Sérgio Buarque de Holanda foi crítico literário, professor universitário e um dos mais importantes historiadores e sociólogos do Brasil. Nascido em São Paulo (SP), Holanda teve grande influência no pensamento social brasileiro, sendo um dos primeiros intelectuais a investigar as raízes históricas e culturais do Brasil de uma perspectiva moderna.
Uma de suas obras mais conhecidas é o livro Raízes do Brasil (1936), no qual introduziu o conceito do “homem cordial”, que se tornou um marco no estudo das relações sociais no País.
Por conta de sua relevância no cenário da Sociologia brasileira, o Portal Estratégia Vestibulares separou nove citações de Sérgio Buarque de Holanda que podem ser usadas nas redações dos vestibulares e do Enem. Confira!
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Quem foi Sérgio Buarque de Holanda?
Sérgio Buarque de Holanda nasceu em São Paulo, no dia 11 de julho de 1902, e foi uma das figuras mais marcantes no desenvolvimento do pensamento social e histórico do Brasil.
Ele cresceu em um ambiente familiar culto, que estimulou sua paixão pelas letras, pela arte e pelo conhecimento. Desde cedo, Sérgio se envolveu com movimentos literários e políticos, participando do Modernismo, que revolucionou a arte e a literatura brasileira nos anos 1920.
Formado em Direito pela Universidade do Brasil (atual UFRJ, no Rio de Janeiro), Sérgio não seguiu carreira jurídica, optando pela crítica literária e pelo jornalismo. Ele foi correspondente do jornal “O Jornal” em Berlim e trabalhou como redator em importantes periódicos brasileiros, onde começou a amadurecer suas ideias sobre a história e a sociedade brasileira.
Na década de 1930, Sérgio se consolida como intelectual com a publicação de sua obra mais conhecida, “Raízes do Brasil” (1936). Nesse livro, ele apresenta sua análise sobre a formação do caráter nacional brasileiro, introduzindo o conceito do “homem cordial”, que seria um marco no estudo das relações sociais no País. A obra inaugurou um estilo crítico de análise sobre o Brasil, destacando o impacto da colonização portuguesa na cultura e nas estruturas sociais brasileiras.
Mas é claro que Sérgio Buarque de Holanda não se contentou em só nos dar o “homem cordial”. Ele também nos deu o Chico Buarque! Afinal, quem precisa de teorias sobre a formação social do Brasil quando se pode criar um dos maiores compositores da MPB?
Brincadeiras à parte, voltando ao “homem cordial”, vale lembrar que Sérgio Buarque de Holanda não estava falando de alguém simplesmente afetuoso ou educado. Ele usou o termo para descrever como, no Brasil, as relações pessoais sempre pesaram mais do que as regras impessoais e institucionais, o que moldou nossa vida social e política. É uma crítica sofisticada, que ajuda a entender por que o famoso “jeitinho brasileiro” é tão característico até hoje.
Sérgio também escreveu obras como “Caminhos e Fronteiras” (1957) e “Visão do Paraíso” (1959), nas quais explorou as influências históricas e culturais da colonização e da expansão territorial do Brasil. Sua análise sobre o modo como o imaginário europeu de um paraíso tropical influenciou a forma como o País foi ocupado e governado trouxe novas luzes para a historiografia.
Sérgio Buarque de Holanda faleceu em 24 de abril de 1982, em São Paulo. Seu legado, tanto como historiador quanto como pensador social, permanece fundamental para a compreensão da formação e dos desafios da sociedade brasileira. Veja abaixo nove citações do sociólogo para incrementar seu repertório sociocultural nas redações dos vestibulares:
1 – “A falta de coesão em nossa vida social não representa um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem.” – Raízes do Brasil (1936)
Essa citação reflete uma crítica à ideia de que a desordem e a falta de coesão na sociedade brasileira poderiam ser resolvidas com um retorno às tradições passadas. Sérgio aponta que a falta de coesão não é um problema moderno, ou seja, não é algo que surgiu apenas com as mudanças e desafios contemporâneos da época, mas algo enraizado desde a colonização.
2 – “[O] aparente triunfo de um princípio jamais significou no Brasil mais do que o triunfo de um personalismo sobre o outro.” – Raízes do Brasil (1936)
Sérgio Buarque de Holanda critica a forma como as relações de poder se estruturaram historicamente no Brasil. Em vez de serem pautadas por princípios sólidos, como o império da lei ou a igualdade institucional, o poder muitas vezes foi exercido com base em relações personalistas, ou seja, centradas em indivíduos e suas redes de influência, e não em instituições impessoais.
3 – “Uma digna ociosidade sempre pareceu mais excelente, e até mais nobilitante, a um bom português, ou a um espanhol, do que a luta insana pelo pão de cada dia.” – Raízes do Brasil (1936)
Nesta citação, Sérgio está criticando uma certa “ideologia da ociosidade” que tem raízes nas tradições e valores da cultura ibérica, especialmente durante o período colonial.
4 – “Hoje, a simples obediência como princípio de disciplina parece uma fórmula caduca e impraticável e daí, sobretudo, a instabilidade constante de nossa vida social.” – Raízes do Brasil (1936)
A citação do sociólogo critica o estado das relações sociais e políticas no Brasil de seu tempo, ainda relevante para a análise da sociedade contemporânea.
Quando Sérgio menciona “simples obediência como princípio de disciplina”, ele se refere à ideia de que a conformidade e o respeito às regras ou à autoridade são suficientes para garantir a ordem social. Essa concepção é, segundo ele, antiquada e não se encaixa mais nas complexidades das sociedades modernas.
5 – “Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a árvore.” – Raízes do Brasil (1936)
Aqui, Sérgio critica a mentalidade da pessoa que prioriza resultados imediatos em detrimento do trabalho e dos esforços necessários para alcançá-los.
Ao afirmar que para alguns o objetivo final se torna tão importante que tudo o que vem antes é considerado supérfluo, ele aponta para uma visão de mundo que valoriza o resultado em si, muitas vezes ignorando o valor do processo que leva até ele.
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6 – “O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar.” – Raízes do Brasil (1936)
Esta citação é uma continuação da anterior. Nela, Sérgio destaca que, para o trabalhador, o foco inicial não está na recompensa ou no sucesso que se pode alcançar, mas sim nos obstáculos e nas dificuldades que precisam ser enfrentados. Essa perspectiva sugere uma conexão com a realidade cotidiana e o pragmatismo necessário para lidar com os desafios do trabalho.
7 – “O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo.” – Raízes do Brasil (1936)
Esta citação se relaciona ao conceito do “homem cordial” que ele desenvolve em sua obra. Sérgio critica a ideia de que as relações familiares e os interesses pessoais poderiam ou deveriam influenciar a estrutura e o funcionamento do Estado.
Ele sugere que, sob a perspectiva do “homem cordial”, há uma tendência a ver a administração pública como uma extensão das dinâmicas familiares, onde os laços afetivos podem interferir na tomada de decisões e na condução dos negócios públicos.
Essa perspectiva pode resultar em um Estado que atua mais como um espaço de interesses pessoais e favoritismos do que como uma instituição que serve a todos.
8 – “Já se disse, numa expressão feliz, que a contribuição brasileira para a civilização será de cordialidade — daremos ao mundo o ‘homem cordial’.” – Raízes do Brasil (1936)
Essa citação resume a essência da visão de Sérgio sobre a identidade brasileira e seu papel no cenário global. Quando Sérgio menciona a “contribuição brasileira para a civilização,” ele está reconhecendo que, em meio a diversas influências culturais e históricas, o Brasil se destaca por uma maneira peculiar de lidar com as relações sociais.
O “homem cordial” representa essa figura que, em sua essência, valoriza as relações interpessoais, a afetividade e a hospitalidade, criando um ambiente social onde as emoções e os vínculos pessoais têm um papel central. Essa forma de ser e de se relacionar é frequentemente marcada por um caráter amigável e acolhedor, características que se tornaram sinônimo da identidade brasileira.
No entanto, ele afirma que, mesmo que a cordialidade possa ser vista como uma virtude que promove a convivência harmônica, também pode ser interpretada como uma limitação quando se trata de questões de justiça social e institucional.
9 – “No ‘homem cordial’, a vida em sociedade é, de certo modo, uma verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência.” – Raízes do Brasil (1936)
Essa citação sobre o “homem cordial” retrata uma visão crítica a respeito da natureza da convivência social no Brasil, enfatizando como essa dinâmica se relaciona com a identidade do indivíduo em um contexto coletivo.
Ao afirmar que a vida em sociedade representa uma “verdadeira libertação do pavor que ele sente em viver consigo mesmo”, Sérgio Buarque de Holanda sugere que o homem cordial busca nas interações sociais uma fuga das inseguranças e das dificuldades que enfrenta em sua vida interior.
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