A Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pelo processo seletivo de ingresso na Universidade de São Paulo (USP), divulgou nesta quarta-feira (18) um novo programa de disciplinas, que entrará em vigor a partir do vestibular 2026.
De acordo com a Fuvest, a alterações nos tópicos cobrados em cada matéria visam adequar o pograma de disciplinas do vestibular às legislações vigentes e ao conteúdo previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As prova do Vestibular Fuvest continuarão tendo o mesmo número de questões, entretanto, os itens terão ainda mais interdisciplinaridade. Além disso, passarão a ser exigidas de forma mais direta matérias de Filosofia, Sociologia, Artes e Educação Física, e a redação poderá incluir outros gêneros textuais, além do atual dissertativo-argumentativo.
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Quais as motivações da Fuvest?
Entrevistamos o professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade, sobre as mudanças. Para ele, a justificativa de utilização de esquemas prontos para a produção da redação não é um argumento que se sustenta. “Se considerarmos o que está na BNCC e o que se exige atualmente no ensino brasileiro, era previsível que, em algum momento, a Fuvest incluísse propostas baseadas em gêneros textuais”.
“A BNCC exige que o aluno, ao sair do ensino médio, seja capaz de dominar diferentes mecanismos linguísticos com várias finalidades, o que está diretamente relacionado à ideia de gêneros textuais”, pontua o professor.
Ainda segundo Fernando, a exigência de gêneros textuais distintos pode permitir uma maior liberdade aos candidatos, como acontece na UFU, por exemplo. “Nesses casos, o candidato pode escolher como se posicionar, especialmente em gêneros como carta aberta, artigo de opinião, editorial, entre outros. Já a narrativa, que tem um formato próprio, raramente é explorada nos vestibulares”.
Teremos mais de uma redação na Fuvest 2026?
O documento utiliza a expressão “mais de um”, ao se referir a redação, o que deixa uma dúvida no ar, como pontua o professor. “A banca vai permitir ao candidato escolher, como ocorre na Unicamp, ou vai pedir que o aluno faça duas ou três produções curtas como a UFPR faz?”
Para Fernando, a mudança precisa ser feita com calma, já que 2026 será o primeiro ano de aplicação do novo modelo e não há, pelo menos por enquanto, um rol de gêneros definidos, ou sequer a definição se um rol será adotado pela banca. “Do ponto de vista do aluno, essa mudança provoca ansiedade e insegurança”. Fica no ar se a banca vai pedir que o candidato produza um ou dois textos”, opina.
Como são as provas do Vestibular Fuvest?
O Vestibular Fuvest é composto de duas fases, além das provas de habilidades específicas exigidas para alguns cursos, divididas da seguinte forma:
1ª fase
Composta por uma prova objetiva com 90 questões de múltipla escolha. Cada questão tem o peso de 1,0 ponto e os candidatos têm cinco horas para resolvê-las. As matérias cobradas nesta prova são:
- Biologia;
- Física;
- Geografia;
- História;
- Inglês;
- Matemática;
- Português;
- Química; e
- Questões interdisciplinares.
2ª fase
Já a segunda fase, é dividida em dois dias de aplicação, nos quais são aplicadas duas provas discursivas de Conhecimentos Específicos, com quatro horas de prova em ambos os dias.
No primeiro dia é feita a prova de redação dissertativa-argumentativa e mais 10 questões dissertativas de Língua Portuguesa, que envolvem compreensão e interpretação de textos, gramática e literatura.
No segundo dia de prova, por sua vez, o exame varia de acordo com qual carreira o candidato escolher no período de inscrição. Ao todo somam 12 questões, acompanhe as variantes da segunda prova:
- 2 disciplinas: seis questões de cada;
- 3 disciplinas: quatro questões de cada; e
- 4 disciplinas: três questões de cada.
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