Vivemos na era dos filtros do Instagram e da harmonização facial, onde a busca pela perfeição passou a ser quase uma obrigação social. Justamente por refletir esse cenário, o tema “padrões de beleza” é uma aposta para as bancas, pois toca em feridas contemporâneas como saúde mental, influência da mídia e consumo.
Para ajudar você a discutir isso, reunimos pensadores que formularam ideias que servem para criticar a ditadura da beleza na sua redação. Confira abaixo 7 citações que servem para escrever sobre pressão estética, corpo, sociedade e padrões de beleza no geral!
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1 – “O corpo, hoje, é um projeto. O sujeito de desempenho é também o seu próprio escultor.” – Byung-Chul Han
Esta é uma ideia central de Byung-Chul Han, na obra “Sociedade do Cansaço”, na qual analisa como o capitalismo neoliberal transforma o corpo em produto e vitrine de sucesso, estimulando o culto à autoimagem e à produtividade estética. Ou seja, a beleza vira mercadoria e autoexploração.
2 – “Precisamos ter mais generosidade, precisamos existir, coexistir entre nós. A estética é política. O fato da garota pautar estética não significa que ela está longe da questão política.” – Djamila Ribeiro
Essa frase foi dita pela filósofa brasileira no Festival Latinidades 2016, em uma discussão sobre “Estética como Estratégia Política”. Djamila destaca como os padrões de beleza excluem corpos negros e periféricos, reforçando hierarquias raciais e sociais. A beleza, no Brasil, está ligada a um projeto de branquitude e eurocentrismo.
Ainda segundo ela, o debate sobre beleza é importante para a discussão da questão racial, até porque, atualmente, assumir a estética negra, com os traços, textura do cabelo e cor da pele, deixou de ser motivo de opressão e passou a ser sinônimo de resistência para as mulheres.
3 – “Quanto mais numerosos foram os obstáculos legais e materiais vencidos pelas mulheres, mais rígidas, pesadas e cruéis foram as imagens de beleza feminina a nós impostas.” – Naomi Wolf
A jornalista e teórica feminista Naomi Wolf é uma das maiores críticas aos padrões de beleza modernos. Para ela, esses padrões não são sobre estética, mas sobre poder e controle social.
Em seu livro “O Mito da Beleza”, Wolf argumenta que, à medida que as mulheres ganhavam poder em esferas públicas (trabalho, política), o “mito da beleza” surgiu como uma forma de controle social para minar essa liberdade, prendendo as mulheres a uma busca infindável pela perfeição física.
4 – “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.” – Simone de Beauvoir
Esta é a citação mais famosa do livro “O Segundo Sexo”. Beauvoir argumenta que a “feminilidade”, com todas as suas expectativas, incluindo beleza, passividade e domesticidade, não é uma essência natural, mas um conjunto de padrões sociais que são impostos às mulheres desde o nascimento.
5 – “O gosto classifica, e classifica quem classifica.” – Pierre Bourdieu
O sociólogo francês Pierre Bourdieu analisou como os padrões (especialmente o “bom gosto”) são usados para manter as hierarquias sociais.
Em “A Distinção”, ele mostra que os padrões de beleza, moda ou arte não são neutros. Eles são uma forma de “capital cultural”. Ao dizer o que é “bonito” ou “elegante”, a classe dominante se distingue (“classifica”) das outras, reforçando seu status. Os padrões são um campo de batalha social.
6 – “A ‘Indústria Cultural’ impõe seus padrões e mescla a arte com o entretenimento, rebaixando o nível cultural.” – Theodor Adorno e Max Horkheimer
Estes filósofos da Escola de Frankfurt analisaram como o capitalismo produz cultura em massa (filmes, música, revistas) para criar consumidores passivos e conformados.
Para eles, os padrões de beleza (promovidos por Hollywood, por exemplo) são mercadorias. A “beleza” é padronizada para ser facilmente vendida e consumida, eliminando a individualidade e forçando todos a desejar a mesma coisa, mantendo o sistema funcionando.
7 – “A moralidade é o instinto de rebanho no indivíduo.” – Friedrich Nietzsche
Nietzsche foi um crítico dos padrões sociais, que ele chamava de “moral do rebanho”. Ele acreditava que a sociedade (o “rebanho”) cria regras para suprimir os indivíduos fortes e excepcionais.
Embora focasse mais na moralidade (o que é “bom” ou “mau”), isso se aplica também aos padrões estéticos. Para Nietzsche, seguir um “padrão de beleza” seria um sinal de fraqueza, uma incapacidade de criar seus próprios valores e sua própria estética, sucumbindo ao que o “rebanho” dita como belo.
Como evitar o repertório de bolso no Enem e construir repertórios produtivos?
A Cartilha de Redação do Enem traz recomendações práticas para que o estudante abandone o repertório decorado e aprenda a construir um repertório produtivo, capaz de fortalecer a argumentação. Entre as orientações do Inep, estão:
- Escolher referências específicas que realmente dialoguem com o tema da proposta;
- Contextualizar a citação, mostrando quem é o autor e qual o sentido original da obra;
- Articular o repertório com a tese e os argumentos do texto; e
- Demonstrar compreensão do conteúdo citado, explicando por que ele é relevante.
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