Walter Moreira Salles Júnior, ou só Walter Salles, é um cineasta brasileiro conhecido por suas contribuições ao cinema nacional e internacional. A maioria de seus filmes retrata questões sociais e humanas.
Algumas de suas principais obras são “Central do Brasil” (1998), vencedor do Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Estrangeiro, “Diários de Motocicleta” (2004) e “Ainda Estou Aqui” (2024), ambos indicados à mesma premiação e categoria.
O diretor é de uma das famílias mais influentes e privilegiadas do país. Seu pai, Walter Moreira Salles, foi um importante banqueiro e diplomata brasileiro que fundou o Unibanco (atual Itaú Unibanco) e o Instituto Moreira Salles (IMS), uma das principais instituições dedicadas à preservação e promoção das artes no Brasil
Seu irmão João Moreira Salles também se destacou no campo cultural, sendo um documentarista premiado e fundador da revista Piauí, referência no jornalismo brasileiro.
Walter Salles sempre procurou usar o cinema como uma ferramenta para contar histórias profundamente humanas e socialmente relevantes. Seu trabalho, muitas vezes, explora a realidade de pessoas fora do universo privilegiado no qual cresceu.
O Portal Estratégia Vestibulares listou nove filmes do cineasta que podem ser usados como repertório sociocultural nas redações dos vestibulares e do Enem. Embarque nesta viagem cinematográfica e fique preparado para as provas!
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Ainda Estou Aqui (2024)
O filme, indicado como Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro 2025, foi baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva que retrata a história de Eunice Paiva, sua mãe, interpretada por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro em diferentes fases da vida.
Ambientado no início dos anos 1970, durante o endurecimento da ditadura militar no Brasil, a obra acompanha a família Paiva: o pai, Rubens (Selton Mello), a mãe, Eunice, e seus cinco filhos.
A narrativa se aprofunda após o desaparecimento de Rubens, um ex-deputado cassado após o golpe de 1964, sequestrado pelo regime militar e nunca mais visto. Eunice, então, precisa se reinventar e traçar um novo destino para si e para os filhos, enfrentando os desafios impostos pela ditadura militar.
Vale comentar que Eunice Paiva, símbolo da resistência e luta pelos direitos humanos no Brasil, se formou em Direito aos 47 anos e, além de se tornar uma advogada respeitada, foi uma das poucas a se especializar em Direito Indígena no país.
O filme pode ser usado em redações que abordam temas como repressão política, violação de direitos humanos, luta por justiça, os impactos da ditadura militar na sociedade brasileira, a importância da memória histórica e o papel da mulher na luta por direitos civis.
Em Que Tempo Vivemos? (2017)
“Em Que Tempo Vivemos?” é um filme composto por cinco segmentos dirigidos por cineastas dos países do BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Cada segmento explora a relação entre tempo e amor sob diferentes perspectivas culturais e sociais.
O segmento brasileiro, intitulado “Quando a Terra Treme” e dirigido por Walter Salles, aborda o desastre socioambiental ocorrido em Mariana, Minas Gerais, em 2015. A trama segue Luciana (Maeve Jinkings), uma professora que perde contato com o marido no dia da tragédia e, junto com seu filho, enfrenta as consequências desse evento devastador.
O filme aborda temas como desastres ambientais, responsabilidade socioambiental, os impactos humanos de catástrofes ecológicas, a luta por reconstrução pessoal e comunitária, sustentabilidade, ética ambiental, a importância da memória coletiva e as relações humanas.
Jia Zhangke, um Homem de Fenyang (2014)
O documentário dirigido por Walter Salles explora a vida e a obra do cineasta chinês Jia Zhangke, um dos mais influentes nomes do cinema contemporâneo.
O filme acompanha Jia em uma jornada por sua cidade natal, Fenyang, e outros locais importantes para sua carreira, enquanto reflete sobre suas influências, memórias e o impacto das mudanças sociais na China moderna.
Por meio de entrevistas, imagens de bastidores e trechos de seus filmes, Salles constrói um retrato sensível e detalhado do diretor, destacando como sua arte dialoga com a transformação cultural e econômica do país.
Jia Zhangke utiliza sua obra para documentar as profundas transformações sociais na China, assim como Salles, com sua sensibilidade, destaca a relevância do cinema como instrumento de reflexão e registro histórico.
Esse paralelo permite discutir como a arte pode questionar desigualdades, resistir à homogeneização cultural e valorizar a memória das comunidades marginalizadas, temas recorrentes em questões e redações dos vestibulares.
Na Estrada (2012)
O filme é uma adaptação do clássico romance On the Road (1957), de Jack Kerouac, que acompanha a jornada de Sal Paradise (Sam Riley), um jovem escritor inspirado por sua amizade com Dean Moriarty (Garrett Hedlund), um espírito livre, e sua namorada, Marylou (Kristen Stewart).
Em busca de liberdade, autoconhecimento e novas experiências, eles atravessam os Estados Unidos, explorando a contracultura dos anos 1940 e questionando as convenções sociais.
A obra pode ser citada em redações ao abordar temas como liberdade, juventude, contracultura, busca por identidade, a inquietação dos jovens em relação a normas sociais, a importância da arte como reflexo de movimentos culturais e a busca por novas perspectivas diante de um mundo em constante mudança.
Linha de Passe (2008)
O filme, dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, é um drama social que narra a vida de quatro irmãos que enfrentam desafios na periferia de São Paulo enquanto tentam construir suas identidades e sonhos.
A mãe, Cleuza (Sandra Corveloni), está grávida do quinto filho e trabalha como empregada doméstica, lutando para sustentar a família. Cada irmão segue um caminho distinto: Dênis (João Baldasserini), motoboy e pai de um filho que ele mal consegue sustentar; Dario (Vinícius de Oliveira), que sonha ser jogador de futebol; Dinho (Geraldo Rodrigues), que busca consolo na religião; e Reginaldo (Kaique Jesus Santos), obcecado por encontrar o pai que nunca conheceu.
A obra pode ser usada em redações para abordar temas como desigualdade social, mobilidade urbana, violência, os desafios da juventude nas periferias, exclusão social, meritocracia e o impacto das estruturas familiares no desenvolvimento humano.
Além disso, a busca de cada personagem por identidade e pertencimento permite discutir questões de sonhos e limitações impostas por fatores econômicos e sociais.
Diários de Motocicleta (2004)
Dirigida por Walter Salles, essa é uma coprodução internacional, vencedora do BAFTA de Melhor Filme em Língua Não Inglesa, que narra a jornada de Ernesto “Che” Guevara (Gael García Bernal) e seu amigo Alberto Granado (Rodrigo de la Serna) pela América do Sul em 1952.
Baseado nos diários de viagem de Guevara, o filme retrata a aventura dos dois jovens em busca de liberdade e autodescoberta, mas que acabam confrontados com as desigualdades e injustiças sociais do continente. Essa experiência transforma profundamente Ernesto, plantando as sementes de sua futura ideologia revolucionária.
Diários de Motocicleta pode ser citado relacionado a temas como desigualdade social, empatia, engajamento político, a importância do espírito crítico e da responsabilidade coletiva e o impacto das experiências individuais na formação de líderes e movimentos políticos.
Além disso, a jornada de Guevara e Granado é um exemplo de como a vivência e o contato direto com realidades adversas podem ampliar a consciência social e incentivar mudanças significativas na forma de enxergar o mundo.
Abril Despedaçado (2001)
A obra, indicada ao Globo de Ouro e ao BAFTA como Melhor Filme Estrangeiro, é uma adaptação cinematográfica do romance homônimo de Ismail Kadaré. Ambientado no sertão nordestino do Brasil, o filme se passa em uma época marcada por ciclos de vingança e violência entre famílias.
A história segue os irmãos Tonho (Rodrigo Santoro) e Duda (Vinícius de Oliveira), que são parte de uma família envolvida em uma disputa histórica com a família rival. Quando o pai de Tonho é assassinado, ele se vê forçado a seguir o código de honra da vingança, gerando um ciclo de ódio que parece impossível de ser quebrado.
O filme pode ser usado para discutir a persistência de ciclos de violência em contextos de desigualdade social e histórica, e a necessidade de interromper esses ciclos através da educação, da reflexão ética e do compromisso com a paz.
Central do Brasil (1998)
O filme, vencedor do Globo de Ouro de 1999 na modalidade Melhor Filme Estrangeiro, acompanha a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que trabalha como escrevente no Rio de Janeiro, ajudando pessoas analfabetas a escrever cartas para entes queridos.
Após um trágico evento, ela acaba se envolvendo na vida de Josué (Vinícius de Oliveira), um menino de 9 anos que perdeu sua mãe e está em busca do pai, no nordeste do Brasil. Juntos, eles embarcam em uma viagem de trem que os leva por diversas paisagens e situações emocionais.
O filme coloca em evidência a relação entre duas pessoas de diferentes gerações e classes sociais, mostrando como a empatia pode superar barreiras e transformar vidas. A busca de Josué por seu pai também é uma metáfora para a busca de identidade e pertencimento, temas recorrentes em questões sobre a importância da família e da educação.
Além disso, o filme permite reflexões sobre a realidade dos migrantes e das populações em situação de vulnerabilidade, oferecendo um ponto de partida para debates sobre justiça social, dignidade humana e os desafios da desigualdade no Brasil.
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Terra Estrangeira (1995)
Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, o drama filmado em preto e branco se passa nos anos 90, em meio a um Brasil marcado pelo caos da era Collor, e acompanha Paco (Fernando Alves Pinto), que decide viajar para Portugal após a morte de sua mãe, levando consigo uma encomenda misteriosa.
Em Lisboa, ele se envolve com Alex (Fernanda Torres), uma brasileira que é namorada de Miguel (Alexandre Borges). Juntos, eles acabam se envolvendo em um esquema de contrabando e tentam fugir para a Espanha.
O filme discute a desilusão nacional, retratando um Brasil afundado em meio à inflação descontrolada e medidas econômicas confusas. Ao mesmo tempo que expõe uma nação em declínio, ele explora os sonhos de seu povo em meio às transformações.
Vale ressaltar que a obra foi realizada durante um período de severo corte nos incentivos à produção cultural, imposto pelo então presidente Fernando Collor.
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