Dia internacional da educação: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

Dia internacional da educação: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

O Dia Internacional da Educação é comemorado em dois dias distintos; confira mais detalhes sobre o assunto e desenvolva seu repertório sociocultural

O dia internacional da educação é comemorado em dois dias distintos por ano: 24 de janeiro e 28 de abril. A primeira data tem como motivação uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em 2018, e que teve como uma das determinações a criação da data. Já a segunda, diz respeito a um compromisso internacional, firmado no dia, em 2000, na capital do Senegal, Dacar, durante o Fórum Mundial de Educação.

Nesse evento, mais de 150 países ao redor do mundo se comprometeram em desenvolver a educação em seus territórios, com foco principal no combate à alfabetização. 

As escolas surgiram no Brasil em 1549, em Salvador, na Bahia, sob organização jesuítica do padre Manoel da Nóbrega, e com fins de catequização dos indígenas para o catolicismo. Em 1554 foi construído um colégio jesuíta na Vila Piratininga, local que marca o começo da futura cidade de São Paulo, ainda que não coincida com a fundação da atual capital paulista.

A educação da elite também era feita nesses colégios, mas a educação em faculdades e em outros níveis de conhecimento era feita no exterior. Confira mais detalhes e informações sobre a educação no Brasil e amplie seu repertório cultural sobre o assunto, abaixo.

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Dados sobre a educação no Brasil

O Censo Escolar 2023 foi divulgado e trouxe algumas informações relevantes para a educação brasileira. O número de matriculados no Ensino Médio (EM) com atividades escolares igual ou superior a 35 horas semanais é de 20,4%, número que, em 2019, era de 11,3%.

Houve também uma ligeira queda nas matrículas do EM, mas o Ministério da Educação (MEC) considera o número esperado, já que houve aumento nas taxas de aprovação no período da pandemia.

Ainda assim, quase nove milhões de brasileiros na faixa etária dos 18 a 29 anos não concluíram o Ensino Médio. Ao somar todas as faixas etárias, esse número ultrapassa os 68 milhões. A evasão escolar notada no EM é de 7% nos alunos que ingressam no 1º ano e desistem dos estudos sem completar essa etapa.

Até por conta disso, o governo criou o programa de incentivo financeiro-educacional chamado “Pé-de-meia”, com o objetivo de reduzir a desigualdade entre jovens do EM. O projeto cria uma poupança para os alunos conforme eles avançam nos estudos até o diploma de formação do Ensino Médio.

Confira mais temas relacionados à educação que podem cair nos vestibulares

A desigualdade social, citada acima, é vista como um dos grandes problemas do Brasil, sendo recorrente também na educação, mas não só ela faz parte do assunto. Confira alguns temas.

Desigualdade na educação Brasileira

A educação acompanha a grande desigualdade social do País e traz dados que revelam um cenário de discrepâncias. A taxa de analfabetismo caiu 0,5% entre 2019 e 2022, mas, atualmente, ainda são 9,3 milhões de pessoas com mais de 15 anos analfabetas.

O cenário atinge também as condições das escolas. Uma fiscalização feita por 32 tribunais de contas detectou que 57% das salas de aulas visitadas são tidas como inadequadas como local de estudo

A averiguação abordou aproximadamente 200 itens de infraestrutura, e os principais problemas foram itens como móveis, ventiladores e janelas quebrados, infiltrações, falhas na limpeza e higienização, além de ventilação e iluminação insuficientes.

Comparação com o resto do mundo

Há algumas iniciativas internacionais que medem o desempenho de um País em relação à sua educação, e o Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), é uma delas. A prova é aplicada em 81 países e avalia o desempenho de alunos de 15 anos em matemática, ciências e leitura.

Ainda que tenha conquistado posições de 2018 a 2022, o Brasil ainda é o 65º em matemática, 52º em leitura e 62º em ciências. O resultado foi considerado positivo, já que, com a pandemia, muitos países não conseguiram manter seus índices anteriores, algo que não ocorreu por aqui. Todavia, os números ainda são baixos.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta o baixo investimento em educação básica como um dos fatores. O Brasil é o terceiro pior nesse quesito entre quase 50 países citados pelo relatório “Education at a Glance 2023”.

Os gastos públicos do Brasil se aproximam da média da OCDE quando o assunto é Ensino Superior, índice em que o País fica à frente dos Estados Unidos e de outros países sul-americanos. 

Educação digital

O VII Estudo Global sobre o uso da tecnologia na educação – relatório Brasil 2022 entrevistou aproximadamente 43 mil professores sobre uso de tecnologias em sala de aula, e 86% deles afirmaram usar algum tipo de material digital, 64% deles como apoio. 80% dos docentes consideram que a tecnologia melhora os níveis de motivação dos estudantes.

A falta de dispositivos é apontado por 73% dos professores como o principal desafio quando o assunto é uso de tecnologias em sala de aula. Além disso, os professores afirmaram que começaram a utilizar algumas tecnologias por conta própria, apontando a falta de capacitação como uma das dificuldades encontradas.

Outra tecnologia que vem gerando debates no mundo da educação é o uso de inteligência artificial por meio de alunos, professores e também pelo poder público, principalmente após o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmar que o Estado pretende utilizar o ChatGPT para elaborar aulas digitais que serão ofertadas aos alunos da rede pública de ensino.

Tal debate não para por aí: enquanto a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tem temores sobre como as IAs podem impactar os estudos a longo prazo, há também instituições defendem que as ferramentas podem otimizar a rotina das instituições de ensino.

Os principais desafios da educação no Brasil

Em reportagem da revista Carta Capital, foram levantados os principais desafios da educação no Brasil a partir do Censo Escolar 2022. Dentre os pontos citados estão a ampliação da cobertura de atendimento em creches, garantir a aprendizagem na idade certa e reduzir o número de crianças e adolescentes que estão fora da escola.

Paulo Freire como patrono da educação brasileira

O pedagogo Paulo Freire é tido como um dos grandes nomes da ciência no mundo, com sua obra prima, “Pedagogia do Oprimido” (1968), sendo a terceira obra de humanidades mais citada no mundo, segundo levantamento de Elliot Green, especialista da London School of Economics (Escola de Economia de Londres, em tradução literal).

Seu método de alfabetização é utilizado até hoje em diversos lugares do mundo e, dentre seus prêmios, estão o Prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação e a Ciência (Unesco) de Educação para a Paz e mais de 40 títulos como doutor “honoris causa” de universidades nacionais e internacionais.

24 citações de Paulo Freire sobre educação para usar na redação

Como ser professor no Brasil?

A titulação de licenciatura é exigida para quem quer trabalhar como professor no Brasil no Ensino Infantil e Fundamental. São mais de dez cursos disponíveis no País em ciências diversas como História, Biologia, Letras, Ciências Sociais e Matemática, por exemplo. Para isso, é necessário, portanto, ingressar no Ensino Superior e concluir o curso, para depois se candidatar às vagas existentes.

Filmes e documentários sobre educação

O Portal Estratégia Vestibulares possui um artigo com 9 filmes sobre educação para incluir no repertório sociocultural.

Temas de redação sobre educação

O tema “educação básica e formação profissional: entre a multitarefa e a reflexão” foi utilizado na prova da Fuvest 2024, enquanto o tema “ações em prol do meio ambiente e educação sustentável”, foi tema na Uemg 2023.

Questões sobre educação

Famema (2020)

O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização. 

Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos. 

O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo.

Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.

Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis.

(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)

O objetivo do texto é

A analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas públicas educacionais.
B examinar práticas que visem à melhoria das condições de ensino do país.
C criticar a falta de políticas públicas em educação para atender os estados brasileiros.
D contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de inovadoras no país.
E descrever as condições do ensino no Ceará, afetado pelas restrições de renda.

Alternativa correta: B

Unicamp (2017)

Em depoimento, Paulo Freire fala da necessidade de uma tarefa educativa: “trabalhar no sentido de ajudar os homens e as mulheres brasileiras a exercer o direito de poder estar de pé no chão, cavando o chão, fazendo com que o chão produza melhor é um direito e um dever nosso. A educação é uma das chaves para abrir essas portas. Eu nunca me esqueço de uma frase linda que eu ouvi de um educador, camponês de um grupo de Sem Terra: pela força do nosso trabalho, pela nossa luta, cortamos o arame farpado do latifúndio e entramos nele, mas quando nele chegamos, vimos que havia outros arames farpados, como o arame da nossa ignorância. Então eu percebi que quanto mais inocentes, tanto melhor somos para os donos do mundo. (…) Eu acho que essa é uma tarefa que não é só política, mas também pedagógica. Não há Reforma Agrária sem isso.”

(Adaptado de Roseli Salete Galdart, Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais que escola. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p. 172.)

No excerto adaptado que você leu, há menção a outros arames farpados, como “o arame da nossa ignorância”. Trata-se de uma figura de linguagem para

A a conquista do direito às terras e à educação que são negadas a todos os trabalhadores.
B a obtenção da chave que abre as portas da educação a todos os brasileiros que não têm terras.
C a promoção de uma conquista da educação que tenha como base a propriedade fundiária.
D a descoberta de que a luta pela posse da terra pressupõe também a conquista da educação.

Alternativa correta: D

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