Para garantir uma comunicação eficaz, é fundamental que o emissor articule bem as palavras, assegurando a coerência nas frases e clareza no discurso. Isso envolve o uso correto de flexões nominais e verbais, ajustando as palavras de acordo com seu gênero e número, tempo e modo, por exemplo. Assim, a concordância gramatical e a harmonia textual podem ser garantidas.
Esses elementos são especialmente importantes no contexto de vestibulares, pois demonstram domínio da língua, sendo cruciais para a interpretação textual e também na produção de uma boa redação.
Neste artigo, o Estratégia Vestibulares te ajuda a entender melhor o que são as flexões nominais e as flexões verbais, apresentando seus conceitos e exemplos práticos de como flexionar corretamente os nomes e verbos.
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O que é a flexão nominal?
A flexão nominal refere-se às variações que os substantivos, adjetivos, pronomes e numerais sofrem para indicar as categorias gramaticais de gênero, número e grau. Essas variações são importantes para o ajuste harmônico da frase e promoção da concordância dos elementos.
Por exemplo, um adjetivo precisa concordar em gênero e número com o substantivo ao qual se refere. Assim, palavras no singular precisam se conectar com outras palavras no singular, como também palavras masculinas devem se conectar a outras palavras masculinas para garantir a coerência textual e a fluidez sonora.
Tipos e aplicação da flexão nominal
Flexão de gênero
A flexão de gênero distingue palavras em feminino e masculino, o que não está necessariamente ligado ao sexo biológico. Isso geralmente é determinado pelo artigo que as antecede. Por exemplo, “a menina” (feminino) e “o menino” (masculino).
Alguns substantivos possuem formas diferentes para os dois gêneros (biformes), como “gato/gata”, enquanto outros têm uma única forma (uniformes), como “a criança”, que não faz distinção de gênero.
Flexão de número (singular e plural)
A flexão de número ocorre para indicar a quantidade, distinguindo entre singular (um só ser ou objeto) e plural (mais de um elemento). Em geral, basta adicionar o sufixo “-s” para formar o plural, como em “livro/livros”. No entanto, há exceções, como palavras terminadas em “-ão”, que podem variar para “ões”, “ães” ou “ãos”, como em “pão/pães” e “cidadão/cidadãos”.
Flexão de grau (aumentativo e diminutivo)
A flexão de grau serve para intensificar, atenuar ou manter a ideia de grandeza ou pequenez de substantivos e adjetivos. O grau aumentativo indica maior tamanho ou intensidade, enquanto o diminutivo reduz ou suaviza essa ideia, podendo inclusive expressar afeto.
Geralmente, o aumentativo usa o sufixo “-ão” (ex: “casarão”) e o diminutivo, “-inho(a)” (ex.: “casinha”). Contudo, há exceções que precisam de mais atenção, como “rocha”, cujo aumentativo é “rochedo”. Veja mais exemplos:
- Grau normal: amigo, criança, fogo;
- Grau diminutivo: amiguinho, criancinha, foguinho; e
- Grau aumentativo: amigão, criançona, fogaréu.
O que é a flexão verbal?
Na flexão verbal, os verbos variam para que haja concordância entre o sujeito e o verbo. Essas modificações podem indicar pessoa, número, tempo, modo e voz verbal. Nesse sentido, as alterações das terminações verbais (as desinências) permitem a conjugação adequada dos verbos.
Por exemplo, na frase “eu canto”, o verbo “canto” está no presente do indicativo, 1ª pessoa do singular e concordando com o sujeito “eu”. Evidencia-se a conjugação verbal em 1ª pessoa devido à desinência “-o”, que marca a primeira pessoa do singular.
Tipos e aplicação da flexão verbal
Flexões de pessoa e número
A flexão de pessoa e número refere-se às alterações que o verbo sofre para concordar com o sujeito, variando entre primeira, segunda e terceira pessoa, tanto no singular quanto no plural. Por exemplo:
- Eu estudo (1ª pessoa do singular);
- Tu estudas (2ª pessoa do singular);
- Ele estuda (3ª pessoa do singular);
- Vós estudais (2ª pessoa do plural);
- Nós estudamos (1ª pessoa do plural); e
- Eles/elas estudam (3ª pessoa do plural).
Flexão de tempo
A flexão de tempos verbais é a variação que indica o momento em que uma ação ocorre. Essa flexão é fundamental para situar as ações no tempo, permitindo que o emissor comunique com clareza quando algo acontece no presente, no passado ou no futuro.
Essa variação assegura precisão na expressão de ideias e na construção de narrativas, evitando ambiguidades. Ademais, a flexão verbal permite distinguir ações concluídas, habituais, hipotéticas ou futuras, proporcionando uma compreensão mais detalhada dos eventos.
O tempo presente expressa o momento atual, ações regulares ou situações permanentes. Exemplos:
- “Estou com fome agora”;
- “Eu estudo todos os dias”; e
- “Eu amo você”.
O pretérito (passado) refere-se a ações anteriores, podendo ser concluídas (pretérito perfeito), habituais ou contínuas (pretérito imperfeito), ou anteriores a outras ações (pretérito mais-que-perfeito). Por exemplo, em “quando você chegou, eu já estudava”, a ação de “estudar” ocorreu antes de “chegar”.
O tempo futuro indica ações ou acontecimentos que serão realizados posteriormente, como em “eu estudarei amanhã”. Também pode expressar uma hipótese ou ação condicional no futuro do pretérito, como em “eu estudaria mais, se houvesse tempo”.
Flexão de modo
Quanto ao modo, o verbo pode estar no indicativo, subjuntivo ou imperativo. Os modos verbais permitem distinguir entre afirmações de fato, desejos, hipóteses, ordens ou conselhos, o que torna a comunicação mais eficiente. Veja a função de cada modo a seguir:
Indicativo
Utiliza-se em afirmações, expressa a ideia de realidade e certeza sobre o que está sendo dito. Por exemplo: “Eu estudo todos os dias”.
Subjuntivo
Expressa a ideia de dúvida ou hipótese, podendo ser utilizado para se referir a estados emocionais de possibilidade, incerteza e desejo. A frase “talvez eu estude todos os dias”, contrariamente à construção no indicativo, indica uma situação de possibilidade e que não é real ainda.
Na frase “Que ninguém se engane, só consigo a simplicidade através de muito trabalho”, contida na obra A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, pode-se observar o verbo “enganar” flexionado no modo subjuntivo, indicando um estado emocional de desejo.
Imperativo
Expressa as ideias de ordem, pedido, convite e conselho. Nesse sentido, o modo imperativo pode ser afirmativo ou negativo. Assim, ainda utilizando o verbo do exemplo anterior, no modo imperativo afirmativo, esse ficaria “estude todos os dias!”.
Logo, os modos verbais são importantes porque ajustam o tom e a intenção da comunicação, permitindo que o emissor transmita com exatidão a sua relação com a ação descrita, seja ela real, imaginária ou uma ordem.
+ Correlação de tempos e modos verbais: coesão e coerência no texto
Flexão verbal em voz
Os verbos também podem sofrer flexão em voz, indicando a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Há três tipos de vozes verbais: a voz ativa, a voz passiva e a voz reflexiva.
Voz ativa
O sujeito é quem realiza a ação expressa pelo verbo. Logo, na frase “o professor explicou a lição”, o “professor” é o sujeito da oração e também é quem realiza a ação.
Voz passiva
O sujeito gramatical é o paciente da ação expressa pelo verbo. No exemplo “a lição foi explicada pelo professor”, o sujeito (lição) recebe a ação, enquanto o agente (professor) é quem a realiza.
Voz reflexiva
O sujeito gramatical realiza e recebe a ação ao mesmo tempo. Nesse caso, o pronome oblíquo é usado para indicar que a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito, como na frase “ele se machucou”.
Diferença entre flexão nominal e flexão verbal
Portanto, na flexão nominal, a concordância dá-se entre substantivos, adjetivos, pronomes e numerais. Na flexão verbal, preza-se pela concordância entre sujeito e verbo. Por exemplo, em “nós cantamos”, a concordância verbal é entre o sujeito “nós” e o verbo “cantamos”. Já na frase “pães e bolos deliciosos”, a concordância nominal dá-se entre os substantivos “pães e bolos” e o adjetivo “deliciosos”.
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