O rádio no Brasil: história, importância e como cai no vestibular
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/EBC

O rádio no Brasil: história, importância e como cai no vestibular

Desde que chegou por aqui, o rádio conquistou seu lugar na rotina dos brasileiros e tem grande importância para a construção da nossa sociedade

Em 2022, a primeira transmissão de rádio no Brasil completou 100 anos, e os acontecimentos de setembro de 1922 marcaram o início de uma nova era nas comunicações, educação, cultura e política no País. Um século depois de seu surgimento, o rádio se mantém como um meio de comunicação presente no dia a dia da população e se recria em novos formatos, como o podcast ou videocast.

No texto de hoje, o Portal Estratégia Vestibulares leva você a uma viagem pela história do rádio, sua participação na construção de uma identidade nacional e como esse assunto pode aparecer nas suas provas de vestibular.

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Surgimento do rádio

Antes da criação do rádio como o meio de comunicação que conhecemos hoje, existiram muitas etapas anteriores, sendo a primeira delas a descoberta das ondas eletromagnéticas, em 1860, pelo físico escocês James Maxwell. Anos mais tarde, em 1886, foi a vez do físico alemão Heinrich Hertz comprovar a variação rápida da corrente elétrica para o espaço em forma de ondas de rádio, sendo as ondas eletromagnéticas o principal motivo para conseguirmos transmitir voz, músicas e até mesmo fotos sem precisar de fios.

Já na década de 1890, o físico italiano Guglielmo Marconi usou as duas descobertas anteriores para estabelecer os sinais de rádio em linhas telefônicas, criando o telégrafo sem fio. Até então, o telégrafo era um aparelho de comunicação que usava energia elétrica para enviar pulsos na corrente que eram interpretados através de um código composto por pontos e linhas.

Mesmo com o novo aparelho criado por Marconi, que também era estudado pelo engenheiro austríaco Nikola Tesla, as comunicações por ondas de rádio ainda não eram feitas por voz ou música. E a primeira vez em que isso aconteceu foi em 1906, em um experimento do físico estadunidense Lee de Forest, em Massachusetts. 

O rádio no Brasil

A primeira transmissão de rádio no Brasil aconteceu durante a abertura das comemorações do centenário da independência, em 7 de setembro de 1922. Nessa ocasião, foi transmitido um discurso do então presidente Epitácio Pessoa (Partido Republicano Mineiro), seguido da ópera O Guarani, do compositor Carlos Gomes.

Naquela época não havia nenhum tipo de estrutura radiofônica no Brasil, e a transmissão comemorativa só foi possível graças ao empréstimo de um transmissor de 500 watts, fornecido pela empresa estadunidense de comunicação Westinghouse, e instalado no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, que era a capital nacional. A frente de todo o evento experimental estava o cientista brasileiro Edgar Roquette Pinto.

Os ouvintes, que ainda não possuíam aparelhos de rádio próprios, puderam acompanhar o discurso presidencial e as músicas através de 80 receptores espalhados na capital e nas cidades de Niterói e Petrópolis.

Primeira rádio nacional

A primeira estação de rádio entrou no ar em abril de 1923, com o nome de “Rádio Sociedade do Rio de Janeiro”, e era voltada à divulgação científica. No mesmo ano, a cidade de Recife também ganhou sua própria emissora, chamada “Rádio Clube de Pernambuco”, criada por um grupo de amadores que já atuava com experiências radiofônicas desde 1919.

No início do rádio no Brasil, as transmissões, independentemente da emissora, consistiam em óperas, poesias, informações cotidianas e principalmente culturais. 

Era de Ouro do Rádio 

O aprimoramento das tecnologias usadas no rádio teve seu auge no pós Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), e como no Brasil esse tipo de transmissão chegou um pouco mais tarde, a chamada “Era de Ouro do Rádio” começou por aqui durante os anos 1930.

O período ficou conhecido dessa forma por se tratar da época em que o rádio se popularizou entre a população brasileira, tornando-se fonte de entretenimento, propaganda e união nacional de um País com território continental. 

É nesse cenário que a ditadura de Getúlio Vargas faz concessões públicas para emissoras de rádio em troca de tempo de propaganda sobre seu governo, e a criação do programa de notícias do governo, obrigatório em todos os canais, e que existe até hoje, o atual “A Voz do Brasil”, que nasceu com o nome de “A Hora do Brasil”.

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Influência do rádio na educação e nas artes

O rádio teve um papel importante na educação, em uma país majoritariamente rural e de maioria da população analfabeta. De acordo com o Censo de 1920, década em que o rádio começou a ser operado em terras brasileiras, 64,9% da população de 15 anos ou mais não sabia ler ou escrever.

Acerca disso, Roquette Pinto, o principal nome a frente da implementação da radiodifusão nacional, escreveu em um texto publicado na Revista Electron, em 1936: “Há, portanto, umas cento e cinquenta mil pessoas que ouvem diariamente as nossas lições e conferências, músicas, história do Brasil, higiene, conselhos úteis à agricultura, notícias cambiais e comerciais, notas de ciências, e etc. Se muitos dos ouvintes são pessoas cultas, para quais aquilo é passatempo, alguns milheiros são homens e mulheres do povo que, sem saber ler, vão aprendendo um pouco.”

Já nas artes e no entretenimento, o rádio foi o responsável por revelar grandes nomes da música brasileira e criar novos espaços para a dramaturgia, por exemplo.  “O formato de entretenimento de massa que a gente conhece hoje surge com o rádio. O que a gente entende hoje como novela, surge com a radionovela; o que a gente entende hoje como o jornalismo diário, surge no rádio; e o humor de auditório também”, explica a professora Celina Gil, que leciona Língua Portuguesa e Artes.

Além disso, o rádio também foi o responsável por popularizar ritmos musicais fundamentais para a cultura nacional, e que até aquele momento não era considerados eruditos o suficiente, como é o caso do Baião, muito conhecido por Luiz Gonzaga, artista que repercutiu a partir do rádio, e o samba, gênero que era marginalizado por sua associação com pessoas negras.

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Influência política no rádio

Além da propagação de propaganda pró-governo, durante o Estado Novo (1937 – 1945) da Era Vargas, o rádio também sofreu censura e controle ideológico. Isso aconteceu porque esse tipo de transmissão despontou como o primeiro veículo de comunicação a chegar de maneira massiva às residências e aos locais de trabalho.

“Essa é a grande questão dos regimes autoritários, eles buscam uma coesão social, um consenso, eles precisam se apoiar na sociedade, há uma busca por um apoio. Então eles vão usar a censura justamente para conseguir. E não é possível fazer censura de um a um, então a censura dos meios de comunicação é um controle coletivo”, explica a professora de História e Sociologia, Alê Lopes.

Esse tipo de controle era função do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão que coordenava, orientava e centralizava a propaganda interna e externa sobre a ditadura de Vargas, além de coordenar a censura do teatro, cinema e até de práticas esportivas e recreativas. O DIP também organizava manifestações cívicas e festas patrióticas e dirigia o programa de radiodifusão do governo. 

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