As orações subordinadas substantivas são cruciais na sintaxe do período composto, sendo indispensáveis para enriquecer a expressão linguística, tanto na escrita quanto na fala. Isso porque elas ajudam a organizar as ideias em frases mais completas, conferindo profundidade à mensagem a ser transmitida.
Porém, identificá-las e classificá-las corretamente exige uma análise cuidadosa de suas funções sintáticas e da relação que estabelecem com a oração principal.
Pensando nisso, o Estratégia Vestibulares preparou um resumo para te ajudar a entender mais sobre as substantivas na sintaxe do período composto e como esse assunto pode cair no vestibular. Confira o artigo a seguir!
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O que são as orações subordinadas substantivas?
Vale relembrar que, no período composto por subordinação, as orações apresentam-se sintaticamente subordinadas entre si, complementando ou especificando o sentido da oração principal dentro do período. Desse modo, uma oração exerce a função de termo sintático da outra, podendo atuar como sujeito, objeto direto ou adjunto adverbial, por exemplo.
Nesse sentido, as orações subordinadas substantivas possuem essa nomenclatura porque funcionam como um substantivo na sintaxe do período composto, podendo exercer diferentes funções sintáticas. Além disso, elas são classificadas de acordo com a sua relação com a oração principal.
Funções sintáticas das orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas podem assumir funções sintáticas específicas dentro de um período composto para complementar o sentido da oração principal. Essas funções são:
- Sujeito;
- objeto direto;
- objeto indireto;
- complemento nominal;
- predicativo do sujeito; e
- aposto.
Classificação das orações subordinadas substantivas
Como foi visto, as orações substantivas podem desempenhar funções próprias de substantivos. Por isso, elas são classificadas de acordo com a função específica que exercem em relação à oração principal.
Oração subordinada substantiva subjetiva
Na substantiva subjetiva, a subordinada exerce o papel de sujeito da oração principal e pode ser observada, principalmente, em três casos:
Com verbos na 3ª pessoa do singular
Quando a oração principal contém verbos impessoais, como convir, importar, cumprir, urgir, acontecer e parecer, seguidos de um conectivo subordinativo (que, se) ou de uma estrutura com infinitivo.
Exemplos:
- “Convém que cumpras o horário.”
- “É necessário estudar para o teste.”
Com expressões na voz passiva
Quando a oração principal está na voz passiva, com expressões como sabe-se, diz-se, conta-se, é sabido, entre outras. Nesse caso, a subordinada substantiva subjetiva é o sujeito dessas expressões.
Exemplos:
- “Sabe-se que ele venceu a competição.”
- “Conta-se que o trabalho será simples.”
Com verbo de ligação mais predicativo
Quando a oração principal contém um verbo de ligação (é, está, parece, etc.) seguido de um termo que atribui qualidade (predicativo).
Exemplos:
- É essencial a presença de todos.
- Parece claro que eles se esforçaram.
Oração subordinada objetiva direta
As orações subordinadas objetivas diretas exercem o papel de objeto direto, ou seja, de complemento verbal da oração principal e são introduzidas pela conjunção “que”, não havendo uso de preposição.
Exemplos:
- “Ele afirmou que sabia a resposta.”
- “Eu desejo que todos tenham sucesso.”
Oração subordinada objetiva indireta
Completa o sentido do verbo transitivo indireto da oração principal, sempre exigindo o uso de preposição.
Exemplos:
- “O professor necessita de que os alunos sejam pontuais.”
- “Ele duvida de que você esteja dizendo a verdade.”
Oração subordinada completiva nominal
A oração subordinada completiva nominal completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da oração principal e sempre vem introduzida de preposição.
Exemplos:
- “Estamos confiantes de que haverá solução.”
- “Ele tinha esperança de que voltariam a se encontrar.”
Oração subordinada predicativa
As orações subordinadas predicativas desempenham o papel de predicativo do sujeito e geralmente estão acompanhadas de um verbo de ligação (é ou estar).
Exemplos:
- “A verdade é que ele foi o culpado”
- “O fundamental é que você esteja presente.”
Oração subordinada apositiva
A oração subordinada apositiva explica ou detalha um substantivo, funcionando como aposto.
Exemplos:
- “Há um desejo: que tudo se resolva.”
- “Todos tinham o mesmo objetivo: serem aprovados no vestibular.”
Como identificar as orações subordinadas substantivas?
Agora que você já sabe as classificações de acordo com as funções desempenhadas pelas substantivas, precisa saber identificá-las com precisão. A identificação dessas orações exige atenção aos seguintes aspectos:
Introdução por conjunção integrante
A maioria das orações subordinadas substantivas é introduzida pelas conjunções integrantes “que” ou “se”.
Exemplos:
- “Ele não sabe se virá.”(subordinada substantiva objetiva direta)
- “É importante que todos colaborem.” (subordinada substantiva subjetiva)
Substituição por um substantivo ou pronome
Outro ponto é que essas orações podem ser substituídas por termos como “isto” ou “essa coisa” sem alterar o sentido da frase.
Exemplos:
- “Ele quer que você participe.” → “Ele quer isso.”
- “Ele disse que estudaria.” → “Ele disse isso.”
Relação com o contexto
Por fim, é importante avaliar a função exercida pela oração no contexto da oração principal para determinar sua classificação. Para isso, fique atento se a subordinada complementa, explica ou caracteriza algum termo da oração principal. Para elucidar melhor, observe um trecho do “Poema que acontece”, de Carlos Drummond de Andrade:
“A mão que escreve este poema
não sabe que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse”
No trecho “não sabe que está escrevendo” há uma oração subordinada substantiva objetiva direta, pois “que está escrevendo” complementa o verbo “sabe”, funcionando como objeto direto.
Além disso, no trecho “mas é possível que se soubesse”, tem-se uma subordinada substantiva subjetiva. Isso porque “que se soubesse” é o sujeito do verbo em “é possível”, respondendo à pergunta “o que?” ou “quem?”.
+ Veja também: Orações subordinadas reduzidas: conceito, tipos e aplicações
Questão de vestibular sobre subordinadas substantivas
(FGV – 2012)
Assinale a alternativa em que a oração em destaque tem a mesma função sintática da destacada no período – Acho que já sei qual será o novo toque do meu celular.
a) Marcaram a reunião, mas ainda não informaram o local.
b) O contrato será assinado, a menos que o texto contenha erros.
c) Atenda bem ao cliente, que ele voltará sempre.
d) É necessário que tenham confiança na empresa e no produto.
e) Ainda não decidimos se haverá a tal reunião.
Resposta:
A oração destacada em “Acho que já sei qual será o novo toque do meu celular” é uma oração subordinada substantiva e tem a função sintática de objeto direto. A única alternativa que apresenta uma oração subordinada substantiva objetiva direta é “Ainda não decidimos se haverá a tal reunião“. Nesse caso “se haverá reunião” está complementando o sentido do verbo transitivo direto “decidimos”.
Gabarito: alternativa “D”.
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