Polialelia é um fenômeno da genética em que uma única característica fenotípica é determinada a partir de diversos alelos gênicos. Isso significa que, não basta apenas uma informação para gerar aquele aspecto, mas uma combinação de fatores.
Entender a polialelia é muito importante para o estudo pré-vestibular, principalmente quando se trata de provas específicas, exames em ciências da natureza e testes de segunda fase. Neste artigo, você aprenderá as definições de polialelia, sua aplicação no sistema sanguíneo, além de entender quais são os fenótipos que utilizam esse tipo de herança genética. Vamos lá?
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O que é polialelia?
O comportamento de polialelia é observado em características fenotípicas que dependem de mais de dois alelos para serem determinadas. Por exemplo, a cor de uma flor vermelha depende de três alelos e, conforme eles são alterados, a planta terá tons mais brancos ou mais rosados — essa é uma clara representação do polialelismo.
Antes de trazer exemplos a respeito do tema, acompanhe um resumo dos principais conceitos em genética.
Cromossomos homólogos
Em animais diploides, cada cromossomo possui um par de representantes, um que veio do progenitor masculino e outro do progenitor feminino. Dessa forma, um cromossomo homólogo é aquele que possui genes determinantes para a mesma característica.
Por exemplo, o pai envia um gene para rosto redondo e a mãe envia um gene que determina um rosto mais triangular — eles estão posicionados em cromossomos homólogos e a interação genética determinará se a criança apresentará um rosto mais arredondado ou triangular.
Note que essa situação é um mero exemplo e não representa a realidade sobre a informação genética para o formato de rosto.
Genes e locus
Os genes são sequências de DNA que atuam na determinação de uma característica. Os ácidos nucleicos estão dispostos de tal maneira que induzem a tradução de uma proteína específica para aquele fenótipo se manifestar. E, o local onde o gene está posicionado é chamado de locus — é ali que serão procurados em uma pesquisa laboratorial, por exemplo.
Alelos
Alelos são as variações de um gene. Quando uma informação genética determina uma característica, podem haver diferentes manifestações. Por exemplo, alguns alelos podem influenciar a cor do olho para que seja mais esverdeada, enquanto outros induzem uma cor mais acastanhada.
Em geral, os alelos são representados por letras. Assim, o gene A pode ter o alelo dominante (A) e um alelo não-dominante ou recessivo (a).
A presença de um único alelo dominante é suficiente para que ele se manifeste como fenótipo, nas configurações “Aa” ou “AA”. No caso dos alelos recessivos, é necessário que existam duas cópias para que a característica seja expressa, como em “aa”.
Com a consolidação desses conceitos, fica mais fácil notar que a polialelia trata de um gene que apresenta diferentes manifestações genéticas. Por exemplo, o gene A pode ter os alelos a1, a2, a3 e a4.
Exemplos de polialelia
Sistema ABO
O sistema ABO é um exemplo clássico de polialelia. Nesse caso, o gene que determina a tipagem sanguínea possui três alelos principais: IA, IB e i. Cada um deles termina um fenótipo diferente no sangue.
Quando um indivíduo possui um exemplar do alelo IA, suas hemácias vão apresentar um antígeno A na superfície. De modo semelhante, toda vez que um indivíduo apresenta o alelo IB, as hemácias possuem um antígeno B. Por fim, o alelo i é como que “neutro” e não induz a produção de nenhum tipo de antígeno nas hemácias.
Diante dessas características, é possível perceber que os alelos IA e IB produzem dominância sobre o alelo i. Ou seja, uma pessoa que tenha o genótipo IA + i apresentará o antígeno A em suas hemácias. Igualmente, genótipos IB + i determinam a presença do antígeno B no sangue.
Agora, IA e IB relacionam-se entre si por meio de codominância. Isso significa que eles atuam simultaneamente, sem que um delete a ação do outro. Então, o indivíduo que apresenta IA + IB, tem hemácias com antígenos A e antígenos B.
Por fim, caso a pessoa possua apenas o alelo i em ambos os cromossomos homólogos, ela não apresentará os antígenos na hemácia. Na área da saúde e biologia, esse fenótipo é conhecido como “O”.
A tabela abaixo resume o fenótipo (tipo sanguíneo) dos indivíduos segundo a configuração do sistema ABO, que se organiza em polialelia:
O conhecimento sobre esses tipos sanguíneos é de suma importância na área médica. Isso acontece porque, os antígenos das hemácias podem ativar o sistema imunológico de uma pessoa, principalmente em casos de transfusões sanguíneas e transplantes de órgãos.
Então, antes de qualquer procedimento médico desse tipo, é necessário estudar as características do sangue, evitando problemas como rejeição de transplantes ou reações imunológicas gravíssimas.
Polialelia: cor do pelo de coelhos
A coloração dos pelos de coelhos também é determinada a partir de polialelia, com os alelos C, cch, ch e ca. A diferente interação entre eles pode gerar animais com a pelagem:
- Aguti (C), de tonalidade cinza escuro ou marrom. Também são chamados de coelho selvagem;
- Chinchila (cch), com pelos em coloração cinza prateado;
- Himalaia (ch), branco com partes escuras, ao redor do focinho, olhos e/ou patas; e
- Albino (ca), que são totalmente brancos.
Nesse caso, existe uma gradação entre quais alelos são dominantes e dominados entre si:
- C > cch, ch e ca
Isso significa que a tonalidade aguti sempre se manifesta quando o alelo C está presente; - cch > ch e ca
A coloração chinchila é dominante sobre himalaia e albino - ch > ca
O alelo para pelos himalaia só expressam dominância sobre o alelo albino; e - ca é um alelo recessivo, ou seja, coelhos totalmente brancos possuem, necessariamente, dois exemplares desse alelo.
A tabela abaixo resume a relação entre fenótipo e genótipo para a pelagem dos coelhos, acompanhe!
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