Millôr Fernandes foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século XX, atuando como escritor, humorista, desenhista, tradutor, dramaturgo e jornalista.
Nascido com o nome Milton Viola Fernandes, começou a carreira muito jovem na imprensa e adotou o nome “Millôr” após um erro de digitação em seu nome em uma publicação.
Reconhecido pelo humor afiado e pela crítica social inteligente, ele foi um dos fundadores do O Pasquim, jornal alternativo que teve papel fundamental na resistência à ditadura militar.
O Portal Estratégia Vestibulares listou 11 citações do escritor que podem ser usadas nas redações dos vestibulares. Confira abaixo!
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Quem foi Millôr Fernandes?
Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro em 16 de agosto de 1923. Desde cedo demonstrou talento para as palavras e para o desenho, o que o levou a iniciar sua carreira profissional ainda adolescente, aos 15 anos, como desenhista e redator na revista O Cruzeiro, uma das mais importantes publicações do Brasil na época.
Millôr se destacou como escritor, jornalista, dramaturgo, tradutor, poeta, ilustrador e humorista. Foi um dos fundadores do jornal O Pasquim em 1969, publicação que se tornou um símbolo da resistência à censura e ao autoritarismo durante a ditadura militar brasileira, unindo humor ácido e crítica política.
Sua escrita era marcada pela ironia, pela defesa da liberdade de expressão e por uma visão crítica e lúcida da sociedade. Além das traduções e do jornalismo, publicou livros de crônicas, aforismos, poesia e teatro.
Millôr também traduziu obras clássicas da literatura mundial com uma abordagem criativa e original, entre elas peças de Shakespeare e Molière, aproximando os textos do leitor brasileiro.
Millôr Fernandes faleceu em 27 de março de 2012, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Seu legado permanece vivo na cultura brasileira como exemplo de espírito crítico, liberdade intelectual e humor inteligente.
1 – “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.”
Nesta citação, Millôr Fernandes ironiza a tendência humana de idealizar aquilo que está à distância. Quando não conhecemos alguém direito, projetamos nela as qualidades que gostaríamos de ver, ignorando falhas e contradições que só se revelam com a convivência.
Ele denuncia como a admiração pode nascer da ignorância e não do conhecimento real. A frase também serve como crítica às aparências, aos julgamentos precipitados e à construção de ídolos, especialmente em tempos de redes sociais, onde se cultua uma imagem cuidadosamente editada das pessoas.
2 – “Ser pobre não é crime, mas ajuda muito a chegar lá.”
Millôr ironiza a forma que o sistema associa a miséria à criminalidade, evidenciando que, apesar de a pobreza não ser um crime legalmente, ela é, na prática, tratada como tal.
O autor chama atenção para o preconceito estrutural, para a seletividade penal e para a desigualdade de oportunidades, que empurram os mais vulneráveis para situações de risco social e jurídico.
É uma crítica direta ao fracasso do Estado em garantir direitos básicos e à forma como o sistema pune os mais fracos e protege os que têm mais poder ou dinheiro.
3 – “Feliz é o que você vai perceber que era, algum tempo depois.”
Nesta frase, Millôr expressa a dificuldade que temos de reconhecer a felicidade enquanto a vivemos. A felicidade, segundo ele, se revela mais como lembrança do que como experiência presente.
Pode se tratar de uma crítica ao ritmo acelerado da vida moderna, que nos impede de perceber o valor do agora. Só quando olhamos para trás, em momentos de comparação ou perda, é que identificamos o que tínhamos. Essa ideia dialoga com temas como memória, tempo e frustração, e pode ser aplicada à crítica de uma sociedade que está sempre projetando o futuro, mas raramente habita o presente.
4 – “A alma enruga antes da pele.”
O jornalista propõe uma metáfora sobre o envelhecimento que vai além da aparência. Para ele, antes mesmo das marcas físicas do tempo surgirem no corpo, já carrega-se na alma sinais de cansaço, decepção ou conformismo. A frase aponta para o envelhecimento interior, aquele que resulta de frustrações, medos, falta de sonhos ou perda de vitalidade emocional.
5 – “Em política nada se perde e nada se transforma – tudo se corrompe.”
Aqui, o autor faz uma adaptação irônica da famosa frase de Lavoisier, “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, para falar de política. Ao afirmar que “tudo se corrompe”, ele sugere que, independentemente das mudanças de governo, de partido ou de ideologia, a corrupção continua sendo uma constante na vida pública.
6 – “Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.”
Nessa citação, Millôr afirma que a função principal da imprensa é ser crítica, fazer oposição ao poder e não simplesmente reproduzir o que o governo ou as instituições dizem.
Para ele, quando a imprensa deixa de questionar e apenas concorda com quem está no poder, ela perde seu valor e se torna apenas mais um comércio qualquer, como uma loja de conveniência (“armazém de secos e molhados”).
É uma defesa firme da liberdade de imprensa como pilar da democracia. Sem ela, o jornalismo vira propaganda, e a sociedade deixa de ser informada com responsabilidade.
7 – “Brasil, condenado à esperança.”
Aqui, Millôr afirma que o país está sempre esperando por um futuro melhor que nunca chega. Ao dizer que o Brasil está “condenado à esperança”, ele sugere que essa esperança, em vez de ser uma força positiva, virou uma espécie de prisão, uma promessa que se repete eternamente, mas não se concretiza.
A frase critica a maneira como o país convive com a desigualdade, o preconceito, a corrupção e a lentidão nas mudanças sociais, sempre acreditando que “um dia vai melhorar”, mesmo quando nada muda de fato.
8 – “Quando começou a comprar almas, o diabo inventou a sociedade de consumo.”
Nessa citação, Fernandes associa a figura simbólica do “diabo” à lógica do consumo. A metáfora aponta para o modo como o consumismo passou a dominar os desejos humanos, oferecendo em troca de bens materiais aquilo que antes era associado à espiritualidade, à ética ou ao pensamento crítico.
Ao dizer que o diabo “começou a comprar almas”, ele sugere que os valores foram trocados por mercadorias. É uma crítica ao modo de vida que coloca o ter acima do ser, reforçando uma cultura onde identidade, felicidade e status dependem do que se pode comprar.
9 – “Não temos nenhuma importância para sermos presos, nem para sermos soltos”
Com essa frase, Millôr mostra como muitas pessoas se sentem pequenas e esquecidas diante do poder. Ele ironiza o fato de que, para o sistema, existem pessoas que são tão insignificantes que nem vale a pena prendê-las ou libertá-las.
Essa sensação de invisibilidade social pode ser ligada à exclusão, ao abandono do Estado e à falta de representação.
10 – “Não gosto da direita porque ela é de direita e não gosto da esquerda porque é de direita.”
Com seu humor provocador, Millôr critica os dois lados do espectro político ao mesmo tempo. A primeira parte parece uma rejeição direta à direita, por causa de suas ideias mais conservadoras. Mas o ponto mais forte está na segunda parte: ele acusa a esquerda de, na prática, agir como a direita.
Ou seja, para ele, a esquerda repete os mesmos erros da direita, adotando os mesmos vícios de poder e se afasta dos princípios que defende. A frase expressa um sentimento de frustração com a política em geral e reforça o pensamento independente do autor, que não se deixava “enquadrar por rótulos ideológicos”.
11 – “Os pássaros voam porque não têm ideologia.”
Millôr Fernandes sugere que a liberdade verdadeira só é possível quando não estamos presos a ideologias fixas. Para ele, as ideologias, sejam de esquerda, de direita ou qualquer outra, muitas vezes limitam o pensamento e a ação. Os pássaros, por não seguirem nenhuma doutrina, são livres para voar.
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