Cultura e sociedade: período colonial do Brasil

Cultura e sociedade: período colonial do Brasil

A história do Brasil é permeada por séculos de colonialismo, quando os portugueses tinham ampla influência na construção dos costumes, na distribuição das classes e dos valores sociais. No panorama histórico, a cultura e sociedade do período colonial brasileiro estão cheias de relações com os hábitos, religiões e culinária europeias.

A sociedade contemporânea carrega marcas do colonialismo, do período regionalista e todas as bases históricas influenciadas por diferentes etnias que se estabeleceram na nação ao longo do tempo. 

Diante disso, é relevante reconhecer as marcas culturais de cada um desses períodos da história brasileira, discriminando a ação dos colonizadores e outros povos que conviveram no país ao longo do tempo. Para te ajudar com isso, a Coruja preparou este texto que descreve as principais características da cultura e da sociedade do período colonial brasileiro. Leia mais!

Período colonial do Brasil

Ao todo, o período colonial do Brasil durou 322 anos, entre 1500 e 1822. Ou seja, desde o momento em que os portugueses descobriram o território, até a conquista da Independência em 7 de setembro de 1822. Há estudos que demonstram que entre 1500 e 1530, não havia uma estratégia consolidada de colonização, então, alguns historiadores consideram que o período colonial iniciou-se, de fato, apenas em 1530, com as capitanias hereditárias.

Portugal era a metrópole que dominava o cenário durante essa época, de forma que exploravam a terra, as riquezas minerais e também os povos nativos que aqui viviam. Ainda, ao longo do tempo, os lusitanos foram responsáveis por trazerem pessoas escravizadas, especialmente do continente africano, para as terras brasileiras. Esses indivíduos eram explorados no trabalho para garantir maior acúmulo de riquezas para a metrópole portuguesa. 

Organização da sociedade colonial

A sociedade colonial era extremamente estratificada e hierarquizada, ou seja, cada classe social tinha uma posição específica, que não tinha muitas chances de ser alterada ao longo do tempo. Essa divisão social tão marcante era visível no cotidiano, do ponto de vista financeiro, cultural, comportamental e até mesmo na divisão do território.

No topo da pirâmide social estava a elite colonial, composta por grandes proprietários de terras (latifundiários) e suas famílias. Donos das fazendas e sítios, esses povos geralmente tinham relação importante com Portugal: portugueses ou descendentes de portugueses. 

Tinham poucas funções profissionais e suas riquezas eram conquistadas às custas de trabalho escravo e/ou servil. Especialmente porque tinham lavouras, plantios, engenhos, dominavam minas de metais preciosos, ou outras atividades que eram lucrativas no período — nesses ambientes atuavam os trabalhadores compulsórios, que ocupam a base, posição mais baixa, da hierarquia social. 

Existiam na época também, trabalhadores livres, que não estavam em condições compulsórias de trabalho. Geralmente eram mestiços, que trabalhavam na pecuária para proprietários com lotes de terra em menores tamanhos e que não tinham tanto poder social como os latifundiários. 

Em cada momento e espaço econômico da colonização, ainda, a hierarquia social era marcada por uma figura de elite principal. Por exemplo, na economia mineradora, os proprietários das minas tinham maior poder; nas regiões em que a pecuária era predominante, a quantidade de gado marcava soberania; e nas monoculturas, a figura central era o dono da terra. 

No meio da construção hierárquica estavam os trabalhadores livres, que não necessariamente trabalhavam na atividade econômica principal, mas forneciam serviços “secundários” para a manutenção da civilização. Eram oficiais de governo, tropeiros, soldados, clérigos, burocratas e outros profissionais liberais.

Vida cotidiana

Apesar de haver grande marco social em algumas áreas, a alimentação no período colonial brasileiro não era extremamente abundante. Embora a elite alimentava-se com materiais de maior qualidade que os escravizados, nenhum deles tinha grandes luxos nutritivos. As carnes geralmente eram conservadas no sol. Legumes e frutos eram escassos, mas havia uma valorização da ingestão de doces. 

Se a alimentação trazia certa homogeneidade entre os indivíduos, as vestimentas marcavam bastante a desigualdade social entre os diferentes grupos sociais. Mulheres e homens da elite usavam tecidos renomeados, caros e de luxo, para demarcar seu poder dentro da sociedade colonial. Essas roupas eram ostentadas em eventos da alta sociedade, nas grandes residências da elite colonial. 

Por outro lado, os escravizados eram alocados nas senzalas, ranchos ou outros espaços semelhantes com infraestrutura precária. Lá, esses indivíduos não podiam guardar muitos pertences, e tinham pouca área para a movimentação, além de que dormiam em esteiras ou camas de má qualidade. Para vestimenta, tinham poucas peças, feitas de tecidos de má-qualidade e que deveriam durar cerca de um semestre, quando receberiam novos “uniformes”.

Outro aspecto relevante da sociedade colonial é que, para a escravização dos povos a violência era uma “ferramenta” muito utilizada pela elite. Punições públicas, castigos e repressões físicas eram aplicadas àqueles que se opunham às ordens e carga de trabalho excessivas. 

Manifestações culturais no período colonial 

Uma das principais construções socioculturais de um povo é a língua e, no período colonial brasileiro, a linguagem tornou-se extremamente miscigenada. Uma mistura entre as diferentes línguas indígenas e o português de Portugal permitiu o surgimento de novos vocábulos, que ainda estão presentes no Brasil atual. Posteriormente, com a implantação da mão de obra escravizada dos africanos, os dialetos afrodescendentes também participaram dessa mistura de vocabulários.

Do ponto de vista artístico, a cultura do período colonial é muito rica devido à mistura de diferentes ritmos, pinturas, danças e lutas. Dentro dos engenhos de açúcar, das minas de metais preciosos e outros ambientes de trabalho, a música, os passos de dança e até mesmo a culinária de africanos, indígenas e portugueses formavam uma nova manifestação cultural.

Foi assim que surgiram marcos típicos da cultura brasileira até os dias atuais, como a capoeira e a feijoada. Ao mesmo tempo, nos locais em que predominava a presença da elite, havia grande produção de arte academicista, como nas artes plásticas e arquitetura.

A religião é outro tópico importante na caracterização de uma cultura e, durante o Brasil colônia, a fé professada pelos portugueses era o catolicismo, que espalhou-se no território. Antes da chegada dos europeus, os indígenas já tinham suas crenças, assim como os africanos trazidos de seu continente. 

Essa mistura de etnias e povos resultou no sincretismo religioso, de forma que as religiões afrodescendentes e indígenas foram “misturadas” ao catolicismo. Até porque, muitas vezes a Igreja agia de maneira a conter manifestações religiosas não-católicas. Por conta disso, “miscigenar” suas religiões à fé católica, geraria menos perseguição.

+ Veja também: Sociologia no Brasil: principais temas e autores clássicos

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