Lisossomos: o que são, funções e doenças associadas

Lisossomos: o que são, funções e doenças associadas

As organelas são estruturas microscópicas, que ficam dentro das células, com participação no metabolismo celular. Entre elas podem ser encontrados núcleos, mitocôndrias, ribossomos e lisossomos, cada um com suas funções específicas, que são essenciais para o correto funcionamento biológico. 

Cada organela participa do processo metabólico de uma forma única, para processar materiais, fornecer energia, abrigar material genético, construir proteínas, entre outras funções. Diante disso, conhecê-las uma a uma é um diferencial nas provas de vestibulares, em especial aquelas que cobram com mais profundidade os temas biológicos. 

Neste artigo, você terá mais informações sobre os lisossomos, as organelas da digestão celular. Entenda como é a estrutura, a função e em quais pontos da química celular eles atuam. Leia agora!

O que são lisossomos?

Como vimos anteriormente, os lisossomos são organelas celulares. Lembre-se que o termo “organela” faz referência a “pequenos órgãos”, ou seja, trabalham em conjunto para o funcionamento de um corpo todo, que seria a célula. 

Diante disso, o lisossomo é um tipo específico de estrutura, porque é recoberto por uma membrana — essa característica de organelas só pode ser observada em células eucariontes. Isso indica que seres procariontes, como as bactérias, não possuem lisossomos. 

A estrutura lisossômica é, geralmente, redonda tridimensional, com um envoltório membranoso que delimita um ambiente dentro da organela. Nesse local estão dispostas diversas enzimas, moléculas proteicas especializadas na degradação de materiais. 

Em biologia, arranjos esféricos pequenos com envoltório e com líquido dentro, são chamadas de vesículas ou “pequenos sacos”. Por isso, muitos materiais trazem essa denominação para os lisossomos, com uma possível classificação:

  • Os lisossomos primários são aqueles que possuem originalmente enzimas digestivas, apenas
  • Já os lisossomos secundários apresentam uma fusão com uma outra vesícula. Em geral, a organela funde sua membrana com o envoltório da outra vesícula, com o objetivo de digerir o material que está dentro dela. 

Função dos lisossomos

Digestão intracelular e autofagia

Como os lisossomos abrigam essencialmente enzimas digestivas, é evidente que seu trabalho principal dentro da célula é fazer a digestão. Trata-se de uma digestão intracelular, geralmente de materiais que estão dispostos no citoplasma

Por exemplo, se uma outra organela celular envelhece e precisa ser eliminada, com a célula viável, é necessário destruí-la sem causar dano a todo o material. Diante disso, os lisossomos trabalham na digestão dos compostos obsoletos e estruturas antigas.

Defesa do organismo

Além da degradação das próprias células, os lisossomos também são essenciais para a defesa do organismo. É importante lembrar que, a maior parte dos seres vivos que possuem lisossomos são animais. 

São corpos muito suscetíveis a entrada de microorganismos danosos. Diante disso, o organismo tem mecanismos para sinalizar que uma bactéria ou vírus adentrou o corpo. Assim, uma resposta imunológica pode ser montada, de forma que esses patógenos sejam engolfados em uma vesícula (fagossomo), que se fundirá com o lisossomo. 

Assim, as enzimas digestivas que estavam na organela se dissipam para dentro da bactéria, por exemplo, matando e impedindo a progressão de uma doença. É o que acontece, por exemplo, quando temos contato com vírus e eles não conseguem causar sintomas.

Quando a digestão ocorre no sentido de matar um organismo que causa danos, ela é chamada de fagocitose. No entanto, quando é uma decomposição de pequenas moléculas e partículas que estavam dispersas no citoplasma, então é uma pinocitose.

Mecanismos evolutivos

Por outro lado, a evolução dos seres vivos sempre caminha nos sentido de manter a sobrevivência, independentemente de o organismo ser um humano ou uma bactéria. Então, um mecanismo de proteção desenvolvido por muito patógenos é impedir a fusão do lisossomo com o fagossomo. 

Diante disso, esses microrganismos ficam aprisionados dentro da célula, mas sem sofrer digestão. Com o passar do tempo, alguns se adaptaram a esse ambiente e podem sobreviver ali, geralmente, trata-se de infecções mais violentas para o corpo, com mais tempo de doença. 

Como os lisossomos são formados?

Já conhecemos a estrutura e a função dos lisossomos, mas, afinal, de onde essas organelas surgem? Ao observar o comportamento das células no microscópio foi possível identificar que um lisossomos nasce a partir de outra estrutura celular: o complexo de Golgi.

Primeiramente, em uma das partes das membranas golgianas são liberadas pequenas vesículas com moléculas pré-enzimáticas. Enquanto atravessa toda essa estrutura de Golgi, esses sáculos passam por transformações, até que são expelidos no citoplasma. A partir desse ponto viajam em direção a outras vesículas maiores formadas já há um certo tempo, então se fundem com elas e formam os lisossomos. 

Uma característica interessante que foi arquitetada nesse processo biológico é que, como as enzimas lisossomais são extremamente ácidas, poderiam fazer mal para a própria membrana vesicular. Por isso, existe uma camada de carboidrato que recobre a parte interna da membrana lisossomal, o que impede agressão e digestão dessa estrutura.

Questões sobre lisossomos

(Urca) Os lisossomos são organelas citoplasmáticas responsáveis pela digestão intracelular. Atuam como verdadeiras “máquinas” de desmonte de substâncias que são fagocitadas pela célula. De acordo com a função celular, pode-se esperar a ocorrência de grande quantidade de lisossomos em:

a) Linfócitos.

b) Fibrócitos.

c) Osteócitos.

d) Hepatócitos.

e) Neurônios.

Essa questão busca associar o conhecimento da citologia, com as organelas celulares e a função lisossomal, com o conteúdo de fisiologia e histologia humana. Nesse sentido, é importante reconhecer que a maior parte das células possui lisossomos para realizar autofagia e digestão intracelular.

Entretanto, alguns tipos celulares em específico precisam de lisossomos para digerir também outros materiais, como o sistema imunológico. Veja que, dentre as alternativas apresentadas apenas o linfócito é uma célula de defesa, que atua no sentido de lisar e decompor patógenos. 

Fibrócitos, osteócitos, hepatócitos e neurônios são células constitutivas de tecido, que não participam ativamente da imunidade corporal, então sua necessidade por lisossomos é menor. Fica evidente, portanto, que a alternativa A é a mais adequada.

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