadas adverbiais e como identificá-las, vamos analisar como esse assunto é aplicado no campo literário. Leia, a seguir, um trecho do poema “Cartas de amor são ridículas”, de Fernando Pessoa.

“Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.” 

No trecho do poema apresentado, Fernando Pessoa, por meio do seu heterônimo “Álvaro de Campos”, reflete sobre a experiência de escrever cartas de amor, afirmando que todas elas são, inevitavelmente, “ridículas”. A partir de sua própria vivência, o eu lírico destaca que essa característica é inerente às cartas de amor. 

Para estabelecer essa ideia, o autor faz uso de orações adverbiais condicionais e comparativas. Isso pode ser observado, respectivamente, em: “se não fossem/Ridículas” e “Como as outras”. Nessas construções, são evidentes as conjunções “se”, típica da condicional, e “como”, característica da comparativa, as quais ajudam o leitor a compreender a mensagem que o eu poético pretende expressar.

+ Veja também: Substantivas na sintaxe do período composto: classificação e usos

Questão de vestibular sobre subordinadas adverbiais 

UNIFESP (2018)

Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.” (5° parágrafo)

Em relação ao trecho que o sucede, o trecho destacado expressa ideia de

A) Finalidade.
B) Causa.
C) Proporção.
D) Comparação.
E) Consequência.

Resposta:

O trecho sublinhado “Como a doida respondesse sempre furiosa” é uma oração subordinada adverbial causal na sintaxe do período composto apresentado. A conjunção “como” inicia a oração subordinada, possuindo o mesmo sentido que “visto que” ou “porque” e, nesse contexto, indica a razão pela qual se criou na mente infantil a ideia mencionada. Assim, a fúria constante da doida é apresentada como a causa do desenvolvimento do pensamento compensatório.

Gabarito: alternativa B.

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