Deriva continental: teoria e placas tectônicas

Deriva continental: teoria e placas tectônicas

Você viu alguma questão de vestibular que fala sobre a teoria da deriva continental? Essa teoria, do ano de 1912, explica a formação dos continentes terrestres ao longo do tempo. 

Neste artigo, conheça as principais informações sobre esse assunto: conceito, origem e características. Além disso, veja um exemplo de como o tema é cobrado nas provas de vestibulares. Vamos lá?

O que é deriva continental?

A teoria da deriva continental foi criada pelo geologista Alfred Wegener, no início do século XX e publicada no livro “A origem dos continentes e dos oceanos”, de 1915 . Ela desvendou a configuração dos continentes desde a formação da Terra até que chegassem à organização atual. 

Origem da teoria

Os cientistas anteriores a Wegener questionavam a geologia e morfologia dos continentes, bem como sua disposição na superfície terrestre. Muitos estudiosos, como Abraham Ortelius e o filósofo moderno Francis Bacon, propunham que as terras estavam todas unidas em uma época remota. 

Apesar disso, não haviam informações sistemáticas sobre esse assunto, de forma que as ideias eram difundidas sem uma hipótese concreta de formação desses continentes. 

Por fim, estudos arqueológicos e biológicos, apontavam para a semelhança entre a vegetação e os achados fósseis nos continentes separados por grandes oceanos — como a África e a América, que são interpostos pelo oceano Atlântico. 

Apesar disso, nessa época ainda não havia conhecimento sobre a existência do manto terrestre, que permitiria a movimentação dos continentes. Então, a proposta de Wegener foi rejeitada pela comunidade científica em primeira instância. 

Entretanto, na década de 60, a criação dos submarinos e do mapeamento dos oceanos profundos permitiu o reconhecimento da teoria. Posteriormente, o conhecimento sobre as placas tectônicas reforçou as bases da teoria da deriva continental.

Características da deriva continental

A teoria da deriva continental se inicia há cerca de 250 milhões de anos, no período Permiano: todas as porções secas da Terra estavam unidas em um só continente, que Wegener denominou com Pangeia, como mostra a figura abaixo:

Pangeia - Deriva continental
Fonte: Wikimedia

O oceano que circundava toda a Pangeia foi chamado por ele de Pantalassa, com profundidade relativamente rasa, quando comparado aos corpos oceânicos presentes na atualidade. 

Essa ideia foi embasada com estudos arqueológicos e biológicos, que apontavam para a semelhança entre a continentes separados por grandes oceanos:

  • Os achados fósseis de vida animal e vegetal indicavam uma origem biológica semelhante para os seres vivos em continentes distantes;
  • Alguns continentes possuíam certa continuidade entre a formação geomorfológica, como o relevo parecido na América do Sul e África;
  • O recorte costeiro entre os continentes parecia se complementar, com encaixes perfeitos;
  • A idade geológica das rochas nas terras que se completavam também possuíam proximidade histórica;
  • A fauna presente na Austrália e Índia demonstravam grande similaridade;
  • A América do Norte e a Europa possuíam semelhanças geológicas e geomorfológicas; e 
  • A África também possuía similaridade com a Índia — o que completaria seu encaixe para a formação de um único continente, entre outras evidências.

Na sequência de suas ideias, o teórico acreditava que os continentes se movimentam continuamente e, em um longo espaço temporal, causaram a primeira divisão terrestre: formação da Laurásia, na porção Norte e do Gondwana, na parte Sul do planeta. 

Em termos de panorama histórico, esses dois continentes hemisféricos estariam situados na Era Mesozóica, em meio ao período triássico, por volta de 200 milhões de anos atrás. Veja uma imagem que demonstra essa divisão: 

Laurasia e Gondwana
Fonte: Wikimedia

Posteriormente, o constante deslocamento dessas terras ocasionou a formação dos continentes como eles se firmam atualmente. Para Wegener, esse movimento flutuante acontecia porque as porções terrestres seriam menos densas que as componentes oceânicas — fato não comprovado empiricamente.

+ Veja também: Geomorfologia — o que é, relevo e formação

Deriva Continental e as placas tectônicas

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o fortalecimento do saber científico, novos equipamentos e tecnologias foram desenvolvidas, de forma que o estudo da composição terrestre se tornou mais avançado. 

Por exemplo, o estudo do fundo oceânico permitiu o melhor conhecimento da camada mais externa da Terra, conhecida como litosfera. Notou-se que ela é formada por grandes blocos rochosos em que se assentam os oceanos e continentes, chamados de placas tectônicas

Além disso, a litosfera está acima do magma — líquido quente e viscoso que constitui a camada interna da Terra. Com os movimentos convectivos empreendidos pela porção magmática, as placas tectônicas se deslocam continuamente, o que contribui para a hipótese proposta pelo geólogo Alfred Wegener. 

Todas as informações sobre a teoria tectônica das placas, quando somadas às evidências levantadas pelo teórico afirmam a deriva continental como a principal hipótese para a explicação sobre a configuração continental do planeta Terra. 

Vale lembrar que, como a crosta terrestre está em constante movimentação devido ao tectonismo, a teoria de deriva continental é contínua. Ou seja, o atual desenho cartográfico, daqui milhões de anos, provavelmente sofrerá novas alterações na disposição das porções terrestres. 

Questão sobre deriva continental

Para treinar seu conhecimento sobre a deriva continental e sua continuidade com a teoria das placas tectônicas, faça a questão abaixo, que apareceu na prova da  Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Confira também a resolução proposta pela Coruja.

A teoria da tectônica de placas afirma que a América do Sul e a África estiveram unidas e iniciaram sua separação há cerca de 125 milhões de anos.  

Assinale a alternativa que contém o nome da era geológica em que se iniciou tal separação, o do bloco formado pela América do Sul e África e o do continente que também fazia parte deste bloco, sequencialmente.

a) Cenozóico – Laurásia – América do Norte 
b) Arqueozóico – Pangeia – Europa 
c) Mesozóico – Gondwana – Ásia 
d) Mesozóico – Gondwana – Antártida 
e) Cenozóico – Laurásia – Austrália  

Segundo a teoria da deriva continental, a divisão da Pangeia aconteceu no período Mesozóico, com a formação da Laurásia na porção Norte e da Gondwana no hemisfério sul. 

Como a África e a América do Sul estão situadas na parte sul do planeta, se situam na Gondwana e só poderiam estar unidas a continentes meridionais, como a Austrália e a Antártida. A única alternativa que congrega todas essas informações é a letra D.

Estude mais de geologia com o Estratégia Vestibulares

Precisa de novos conteúdos sobre geologia, geomorfologia e evolução da Terra, acompanhe o canal do Estratégia Vestibulares no YouTube e fique por dentro dos principais assuntos geográficos!

Reforce seu conhecimento com os cursos da Coruja: os planos se adequam ao vestibular e curso que você vai prestar — os simulados, aulas e o banco de questões abrangem os principais assuntos da prova. Clique no banner e confira!

CTA - Estratégia Vestibulares 1
Você pode gostar também