Pós-impressionismo: história, artistas e características

Pós-impressionismo: história, artistas e características

O famoso artista Vincent Van Gogh participou ativamente de um movimento artístico chamado Pós-impressionismo, que surgiu entre o fim do século XIX e início do século XX, com base na mudança da percepção social das artes. 

A seguir, você verá um panorama geral sobre a escola pós-impressionista, sua relação com as importantes revoluções mundiais, bem como a influência das alterações da sociedade no fazer artístico. Conheça também os principais artistas e obras. Vamos lá?

Contexto histórico do pós-impressionismo

O pós-impressionismo é um movimento artístico que se inspira e ao mesmo tempo rebate os ideais impressionistas. Ele surge na França, após a criação da torre Eiffel: uma obra de arte escultural construída a partir de materiais “pesados” e industriais. 

O monumento foi desenvolvido como homenagem ao centenário da Revolução Francesa em 1889. Diante dessa situação, os artistas perceberam uma alteração na visão do que é a arte e como a sociedade se relaciona com ela. 

De fato, durante o desenvolvimento do que conhecemos hoje como pós-impressionismo, a escola não possuía esse nome. O termo surgiu somente em 1910, quando o crítico de arte Roger Eliot Fry visita a exposição Grafton Galleries e as agrupa nesse conjunto. 

Como entende-se que o período pós-impressionista durou desde a década de 1880 até 1907, quando a vanguarda modernista cubista surgiu, o nome do movimento artístico aparece após o seu fim. 

Características do pós-impressionismo

A principal característica do movimento pós-impressionista está na junção entre as ciências e a arte, de forma que utilizava cores, técnicas artísticas e conhecimentos biológicos para conduzir o fazer artístico. 

Inspirados por um artigo científico publicado por Michel Chevreul, os pós-impressionistas se dedicaram à composição de obras artísticas que fossem mais subjetivas e tivessem a participação ativa do observador como parte da pintura, por exemplo.

Isso porque, a partir da racionalidade científica, percebeu-se que o cérebro humano é capaz de captar uma mensagem visual pura e harmonizá-la — como um efeito óptico. Tal fato indica que as pinturas e esculturas do pós-impressionismo foram pensadas e estruturadas com embasamento teórico.

Por exemplo, na técnica conhecida como pontilhismo, eram empregadas cores primárias sem misturá-las. As pinceladas eram como pequenos pontinhos que se congregavam formando uma imagem simples. 

Com isso, o artista deixa a interpretação aberta ao espectador. Com a utilização da sinestesia, mistura entre a arte e os órgãos do sentido, cada indivíduo alcançaria uma percepção diferente sobre uma mesma obra. 

Diante desse cenário, observa-se que o lado subjetivo, emocional e individual era importante na composição dos quadros e monumentos. Essa realidade abrangia tanto a expressão do artista quanto a leitura do observador. 

A utilização das luzes era outro ponto marcante do pós-impressionismo: por meio das técnicas supracitadas, os autores fazem um balanço da luminosidade criando cenários com sombras e sobreposições. Ao mesmo tempo, valoriza-se a bidimensionalidade da obra. 

A manipulação da incidência luminosa é uma característica herdada do impressionismo clássico. Inclusive, muitos artistas desse movimento aderem a escola pós-impressionista, com a adição de novas ideias às suas obras.

Os temas pintados, em geral, valorizam o cotidiano, como margens de rios, tardes, feiras, reuniões de pessoas e outras situações comuns. Você encontra exemplos disso no tópico a seguir, onde serão abordados os principais artistas deste movimento.

Artistas do pós-impressionismo

Georges-Pierre Seurat

Pioneiro na técnica pontilhista, o pós-impressionista Georges-Pierre Seurat (1859-1891) ficou conhecido por sua obra “Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte”, que você pode observar abaixo:

A natureza e convívio social aparecem em diferentes pinturas desenvolvidas por Seurat. Na imagem acima, pode-se observar o Rio Sena, que está presente na Ilha de Grande Jattes, próximo aos portões de entrada de Paris — cidade onde o pintor terminou sua formação na Escola Superior de Belas Artes. 

Paul Cézanne

Esse artista pode ser considerado uma transição entre a vanguarda cubista e o movimento do pós-impressionismo. Grande parte de suas obras admite retratos, paisagens e naturezas-mortas. 

Em vez de aplicar uma representação original dos cenários, o autor recriou a imagem com figuras geométricas, contornos simples, alterações de perspectiva e outros recursos, tudo com auxílio de sua imaginação. 

Paul Cézanne - pós-impressionista
Castelo Negro – Paul Cézanne
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Vincent Van Gogh

Mundialmente famoso, o holandês Vincent Van Gogh viveu entre 1853 e 1890, se dedicou à pintura de obras que não seguissem um padrão formal e academicista. 

Como um típico pós-impressionista, utilizou cores fortes e vibrantes, pinceladas únicas, alguns quadros com técnica pontilhista e muita intensidade. Acredita-se que essa escolha exprimia sua subjetividade, o que abre espaço para muitas interpretações diferentes sobre cada pintura. 

O quadro “Noite Estrelada”, abaixo, retrata a imagem de uma janela somada à imaginação de um vilarejo, fato que marca a congruência entre realidade e subjetividade nos quadros do artista.

Imagem: Reprodução/Wikimedia

O autorretrato de Van Gogh, por sua vez, foi pintado a partir do pontilhismo, durante uma época turbulenta da vida do artista, quando se recuperava de problemas mentais severos. Veja uma representação a seguir:

pós-impressionismo - Van Gogh - autorretrato
Imagem: Reprodução/Wikimedia

+ Veja também: Vanguardas europeias: como estudar a matéria para o vestibular

Paul Gauguin

Companheiro de Van Gogh, Paul Gauguin também utilizava formas geométricas e símbolos para representar a natureza  de maneira intensamente colorida. Foi responsável pela criação das técnicas pós-impressionistas chamadas de sintetismo e alveolismo.

O sintetismo é uma técnica na qual os formatos são simplificados e contornados com linhas de cores escuras. Assim, suas pinturas eram estilizadas, decorativas, sugestivas, subjetivas, com alegorias e outros elementos de caráter mais subjetivo. 

Veja uma representação do quadro “O Cristo Amarelo”, que mostra alegoricamente a crucificação de Cristo — evento marcante para o cristianismo.

pós-impressionismo -Paul gauguin
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Henri de Toulouse-Lautrec 

Artista típico do pós-impressionismo, Toulouse se dedicou a retratar a vida boêmia dos moradores da capital francesa. Diferentemente do padrão encontrado nos pintores do mesmo movimento, esse autor preferia a pintura de ambientes internos.

Além de representações, o francês também participou da fabricação de cartazes, marcando o ramo publicitário. 

Na imagem abaixo você encontra um retrato pintado pelo artista, chamado de “Retrato de François Gauzi”:

Henri de Toulouse-Lautrec 
Imagem: Reprodução/Wikimedia

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