9 temas de redação sobre esportes para vestibulares e Enem

9 temas de redação sobre esportes para vestibulares e Enem

Democratização do acesso ao esporte, o entusiasmo pelo futebol e a relação entre manifestações políticas e eventos esportivos estão entre os temas citados; veja todos no artigo abaixo

As Olimpíadas de Paris já terminaram, mas o espírito esportivo ainda está ativo em muitos brasileiros que acompanharam os Jogos e nossos atletas. Além disso, cada vez o País enfrenta uma onda de incentivo ao esporte e à prática de exercícios físicos, com o boom de academias espalhadas pelas cidades.

Dados da International Health Racquet & Sportsclub Association (IHRSA, que em português se chama Associação Global de Saúde e Fitness) apontam que o Brasil é hoje o segundo país com o maior número de academias no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Soma-se tudo isso ao fato de que o brasileiro tem no futebol uma paixão nacional, com números altos em audiência e investimento, além do impacto cultural gerado pelo esporte, tornando-o um assunto corriqueiro nas rodas de bares, em reuniões familiares e eventos públicos, pontos que fazem com que os esportes sejam uma pauta possível de aparecer nos vestibulares e em temas de redação.

Dentre os temas citados abaixo estão a democratização do acesso ao esporte, o entusiasmo pelo futebol e o comportamento social gerado a partir desse ponto, a relação entre manifestações políticas e eventos esportivos, a discussão sobre atletas transexuais e suas participações em competições esportivas, entre outros.

Ainda que as bancas dos vestibulares por todo o Brasil, e até mesmo do Enem, sejam diferentes, os temas propostos podem ser adaptados para as características da prova que você pretende realizar. Portanto, fica o exercício de compreender alguns cenários em que o esporte e a prática de exercícios físicos podem aparecer como tema de redação.

Convidamos o professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade, para comentar os temas e ampliar ainda mais o repertório formado no artigo abaixo. Confira!

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Atletas transexuais devem participar de esportes competitivos sob o novo gênero? (Famema 2019)

Na edição 2019, o vestibular da Famema trouxe a discussão sobre atletas transexuais e como as competições esportivas tratam o assunto, algumas, inclusive, limitando a atuação desses profissionais. O centro do debate foi a discussão sobre a jogadora de vôlei transexual Tifanny Abreu, que teve grande repercussão na época.

Foram utilizados quatro trechos de textos diferentes para embasar os alunos na discussão, com pontos de vista diferentes entre eles: “Caso Tifanny: Proibir transexuais no esporte é solução?”, “Médicos que liberaram Tifanny acham que ela não deveria atuar no feminino”, “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional” e “Afinal, atletas transexuais têm mais força que as jogadoras cisgênero?”.

A banca solicitou um texto dissertativo sobre o tema, que permitia três possibilidades de argumentação, resumindo-se em: atletas transexuais devem participar de esportes competitivos, não devem participar e, por fim, podem participar, mas com ponderações. 

O estímulo e a democratização do esporte (Simulado Enem 2021)

Em um dos simulados para o Enem 2021 houve a discussão sobre a democratização do esporte e seus benefícios nas vidas de jovens e adolescentes. Discussões sobre o surgimento de novas tecnologias e consequente diminuição no interesse de práticas esportivas, obesidade infantil, políticas públicas de incentivo ao esporte e a inclusão social proporcionada pela prática esportiva foram citadas.

Dentre os textos de apoio que foram utilizados estão trechos do artigo “Saiba a importância de incentivar o adolescente a praticar o esporte”, dados e informações da reportagem “Pesquisadores apontam problemas na formação de jovens atletas no Brasil” e infográfico sobre a idade em que as pessoas começaram a praticar esporte, destacado logo abaixo. 

A relação entre o entusiasmo pelo futebol e o comportamento social e característico de grande parte da sociedade brasileira (Unicamp 1989)

Em 1989, a Unicamp contava com três possibilidades de temas distintos e cabia ao candidato escolher o seu preferido para redigir a redação. Um dos temas do ano abordava o futebol e como o brasileiro se comportava a partir desse prisma, solicitando um texto dissertativo.

Um dos trechos citados para embasar os alunos foi retirado do livro “O negro no futebol brasileiro” de Mário Filho, e com prefácio de Gilberto Freyre, veja:

"O desenvolvimento do futebol, não um esporte igual aos outros, mas uma verdadeira instituição brasileira, tornou possível a sublimação de vários daqueles elementos irracionais de nossa formação social e de cultura. A capoeiragem e o samba, por exemplo, estão presentes de tal forma no estilo brasileiro de jogar futebol que de um jogador(...) como Domingos (...) um crítico da argúcia de Mário Filho pôde dizer que ele está para o nosso futebol como Machado de Assis para a nossa literatura…”

Além disso, duas frases, retiradas dos livros “Futebol e Ideologia”, de Luiz Eduardo Soares e “Os milagres do futebol”, de Roberto da Matta, foram utilizadas. Veja-as, respectivamente:

"O grande empreendimento do futebol não é uma máquina lúdica: o resultado deverá ser sempre o lucro.'' — Futebol e Ideologia
''Conforme já decretou a elite (...) o futebol espécie de suor azedo de um sistema social sem salvação." — Os milagres do futebol

Para fechar, o poema “O futebol brasileiro evocado na Europa”, de João Cabral de Melo Neto, também estava na coletânea:

''A bola não é a inimiga
como o touro, numa corrida;
e embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco,
não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão."

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Vestimentas religiosas no esporte: legitimação da opressão ou liberdade de manifestação religiosa? (Unifesp 2020)

A discussão, voltada mais fortemente ao islamismo, trouxe o uso de vestimentas religiosas femininas nas práticas esportivas, como tema de redação do vestibular Unifesp 2020. Pontos como a proibição do uso do hijab na França, por ser algo considerado elemento opressivo no mundo ocidental, reações políticas distintas e como as marcas esportivas estão reagindo a isso, foram levantados.

Dois textos de apoio foram citados (veja os trechos abaixo) e traziam falas e reações sobre o tema na França, solicitando aos candidatos que escrevessem um texto dissertativo-argumentativo abordando o assunto e suas considerações.

+ Confira os temas de redação da Unifesp dos anos anteriores

Eventos esportivos e manifestações políticas (Simulado Geral 2020)

Um dos simulados gerais do Estratégia Vestibulares discutiu algumas reações entre eventos esportivos e manifestações políticas que ocorrem neles. Uma delas, citadas como textos de apoio, foi o artigo de autoria do jornalista e apresentador Tiago Leifert, “Evento esportivo não é lugar de manifestação política”, com opinião expressa já no título.

Além do artigo citado acima, foram utilizados trechos dos artigos “Em pão e circo às avessas, basquete americano mostra que esporte é política” e “Manifestações políticas e o marketing no esporte”, além da tese de doutorado “O entendimento de valores olímpicos por atletas olímpicos brasileiros”.

Sugestões do professor: violência das torcidas organizadas, racismo e misoginia no esporte e mais

O professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade levantou mais quatro outros temas para abrir a sua mente e ampliar o repertório de temas de redação sobre esportes, confira:

  • Como garantir que o sonho de ser jogador de futebol não se transforme em pesadelo para os jovens em formação (tema Enem);
  • Como lidar com a violência das torcidas organizadas (tema Enem, indiretamente ligado ao esporte);
  • Como lidar com o racismo ou a misoginia nos esportes (tema Enem); e
  • O esporte como fator de inserção social.

O professor comentou sobre como os quatro temas se relacionam e entram em pontos como uso da violência como recurso de sobrevivência e como o esporte, principalmente o futebol, é visto como uma das principais formas de vencer a pobreza, preconceitos e outras situações de desigualdade social.

“Essa última proposta é interessante porque permite pensar também no esporte como núcleo de argumentação. Vamos supor que você esteja considerando alguma proposta sobre violência. Usar o argumento de que o esporte foi um meio para inserir jovens que viviam em áreas de vulnerabilidade social permite desenvolver a ideia de que a violência se liga à falta de expectativa quanto ao futuro”, pontua Fernando.

Olimpíadas e temas relacionados ao evento

Fernando também incluiu como uma possível abordagem o fato de que houve Olimpíada esse ano, o que pode acabar trazendo o tema para algumas bancas.

“Há quem aposte em temáticas relacionadas ao que acontece de destaque durante o ano. Os esportes chamam a atenção por alguns motivos, como ser meio de inclusão e de ascensão social; associação à geopolítica no passado e a questões sociais e como os Jogos Olímpicos têm servido como vitrine para pautas identitárias e para a inclusão de deficientes”.

E não são só problemas os possíveis temas de redação que envolvem os esportes, como reafirma o professor: “No caso do Brasil, as Paraolimpíadas surgiram como importante fator de integração dos deficientes na sociedade. Esse é um aspecto relevante para se usar como argumento. Outro tópico relacionado ao esporte que pode ser usado como argumento ou mesmo como proposta tem a ver com a relação entre esporte, autoestima e inserção social”.

Esporte como transformação social urbana

O professor comentou também sobre como o esporte foi uma ferramenta essencial para a transformação social e redução dos índices de violência na cidade de Bogotá, capital colombiana. 

“Foram criados programas de esporte comunitário que visavam a inclusão de jovens de áreas vulneráveis. O esporte foi visto como um meio de ensinar valores como disciplina, trabalho em equipe, respeito às regras e convivência pacífica. Normalmente, esse é um recurso utilizado pelas ONGs que atuam em áreas de vulnerabilidade social, com resultados satisfatórios”.

O esporte, principalmente os mais populares, como o futebol e o basquete, por exemplo, são também uma espécie de “microcosmo da própria sociedade”, segundo Fernando, e podem gerar temas sociais e filosóficos. 

“Basta considerar o futebol no Brasil para discutir uma série de problemas que aparecem ali e vão desde desigualdade social, racismo, misoginia até meritocracia, corrupção e outros. Bom momento para refletir e fazer pelo menos uma proposta sobre o assunto, que tal?”, finaliza o professor.

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