Verbo transitivo indireto (VTI): definição, exemplos e questões

Verbo transitivo indireto (VTI): definição, exemplos e questões

A transitividade verbal é a área da Língua Portuguesa que trata sobre a relação entre o verbo e a palavra que se liga a ele. Por exemplo, é por meio desse estudo que se define que um verbo transitivo indireto precisa de uma preposição que ligue o termo verbal ao seu complemento, dentro da frase. Leia mais e entenda melhor os conceitos de transitividade, com exemplos e resolução de questões de vestibulares. 

O que é verbo transitivo?

Primeiramente, a definição de verbo é toda a palavra que expressa ação, estado ou fenômeno da natureza. Diante disso, eles podem ser classificados conforme modo, tempo, flexão de número/pessoa e também em relação à transitividade. 

Em relação a esta última característica, existem os termos verbais intransitivos. São verbos que possuem um significado completo por si só, não precisam de nenhuma palavra que se ligue a ele para deixar a mensagem da frase clara.  É o exemplo do verbo “chover”, não é preciso completar com nenhum termo quando se diz que “Choverá” — o pensamento é transmitido livremente.

Por outro lado, os verbos transitivos são aqueles que não tem sentido completo sozinhos, então precisam de termos complementares, que entreguem significado para a ação. Se forem adicionados na frase sem contexto e sem complemento, não consegue expressar nenhuma ideia.

Veja, se alguém aparece e diz que “Maria comeu” a ideia fica incompleta, porque o verbo “comer” instiga a necessidade saber o que foi comido. Afinal, “comer” é um verbo transitivo, que não tem sentido completo sozinho. 

É importante lembrar que, dentro de certos contextos, a frase “Maria comeu” pode ter um sentido completo porque o texto infere qual a alimentação. Como em: 

“Júlio chegou cedo em casa e perguntou a sua mãe:

— Mãe, onde está o chocolate que eu deixei aqui mais cedo?

E a mãe respondeu: — Maria comeu, meu filho”. 

O contexto fornece a ideia de qual seria o complemento do verbo, infere-se que Maria comeu “o chocolate”. Então, os verbos transitivos precisam sempre de um complemento para transmitir a ideia com completude. 

Verbo transitivo indireto

Agora que você já sabe o que é verbo transitivo, vamos entender o que significa a classificação “indireto”. Essa divisão surge porque alguns verbos transitivos podem se ligar ao seu complemento sem nenhuma palavra de “ponte”, enquanto que outros necessitam de uma preposição que faça a conexão entre o verbo e seu termo complementar. 

Então, os verbos transitivos indiretos estão sempre acompanhados por preposição. Você pode recordar isso a partir da palavra indireto, afinal, o verbo não se liga diretamente no complemento, mas precisa de um mediador (preposição) para se ligar indiretamente a ele. Observe essa ideia graficamente, no diagrama abaixo.

verbo transitivo  indireto e direto

Exemplos de verbo transitivo indireto

Nas frases abaixo estão destacados em negrito todos os verbos transitivos indiretos, ao mesmo tempo que as preposições dos objetos indiretos estão sublinhadas. 

  • A integridade consiste em viver uma vida honrosa;
  • Eu gosto muito de você;
  • Assistiram ao filme juntos mais de sete vezes;
  • Meus vizinhos conversaram com sua irmã ontem;
  • Você ingressará na faculdade muito em breve!

Sintaxe com verbo transitivo indireto 

A sintaxe é a área da gramática que estuda a função de cada termo dentro da oração. Nesse sentido, toda vez que aparece um verbo transitivo indireto em uma oração, é necessário que também tenha uma função sintática específica, chamada de objeto indireto

O objeto indireto nada mais é do que o complemento verbal do VTI, ou seja, é uma expressão que sempre se inicia por meio de preposição. Para identificar esses termos na frase, é sempre importante perguntar ao verbo

Essas perguntas questionam o verbo o quê, a quem, por quem ele está sendo realizado. Toda vez que a pergunta e/ou a resposta aparecem preposicionadas, significa que é um VTI. Acompanhe nos exemplos. 

Na frase “ele participou do culto naquela noite”, o questionamento a ser feito é “ele participou do que?”, com a resposta bem explícita no enunciado “do culto”. Veja que a preposição é um elemento predominante na pergunta e na resposta e, sem ela, a frase perderia o sentido real (ele participou culto naquela noite). Na sintaxe, então, o objeto indireto do VTI participar será “do culto”. 

Questões sobre VTI

(IFB — Instituto Federal de Brasília) A análise da transitividade verbal não deve ser feita isoladamente, mas sim de acordo com o texto. O mesmo verbo pode estar empregado ora intransitivamente, ora transitivamente, ora com objeto direto, ora com objeto indireto. Dessa forma, indique a alternativa INCORRETA:

a) Perdoai sempre. (verbo intransitivo)

b) Perdoai as ofensas. (verbo transitivo direto)

c) Perdoais aos inimigos. (verbo transitivo indireto)

d) Por que sonhas, ó jovem poeta? (verbo transitivo direto)

e) Sonhei um sonho guinholesco. (verbo transitivo direto)

Vamos analisar caso a caso para responder a essa questão:

“Perdoai sempre” — ao observar a frase como um todo, mesmo que não haja um contexto bem definido, é possível entender que não há nenhum complemento verbal e, mesmo assim, o sentido da oração é completo. É uma instrução, por meio de um verbo intransitivo (VI).

Em “perdoai as ofensas”, para saber qual a transitividade do verbo perdoar, é possível fazer a pergunta “perdoai o que?”, a resposta obtida será “as ofensas”. Note que a pergunta e a resposta feitas não apresentam preposição, de forma que frase não precisa de uma palavra de conexão entre verbo e complemento. Assim, é um verbo transitivo direto (VTD).

Já no caso da próxima alternativa “Perdoai aos inimigos” é importante entender que “aos” refere-se a quem está sendo perdoado. Para questionar essa oração, podemos formular a pergunta “perdoai a quem?”, e a resposta encontrada será “aos inimigos”. Perceba que a preposição é evidente na pergunta e na resposta, então é um VTI, o que torna a alternativa correta. 

Em “Por que sonhas, ó jovem poeta?” é impossível determinar uma pergunta com resposta direta ou indireta. Se for questionado à frase “sonhas o que?” ou “Sonhas com o que?”, a resposta é vaga. Então, neste contexto, o verbo sonhar não apresenta complemento, é um VI. Assim, a melhor hipótese até agora é que essa é a alternativa incorreta. 

Por fim, na frase “Sonhei um sonho guinholesco”, a ideia do sonho pode ser questionada: “sonhou o que?”, com resposta imediata “um sonho guinholesco”. A ausência de preposição colabora com a ideia de que, nesta ocasião, sonhar aparece como um VTD.  

Então, a única opção incoerente e que responde ao enunciado é a letra D

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