Redação Unesp 2022: saiba como funciona

Redação Unesp 2022: saiba como funciona

Entrevistamos a professora de redação Carol Mendonça para saber mais sobre a redação do vestibular da Unesp 2022. Veja!

Com a proximidade da segunda fase do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) 2022, muitos candidatos voltam suas atenções à redação, uma das partes da prova, que acontecerá no dia 19 de dezembro de 2021.

Ao todo, são mais de 180 cursos de graduação disponíveis na instituição, que se faz presente em 24 municípios do estado de São Paulo. No total são 7.690 vagas oferecidas no processo seletivo.

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Para te ajudar com as dúvidas sobre a redação da Unesp 2022, falamos com Carol Mendonça, professora de redação do Estratégia Vestibulares. Além de alguns toques, Carol sugeriu alguns temas que podem cair na prova. Vamos lá?

Como funciona o segundo dia da Unesp 2022?

Desde o vestibular 2021, devido à pandemia, a segunda fase do vestibular Unesp conta com 60 questões objetivas de múltipla escolha e uma redação. Seu horário vai das 14h às 19h. A prova objetiva tem peso de 72 e a redação de 28 pontos, totalizando 100 na nota final. 

Ao todo são 20 questões de Linguagens e Códigos, 20 de Ciências Humanas e 20 de Ciências da Natureza e Matemática, além, claro, da redação.

Como será a redação da Unesp?

A Unesp segue uma proposta muito comum em vários vestibulares que é o modelo dissertativo-argumentativo, em que o candidato precisa refletir sobre o tema proposto e defender um ponto de vista sobre ele, de maneira impessoal e formal.

Carol Mendonça, professora de redação do Estratégia, contextualiza o formato. “Vai precisar daquele padrão de introdução, desenvolvimento e conclusão de um assunto que se encaixe dentro do tema proposto pela banca”.

A professora também pontuou sobre como assimilar a proposta da instituição. “Dentro do tema que a banca vai propor, a gente vai encontrar um assunto que seja coerente, importante e que tenha relevância coletiva. E a gente vai defender esse tema que a gente encontrou dentro do tema proposto”.

Segundo Carol, nesse modelo, o tema precisa aparecer na redação logo na introdução, para que o corretor saiba quais serão os caminhos tomados para a defesa de ideias. Na argumentação, é necessário explicar, com repertórios socioculturais e dados, tudo o que foi citado anteriormente. 

Já na conclusão, o objetivo é mostrar como as ideias propostas são benéficas ao país ou ao mundo, a depender da abrangência proposta pela prova. Tudo isso com uma média de 25 a 30 linhas, para que haja a possibilidade de nota máxima — segundo o próprio manual do candidato, somente redações com mais de 20 linhas podem alcançá-la.

Como a mudança de formato da prova pode afetar o desempenho?

Antes da pandemia, o vestibular da Unesp tinha um formato diferente do modelo atual. A segunda fase, anteriormente contava com 12 questões discursivas de cada área (12 de Ciências Humanas, 12 de Ciências da Natureza e Matemática e 12 de Linguagens e Códigos), além da redação, divididas em dois dias.

Agora, as questões discursivas dão lugar a 60 perguntas de múltipla escolha, e tudo é feito em um único dia. Carol avalia a mudança. “Tem um esforço maior, porém a gente sabe que não é impossível, a gente faz isso no segundo dia do Enem também. Inclusive, muitas questões da parte de linguagem, muitos assuntos, dados e informações podem ser úteis para o processo argumentativo da argumentação da redação”.

Quais são as diferenças entre as redações da Unesp e do Enem?

A principal diferença citada por Carol é a não obrigatoriedade da conclusão no caso da Unesp, já que o item é cobrado no Enem. “Na Unesp não tem aquela estrutura exigida de conclusão, agente, aplicabilidade e finalidade da proposta. Mas se quiser fazer, pode, e eu acho que fica muito bom”.

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Carol também chama a atenção para o cuidado necessário com a redação da Unesp. “O processo de correção dela talvez seja menos específico que o do Enem, então você fica mais solto e isso é mais perigoso. Os critérios do Enem são bem divididos e a pontuação entre eles é bem específica, mas é só manter o padrão que vai dar certo”.

“Você tem que fazer bonitinho a sua introdução, desenvolvimento e conclusão com número uniforme de linhas, de maneira impessoal, sempre tratando na terceira pessoa, então você não fala de alguém, você fala do brasileiro, do cidadão, as pessoas… sempre de uma maneira generalizada e da maneira mais formal que você conseguir, assim como no Enem também”, pontua.

Veja alguns palpites de tema da redação da Unesp levantadas pela Carol

Na avaliação da professora Carol Mendonça, “os últimos temas todos foram relacionados a problemas que parecem subjetivos, parecem abstratos e genéricos, mas sua base e sua essência estão ligados basicamente aos problemas que o Brasil enfrenta”.

No vestibular Unesp 2020 o tema foi “tempo é dinheiro”, que falava sobre como a qualidade de vida do trabalhador pode ser positiva para o país. Tempo para que essa pessoa invista em crescimento, na família, nos estudos, por exemplo.

“Quando você tem o trabalhador que descansa mais, ele rende mais, se ele rende mais ele traz mais lucro, se ele traz mais lucro a empresa cresce, se a empresa cresce, tem mais dinheiro no mercado, tem mais dinheiro no mercado, a economia cresce também. Então é sempre levar o tema para algo que seja do interesse coletivo, para crescimento da sociedade, para o crescimento do país, ou para a nossa evolução como pessoas mesmo”, propõe a professora.

Veja abaixo os seis temas citados por Carol como palpites para a Unesp 2022:

Bolha informacional, perigos e desafios da era da internet

“Seria um tema que trata sobre o quão perigoso é ficarmos presos nas redes sociais a páginas, grupos e pessoas que pensam da mesma maneira. Você só recebe informações de um ponto de vista e acaba achando que o mundo se resume a aquilo ali. O quanto isso é perigoso e o quanto a gente precisa estar alinhado com todo o tipo de opinião e informação, a checagem das informações, e não apenas pontos de vista de pessoas que tem seus lados, suas preferências, sua maneira de ver o mundo”.

A importância do investimento na ciência

“Acredito em textos motivacionais relativos à pandemia ou à crises no sistema sanitário e de saúde, que possam dar essa oportunidade do aluno citar a crise do coronavírus e outras crises similares mostrando como a importância no investimento em saúde, em ciência, em pesquisa no Brasil e no mundo”.

A inserção dos meios tecnológicos no processo de formação cidadã dos alunos

“Alguma coisa que trate sobre como a gente precisa, cada vez mais, inserir os aparatos tecnológicos e a internet no processo de educação nas escolas. O quanto isso hoje é essencial e o quanto isso vai fazer com que a gente tenha uma formação ainda melhor. A época do medo da internet, da proibição do celular e da dificuldade dos computadores já passou. A partir de agora a gente precisa de uma sociedade organizada que compreenda e abrace essa geração nativa digital, porque as crianças já nascem sabendo mexer nas coisas e elas precisam de incentivo e orientação para fazer isso da maneira correta. A internet não é um monstro se tiver orientação e disciplina no seu uso”.

O papel da escola e da família na luta contra o preconceito

“Pode se subdividir em algum grupo (que sofre preconceito, como racismo, homofobia, gordofobia…), mas de uma maneira geral: qual é o papel da escola e porque ela sozinha não consegue alcançar, não consegue concluir esse papel da luta contra o preconceito. Apenas com o apoio da comunidade escolar, da família, dos pais, dos representantes legais, da mídia, do governo… apenas com a união geral das forças e dos agentes de atuação a gente consegue de fato ter uma luta verdadeira, oficial contra o preconceito”.

A importância do voto

“Um tema que nos dê a oportunidade de falar sobre o quanto é importante que as pessoas participem do processo democrático, o quanto esse processo precisa ser defendido, a sua verosimilhança, a sua transparência e a sua recorrência. Por que é importante que a gente vote, que a gente escolha representantes, não anule, não deixe o voto em branco e participe de fato do processo democrático”.

Consciência ambiental

“A importância da prática cidadã além da cobrança às empresas, ao governo e às grandes instituições. O que um cidadão brasileiro pode e deve fazer nesse âmbito. Como conscientizar, fazer as pessoas entenderem a importância do seu papel, ainda que individual”.

Dicas para mandar bem naredação da Unesp 2022

Sabemos que você se preparou muito para esse momento, mas ainda assim sempre tem uma coisinha que você pode desenvolver nesses dias. Veja alguns conselhos da professora.

“Ainda que você tenha feito bastante questões de provas anteriores, principalmente as provas 21, 20 e 19, que tem essa carinha de novidade, refaça as questões, preste atenção nas abordagens. Se tiver algum assunto do qual você não lembra, dê uma revisada, vale a pena sempre.”

Uma outra dica passada pela professora é estar atualizado sobre o que acontece no mundo que pode te ajudar na construção da redação e se preocupar em como converter qualquer assunto em argumento, não apenas em qual será o tema da prova.

“Se você assistiu a algum filme nessa reta final, como ele pode ilustrar algum assunto de importância nacional. Se você viu uma série, uma música… como você poderia conectar aquilo ali com algo que seja importante para todo mundo. Esse pensamento crítico é decisivo na hora do processo criativo da redação, então, vale a pena treinar”.

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