7 músicas de Legião Urbana para usar no repertório sociocultural da redação
Da esquerda para a direita: Renato Rocha, Renato Russo, Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos. Foto: Letras.mus/Divulgação

7 músicas de Legião Urbana para usar no repertório sociocultural da redação

As músicas da banda Legião Urbana retratam o Brasil da década de 80 e servem para alusões até os dias de hoje; veja como usá-las na redação

A banda de rock dos anos 80 Legião Urbana, formada por Renato Russo, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e e Renato Rocha é referência fundamental para a análise crítica do cenário brasileiro da época, e até dos dias atuais.

Indo além do entretenimento, o grupo canalizou a frustração e os anseios da juventude em composições que unem a rebeldia do pós-punk a um lirismo poético e questionador. 

Ao narrar dilemas éticos, políticos e emocionais, a banda criou uma discografia que serve como radiografia de um país marcado por contradições, desigualdades e crises existenciais.

Por esse motivo, suas músicas podem ser usadas para compor as redações dos vestibulares e do Enem. Confira 7 das canções de Legião Urbana para aprimorar seu repertório sociocultural!

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Que País É Este

Lançada em 1987, mas escrita anos antes, essa música se tornou um hino de indignação ao perguntar, repetidas vezes, “Que país é este?”. 

A letra questiona a identidade moral da nação ao expor as entranhas da política e da sociedade brasileira. Renato Russo denuncia que a “sujeira” não está apenas nas favelas, mas enraizada no Senado e nas instituições de poder: “Nas favelas, no senado / Sujeira pra todo lado / Ninguém respeita a constituição / Mas todos acreditam no futuro da nação”.

Pode ser usada para discutir a naturalização da corrupção e a sensação de impunidade que atravessa gerações, além de argumentar que os problemas estruturais do Brasil são cíclicos e que a constituição, muitas vezes, é desrespeitada por aqueles que deveriam protegê-la.

Geração Coca-Cola

Esta canção é uma crítica direta à indústria cultural e à influência do imperialismo norte-americano sobre a juventude brasileira: “Quando nascemos fomos programados / A receber o que vocês nos empurraram / Com os enlatados dos U.S.A., de nove as seis”.

A letra aborda como os jovens são “moldados” pelo consumo e pela mídia, perdendo sua identidade original para se tornarem produtos de um sistema globalizado: “Somos os filhos da revolução / Somos burgueses sem religião”.

Na redação, a música serve como luva para temas que envolvem o consumismo, a manipulação midiática e a perda da identidade nacional. Ela ilustra o processo de alienação cultural, onde os valores são ditados por propagandas e marcas estrangeiras.

Faroeste Caboclo

Com mais de nove minutos de duração, esta música, que inspirou o filme de mesmo nome, é uma verdadeira saga sociológica. Ao narrar a vida de João de Santo Cristo, um migrante nordestino que busca uma vida melhor em Brasília, a banda expõe as feridas do racismo, da pobreza e da exclusão social.

A trajetória de João ilustra o determinismo social: a falta de oportunidades, o preconceito sofrido por sua origem e cor, e a violência urbana que o empurra para a criminalidade. 

É um bom repertório para discutir o sistema carcerário, o êxodo rural e o discurso mentiroso da meritocracia em um país tão desigual: “E o Santo Cristo até a morte trabalhava / Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar / E ouvia às sete horas o noticiário / Que sempre dizia que o Seu ministro ia ajudar”.

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Pais e Filhos

Muitas vezes interpretada como uma celebração familiar, Renato Russo afirmou que esta é uma canção sobre o suicídio. A letra toca na fragilidade das relações humanas e na urgência de demonstrar afeto.

O verso “É preciso amar as pessoas / Como se não houvesse amanhã / Porque se você parar pra pensar / Na verdade não há” tornou-se um ditado sobre a valorização da vida. 

Na redação, é um repertório para temas de saúde mental (como o Setembro Amarelo), conflitos geracionais, solidão e a importância da inteligência emocional dentro do núcleo familiar.

Perfeição

Carregada de ironia, esta música faz uma lista do que há de “pior” no Brasil, sugerindo que celebremos a estupidez, a violência e o descaso: “Vamos celebrar a estupidez do povo / Nossa polícia e televisão/ Vamos celebrar nosso governo / E nosso Estado, que não é nação”.

Funciona como um diagnóstico negativo do país, onde problemas graves como a fome, o desmatamento e a falta de educação são aceitos com apatia.

Pode ser utilizada para criticar a passividade da sociedade diante das tragédias cotidianas, para falar sobre violência, degradação ambiental, crise na educação, fome e apatia social.

Teatro dos Vampiros

Para usar essa música com profundidade, é essencial compreender seu contexto histórico. Lançada no álbum “V” (1991), ela reflete o clima sombrio pós-ditadura de 1964 e início do Governo Collor, marcado pela hiperinflação e pelo traumático confisco das poupanças, que deixou a população sem recursos e sem esperança.

A letra fala sobre a televisão como uma ferramenta de alienação para distrair o povo da realidade dura. Resumindo, é o retrato da vida de muitos jovens, homens e mulheres em meio à crise financeira e as dificuldades de conseguir emprego.

Renato quis retratar na música o sentimento de perdidos e desiludidos enquanto o país enfrentava uma crise ao cantar: “Vamos sair, mas não temos mais dinheiro / Os meus amigos todos estão procurando emprego / Voltamos a viver como há dez anos atrás”.

Quando o Sol Bater na Janela do Teu Quarto

Esta canção traz uma reflexão sobre a perda do espírito revolucionário: “Até bem pouco tempo atrás / Poderíamos mudar o mundo / Quem roubou nossa coragem?

A letra oscila entre a esperança de um novo dia e a constatação de que a coragem de transformar a realidade foi perdida ao longo do tempo.

É um bom repertório para discutir o conformismo social. O estudante pode argumentar que a sociedade atual, ou a juventude contemporânea, abandonou o ativismo e a crença na mudança coletiva, aceitando passivamente o “status quo”.

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