O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu, no último dia 10 de julho, um processo de apuração ética contra a montadora de carros Volkswagen e sua agência de publicidade. Isso porque, as empresas lançaram a campanha “VW Brasil 70: O novo veio de novo”, na qual recriam a imagem da cantora Elis Regina, falecida em 1982.
O comercial televisivo, que comemora os 70 anos da Volkswagen no Brasil, mostra Elis dirigindo um modelo da montadora, enquanto canta a música “Como Nossos Pais”, em um dueto com sua filha, a também cantora Maria Rita. A produção do filme só foi possível graças a utilização de técnicas de deepfake e de inteligência artificial (IA).
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O processo do Conar, que será julgado por uma das Câmaras do Conselho de Ética nas próximas semanas, foi motivado pela denúncia de consumidores a respeito do uso deste tipo de tecnologia em campanhas publicitárias. Veja a nota publicada pelo Conselho:
“O Conar abriu hoje, 10 de julho, representação ética contra a campanha ‘VW Brasil 70: O novo veio de novo’, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores. Eles questionam se é ético ou não o uso de ferramenta tecnológica e Inteligência Artificial (IA) para trazer pessoa falecida de volta à vida como realizado na campanha, a ser examinado à luz do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, em particular os princípios de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade. Adicionalmente, questiona-se a possibilidade de tal uso causar confusão entre ficção e realidade para alguns, principalmente crianças e adolescentes. A representação será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética do Conar, garantindo-se o direito de defesa ao anunciante e sua agência. Em regra, o julgamento é efetuado cerca de 45 dias após a abertura da representação. O Conar aceita denúncias de consumidores, assim como outras manifestações sobre a peça publicitária, bastando que sejam identificadas. Em obediência à LGPD a identidade dos denunciantes é protegida.”
Nesta primeira matéria da série de repertórios do Portal Estratégia Vestibulares, que trará textos tratando de atualidades que podem aparecer nas suas provas, reunimos tudo o que você precisa saber sobre inteligências artificiais e as implicações de seus usos. Vem conferir:
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O que é inteligência artificial e deepfake?
A inteligência artificial (IA ou “AI”, de artificial intelligence, em inglês) é uma tecnologia que permite às máquinas e aos algoritmos aprender com o comportamento humano, e com base em bancos de informações, a como tomar decisões para além de ordens especificadas. Por exemplo, se você consome muito conteúdo sobre filmes nas redes sociais, a inteligência artificial presente nos códigos de programação entenderá que essa é sua área de interesse ao navegar pela internet, e sugerirá conteúdos dessa temática ou relacionados à ela.
Outro bom exemplo é o ChatGPT, uma inteligência artificial capaz de aprender com a interação humana, e buscar informações em bancos de dados, para entregar respostas muito próximas a de uma pessoa real que domina o assunto tratado. Temos também inteligências artificiais como a Siri, da Apple, e a Alexa, da Amazon, muito presentes no nosso dia a dia.
Ou seja, as inteligências artificiais não são capazes de “pensar sozinhas”, uma vez que todo seu conhecimento é adquirido a partir de produções humanas e de suas interações com pessoas reais.
Já o deepfake, é uma ferramenta usa de uma inteligência artificial para simular rostos de pessoas em vídeos, reproduzir expressões e sincronizar movimentos. No caso da campanha da Volkswagen, uma atriz foi usada para atuar como a cantora falecida, e teve seu rosto e expressões trocados pelos de Elis durante a edição.
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Inteligência artificial no Brasil
O que diz a lei?
Atualmente, o Brasil não possui nenhuma legislação específica que trate sobre inteligências artificiais.
Em 2021, o Projeto de Lei (PL) 21/2020 foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguiu para apreciação no Senado Federal, onde ainda está em tramitação. O texto do PL, em resumo, estabelece aspectos sobre o desenvolvimento e o uso de inteligências artificiais que dependerão de regulamentação de agências especializadas e do Banco Central, colocando a responsabilidade exclusivamente sob poder da União, vetando legislações estaduais e municipais.
As orientações para regular o desenvolvimento de IAs que o texto apresenta são para uma produção com finalidade benéfica, estímulo a autorregulação, centralidade humana, não discriminação e proteção de dados pessoais, por exemplo. O texto foi elogiado pela Associação Brasileira de Empresas de Software em carta divulgada.
O Senado Federal, por sua vez, também teve um PL sobre inteligência artificial proposto pelo então presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD), que é o PL 2.338/2023. De acordo com o Portal Senado Notícias, o texto é “resultado do trabalho de uma comissão de juristas que analisou, ao longo de 2022, outras propostas relacionadas ao assunto, além da legislação já existente em outros países.”
O projeto, assim como seu antecessor, se propõe a criar regras para o desenvolvimento e uso de inteligências artificiais, e estabelece direitos às pessoas afetadas pelo seu funcionamento. O texto define critérios para o uso de IAs por parte do poder público, mas coloca sob responsabilidade do Poder Executivo a decisão sobre quais órgãos regulamentaram as práticas envolvendo a tecnologia.
Ambos os projetos ainda precisam ser aprovados pelo Poder Legislativo e seguir para a sanção presidencial para, enfim, tornarem-se leis.
Política e fake news
Sem regulamentação até o momento, o uso de inteligência artificial se mostrou como um problema durante as eleições estaduais e federais de 2022. O uso do deepfake foi responsável pela proliferação de informações falsas, as conhecidas fake news, sobre o pleito para presidência.
Em agosto do ano passado, a primeira informação falsa divulgada sobre as eleições, que foi fabricada usando a tecnologia, trouxe a jornalista Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional (Rede Globo), noticiando uma pesquisa de intenção de voto para presidência da República. Nela, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aparecia à frente de Lula (PT), quando, na verdade, os dados verdadeiros apontavam o contrário.
Entretanto, o uso de IAs para gerar notícias falsas na política não é exclusividade do Brasil. Em março de 2022, circulou pelas redes sociais um vídeo em que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarava a rendição de seu país na guerra contra a Rússia, iniciada em fevereiro do ano passado.
A informação era falsa e o grupo de tecnologia META, responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, removeu o vídeo de circulação. O conflito europeu permanece até esta publicação.
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Dados sobre o uso de inteligência artificial
Uma pesquisa realizada pela KPMG Austrália e pela Universidade de Queensland e divulgada em abril deste ano, rankeou os países que mais demonstram aceitação e confiança no uso de inteligências artificiais. O Brasil aparece em quarto lugar, com aceitação de 56% entre os entrevistados, atrás apenas de Índia, China e África do Sul, respectivamente.
Já o estudo “Avanços na cultura organizacional baseada em dados, analytics e IA”, da Statistical Analysis System (SAS) e do International Data Corporation Pesquisa de Mercado e Consultoria (IDC), de outubro de 2022, demonstrou que o Brasil é o país que mais usa IAs na América Latina.
Os dados apontam que 63% das empresas em território nacional utilizam a tecnologia, em contraste com a média dos de 47% dos países da região.
Onde as inteligências artificiais são usadas?
Confira alguns exemplos do uso de inteligência artificial:
- Redes sociais;
- Serviços de streaming;
- Serviços de GPS;
- Chatbots;
- E-mail;
- Assistentes virtuais;
- Acessórios de “casa inteligente”;
- Sites de busca;
- Teclado inteligente;
- Monitoramento do clima e saúde das plantações no setor agrícola;
- Maquinário do setor industrial;
- Carros autônomos;
- E-commerces;
- Games.
Inteligência artificial e racismo
Criadas com a capacidade de aprender com as interações humanas, as inteligências artificiais já foram notícia por comportamentos racistas e por outras manifestações de discurso de ódio. Em 2015, um usuário do Google Fotos, que usa inteligência artificial para armazenar fotos em pastas específicas, denunciou a plataforma por alocar as fotos de pessoas negras na pasta “gorilas”.
Na ocasião, o Google se desculpou publicamente e prometeu encontrar uma solução para o erro. Dois anos mais tarde, a empresa removeu do buscador da IA o termo “gorilas”.
Outro exemplo vem da Microsoft. Em 2016, a empresa criou perfis nas principais redes sociais para serem comandados por uma inteligência artificial do tipo chatbot que simulava o comportamento de um adolescente.
Em menos de 24 horas a IA foi removida por ter aprendido e passado a reproduzir discursos preconceituosos contra negros e mulheres. “Tay”, como era chamado o chatbot, ainda demonstrou apoio a discursos de supremacia branca e negou o Holocausto.
Questões sobre inteligência artificial
Confira exemplos de como a temática de inteligência artificial já foi abordado pelas bancas dos vestibulares:
Universidade de Pernambuco (UPE) – Vestibular 2011
Como será a inteligência artificial depois do computador Watson
Watson, o novo supercomputador da IBM, assombrou o mundo ao se comportar como um humano. Mas as máquinas ainda têm um obstáculo pela frente antes de dominar o mundo: a nossa burrice
por Pedro Burgos e Alexandre Versignassi
(1) “Watson derrota a humanidade.” Essa foi uma das manchetes para a vitória de Watson, um computador que ganhou dos melhores competidores que a raça humana tinha disponível no Jeopardy!, um jogo de perguntas e respostas da TV americana. Pudera: Jeopardy! é um jogo complexo. Para humanos, inclusive. São perguntas furtivas, tipo: “Isso é só um nariz sangrando! Você não tem essa doença genética que já foi endêmica entre a realeza europeia. Qual é a doença?”; Watson acertou: hemofilia. Acertou essa e outras dezenas de perguntas capciosas – e, como seus concorrentes humanos, não estava ligado à Internet. Tudo o que ele tinha à disposição era uma memória de 15 mil gigabytes com alguns milhões de textos arquivados e uma capacidade de processamento equivalente à de 2 800 micros caseiros. Um computadorzão bem programado, só isso.
(2) Para responder perguntas nessa linha, um computador precisa entender a linguagem falada e ter um raciocínio capaz de fazer associações inesperadas. Até fevereiro, isso era exclusividade de humanos. Mas e agora, que perdemos para esse ser gelado? Dá para dizer que a inteligência artificial está se equiparando à nossa inteligência?
(3) O debate está pegando fogo. De um lado, há os que vibram com Watson e similares e acreditam que os computadores vão superar logo a inteligência humana. A outra corrente diz que, por mais complexo e surpreendente que seja o feito de um computador, ele nunca será comparável ao de uma pessoa. Seriam duas inteligências distintas.
(4) O termo “computador” denunciaria isso, por sinal. Até a metade do século 20, “computador” era uma profissão. Eram pessoas responsáveis por fazer cálculos longos – como pegar um monte de dados astronômicos e calcular quando um cometa passaria de novo pela Terra. Pessoas inteligentes, claro. Mas e hoje? Bom, hoje inteligente é quem bola o programa para que o computador resolva as contas.
(5) Toda vez que conseguimos delegar uma função para máquinas, a tarefa perde a nobreza. Isso aconteceu até na derrota do campeão Kasparov para Deep Blue em 1997. Enquanto os defensores da inteligência artificial comemoravam, os da humanidade saíram-se nessa linha: “Bom, xadrez é só um jogo de análise estatística bruta. Não requer inteligência de verdade”. Com a vitória no Jeopardy!, pode acontecer a mesma coisa: “Computadores vão bem? Ah, o jogo não é nada de mais”.
(6) Mas e se habilidades que consideramos pessoais e intransferíveis da nossa espécie puderem ser executadas por máquinas sofisticadas? Como ficamos? Se quisermos reduzir as habilidades do Homo sapiens a instruções de programação, o talento para a poesia, por exemplo, pode ser descrito como um programa capaz de achar uma boa combinação de palavras. E daria para definir um líder político como um sujeito com um bom software para analisar riscos e oportunidades.
(7) Não é fantasia. O próprio Watson pode servir para tarefas bem mais humanas que responder perguntas. Programado adequadamente, ele pode fazer diagnósticos com mais precisão que um médico – da mesma forma que uma calculadora de bolso é mais rápida que qualquer gênio da matemática. O supercomputador tem como ouvir relatos orais de pacientes e cruzar os sintomas com o banco de dados de toda a literatura médica em segundos. Mas isso torna os humanos dispensáveis? Não. Por mais que uma máquina consiga feitos mirabolantes, ela vai ser sempre uma ferramenta que depende de humanos. Um “computador médico” precisa de médicos para ser programado. Os cérebros humanos por trás são tão importantes que o próprio Watson errou questões por bobeira de programação. Um dos deslizes: perguntaram qual categoria da elite do automobilismo tem o nome de uma tecla de computador. “F-1” era a resposta. Qualquer batedeira tem capacidade de processamento para cruzar uma lista de nomes de teclas com uma de categorias de corridas. Mas a coisa mais próxima que Watson tinha para dizer era “Nascar”. Falha dele? Não, dos programadores – a Fórmula 1 é solenemente ignorada nos EUA.
(8) O erro nessas horas é imaginar que as máquinas são uma espécie à parte. Computadores são só alicates e martelos mais complexos. E quando você marreta o dedo não é culpa da natureza do martelo, mas sua, que não soube “programar” a martelada. A vida é melhor com martelos. Com supercomputadores também. A vitória de um é uma vitória da humanidade. E sempre será, mesmo no dia em que uma máquina puder escrever um texto como este bem melhor do que a gente.
Disponível em http://super.abril.com.br/tecnologia/como-sera-inteligencia-artificial-depois-computador-watson-625679.shtml. Acessado em 25 de maio de 2011. (com adaptações)
A afirmativa que traduz a ideia global do texto 1 está contida na alternativa
A) A vitória do computador Watson é um forte indício de que os computadores são mais inteligentes que os seres humanos.
B) As máquinas nunca superarão os seres humanos, uma vez que a inteligência artificial é uma extensão de nossa inteligência.
C) As máquinas serão tão inteligentes quanto os homens quando conseguirem escrever poesia e lidar com questões políticas.
D) O fato de o computador Watson ter errado algumas questões durante o jogo prova que ele é menos inteligente que o ser humano.
E) Embora tenham conseguido superar as limitações dos seres humanos, as máquinas nunca dominarão o mundo.
Resolução: A alternativa B está correta.
Centro Universitário de Anápolis (Unievangélica) – Vestibular 2018
Alex Barnet: – Hay indícios de que la brecha tecnológica ente ricos y pobres se está haciendo cada vez mayor.
Ray Kurzweil: Sí y es un mal síntoma. Pero el desarrollo tecnológico puede significar sufrimiento o liberación, y creo que en conjunto veremos más liberación que sufrimiento. Creo que el desarrollo de la tecnología, impulsada por la investigación de punta, está haciendo más asequibles muchos productos básicos para millones de personas. Pensemos, por ejemplo, en toda la información valiosa y gratuita que está disponible en Internet.
– Su próximo libro se titula “La Singularidad está cerca”. ¿Cuál essu mensaje central?
– La Singularidad es un concepto que acuñó en los años ’50 John Von Newmann, uno de los padres de la cibernética, para referirse al impacto que tendría el desarrollo tecnológico sobre el futuro. También es un término que en matemática significa infinito. En el libro hablo del cambio crucial y profundo que representará la unión de la inteligencia artificial y la humana. Será una ruptura en la historia.
– ¿Tiene fecha la Singularidad?
– En cinco décadas nacerá una inteligencia artificial tan humana que cambiará la civilización, porque alterará el concepto que tenemos de nosotros, nuestra relación con las máquinas y el papel de éstas.
– El paso siguiente es pensar que la inteligencia humana será superada por la artificial. Y eso evoca muchas visiones apocalípticas…
– Una vez que las computadoras alcancen el nivel humano de inteligencia es natural que lo superen, ya que lo aventajan en capacidad para recordar y procesar información. Esto entraña peligros, pero son solucionables. Desde hace miles de años convivimos con los peligros de la tecnología. Por otro lado, la Singularidad nos abrirá puertas que nos enriquecerán.
– ¿Por ejemplo?
– Seremos más inteligentes, pensaremos con más rapidez y profundidad. Iremos más allá de nuestro cuerpo. Podremos vivir en entornos de realidad virtual que integrarán todos los sentidos y pensar en algo parecido a la inmortalidad.
– ¿Esta visión tiene un componente religioso?
-No necesariamente, pero estamos hablando de algo tan trascendental que para explicarlo hay que utilizar un lenguaje casi religioso.
– ¿La tecnología será nuestra aliada o es un terreno imprevisible?
– Hay algo de imprevisible. El problema es que la tecnología peligrosa es la misma que la que nos ayuda. La historia es nuestra y tenemos que escribirla con la tecnología como aliada. No podemos ni debemos renunciar a ella.
Segundo Ray Kurzweil, o conceito de “singularidade” vincula-se
A) à junção da inteligência humana com a inteligência artificial.
B) ao papel das máquinas na sociedade atual.
C) ao conceito que os cientistas da cibernética usam para referir-se à realidade virtual.
D) a um conceito matemático não ligado aos computadores.
E) aos perigos que representa o desenvolvimento da inteligência artificial.
F) I.R.
Resolução: A alternativa A está correta.
De qual outra forma a notícia pode cair no vestibular?
Já deu para perceber que os debates sobre o uso de inteligência artificial são muitos, certo? Mas a campanha publicitária, foco da notícia, não se destacou apenas por isso.
Assim que passou a ser veiculada, na primeira semana de julho, discussões sobre o antagonismo político entre Elis Regina e a Volkswagen foram levantadas. E isso se deve ao fato de que a montadora foi alvo de inquérito, em 2015, a pedido de sindicatos e da Comissão Nacional da Verdade (CNV) — responsável pela investigação de crimes da ditadura militar de 1964 a 1985 — para apurar seu apoio a violações de direitos humanos por parte do regime.
O relatório do inquérito concluiu que a empresa aliou-se à ditadura expontaneamente, e que o presidente da sede da Volks em 1964, Friedrich Schultz-Wenk, era ex-filiado do partido nazista. Entre as ações de cumplicidade da montadora estava o fornecimento de carros para operações, e a entrega de funcionários para os serviços de repressão, sabendo da conduta de torturas dos órgãos da ditadura, e ao menos um funcionário relatou ter sido torturado na própria empresa.
Em 2020, a Volkswagen pagou R$ 36 milhões de indenização aos ex-funcionários e às famílias daqueles que não sobreviverem ao serem denunciados e entregues à ditadura militar.
Do outro lado, está Elis Regina, que sofreu perseguição dos militares e foi forçada a cantar em um evento militar para celebrar o sesquicentenário da independência do Brasil, em 1972. A cantora, que era crítica ao regime, fazia shows beneficentes para sindicatos de trabalhadores e cantava composições contra os ditadores, como a música “O Bêbado e o Equilibrista”.
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