Na sintaxe, as palavras que se ligam ao verbo e complementam seu sentido podem ser divididas em duas categorias: objeto direto e indireto. O primeiro tipo não necessita de preposição, mas o segundo só tem sentido completo se tiver uma preposição entre ele e o verbo.
Continue lendo este artigo e entenda melhor a diferença entre objeto direto e indireto, como identificá-los e a relação desses elementos sintáticos com os pronomes oblíquos. Todos esses temas são essenciais para uma boa compreensão textual, assim como favorecem um desenvolvimento mais correto na escrita de redações. Aprenda mais agora.
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O que é objeto direto e indireto?
Veja abaixo qual é a diferença entre objeto direto e indireto:
Objeto direto
Objeto direto é aquele termo que se liga a um verbo sem a obrigatoriedade de preposição. Geralmente, responde às perguntas “O que?” e “Quem” e participa como um elemento passivo na oração — recebe a ação do verbo.
Para identificar um objeto direto, você precisa encontrar um verbo transitivo direto — justamente o verbo que não precisa de preposição para ter sentido completo, como veremos adiante.
- Matheus limpava as cadeiras — limpava o que? As cadeiras.
- Ela vendeu o roupão — vendeu o que? O roupão.
- Kauane comprou sapatos — comprou o que? Sapatos.
Note, nos exemplos acima, que nenhuma das respostas apresentadas necessitam da preposição para fazer sentido. Apenas o artigo definido, ou até mesmo na ausência dele, a resposta é completa e permite afirmar que tratam-se de objetos diretos.
Objeto direto preposicionado
Em alguns casos, o objeto direto pode receber preposição. Isso não significa que ele muda de classificação, porque não é uma característica obrigatória.
Na Língua Portuguesa, reconhecemos isso como um objeto direto preposicionado: quando o verbo não obriga a presença da preposição, mas o locutor decide adicioná-la, por questões estilísticas ou para evitar ambiguidades.
- Quem beber da Água da Vida jamais terá sede. — beber do que? da água. Beber o que? água. Observe como o verbo admite uma resposta preposicionada e sem preposição para o mesmo objeto. Isso evidencia que a palavra “da” não é obrigatória, embora contribua para a construção de sentido da mensagem.
- Andrew ama a Deus — a preposição a é completamente dispensável, porque a frase ainda tem sentido quando dizemos que “Andrew ama Deus”. Geralmente, os locutores utilizam a preposição para enfatizar quem é o alvo do amor, por exemplo.
Objeto indireto
O objeto indireto, por sua vez, é aquele complemento verbal que precisa da preposição obrigatoriamente. Sem ela, a frase perde o sentido, ou tem o significado alterado, como será abordado mais adiante.
Está associado aos verbos transitivos indiretos e também traz a ideia do elemento passivo da oração — os objetos indiretos são os destinatários ou recebedores da ação verbal, independentemente do tempo da conjugação.
- O Sr. Almeida gosta de muitos instrumentos musicais. — note como a preposição “de” ajuda a completar o sentido da frase. Para identificar, perguntamos ao verbo: “Gosta de que?” e a resposta é o complemento verbal objeto indireto.
- Elisangela acredita em Deus — o objeto indireto aqui se liga ao verbo acreditar, porque a crença se deposita em algo ou em alguma coisa.
- Confiar em todos é uma escolha. — o verbo suscita a pergunta “confiar em que/quem?”. Assim, é necessária a preposição para a completude da oração.
Para diferenciar do objeto direto preposicionado, observe que, quando tiramos a preposição, ambos os exemplos ficariam muito estranhos (“O Sr. Almeida gosta muitos instrumentos musicais”, “Confiar todos é uma escolha” e “Elisangela acredita Deus”). No tópico anterior, testamos essa possibilidade mas a estranheza não aconteceu!
Veja as dúvidas de Língua Portuguesa respondidas pelo Estratégia
Pronomes oblíquos como objetos
Os pronomes oblíquos são ótimas ferramentas da Língua Portuguesa para evitar a repetição de termos e favorecem uma comunicação mais clara e efetiva.
Eles são utilizados, na frase, como objetos diretos ou indiretos. As formas de substituição são abordadas na lista abaixo.
- No objeto direto, podemos utilizar o, os, a ou as;
- Em objetos indiretos, usa-se lhe ou lhes; e
- No caso de “me, te, se, nos e vos”, pode ser tanto em objeto direto como indireto.
Acompanhe exemplos da aplicação desses pronomes oblíquos:
- Chamei-os para sair — o “os” aparece como uma forma sintética de “meus primos”, por exemplo. Assim, encontra-se um papel de objeto direto (chamou quem? meus primos);
- Obedeci-lhe assim que brigou comigo. — o pronome oblíquo “lhe” corresponde “a ele” ou “a ela”. Ou seja, ocupa o lugar de um objeto indireto.
- Elegeram-me como deputada — o verbo eleger é transitivo direto. Neste caso, o “me” surge como um objeto direto. Afinal, responde-se a pergunta “Elegeram quem?”
- Falaram-me que rosas são vermelhas — O verbo falar é transitivo direto e indireto, ou seja, aceita os dois tipos de objeto. Quando fazemos as perguntas de identificação, observamos que “falaram o que? Que rosas são vermelhas”, então esse é o objeto direto. Já quando questionamos “falaram a que? -me! (a mim)”. Nesse caso, o “me” aparece como objeto indireto.
Questão de vestibular sobre objeto direto e indireto
Agora que você já tem uma noção de como funciona a sintaxe de objetos diretos e indiretos, que tal testar seu conhecimento com questões de vestibular? Em seguida você pode acompanhar a resolução proposta pela Coruja e comparar com o seu raciocínio.
Dessa forma você entenderá com mais clareza o que você já aprendeu e o que precisa revisar, para reforçar o conteúdo na sua cabeça. Vamos lá?!
(UFV — Universidade Federal de Viçosa ) Na frase “Ela atribui-se uma culpa que não tem”, o pronome se é classificado como:
a) pronome apassivador.
b) índice de indeterminação do sujeito.
c) objeto direto.
d) objeto indireto.
e) partícula expletiva ou de realce.
Na frase enunciada, observa-se que o pronome oblíquo “se” aparece no sentido de “atribui a si mesma”. Como aprendemos, vamos entender a que tipo de pergunta esse verbo responde: “atribuir o que e a quem?”
Nesse sentido, o verbo terá um objeto direto (o que) e um objeto indireto (a quem). O primeiro já está explícito na oração “uma culpa”. O objeto indireto, então, deve aparecer preposicionado.
Como vimos, o pronome “se” pode substituir ambos os tipos de objeto. Devido à preposição “a si” na frase de substituição, entendemos que a alternativa correta é a letra D.
+ Veja também: Gramática: tipos, divisões e características da Língua Portuguesa
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