Desertificação é o processo em que as terras de uma região se tornam mais desérticas, ou seja, mais secas e menos produtivas. Geralmente associado com climas secos e regiões áridas, trata-se de um fenômeno fortemente combatido internacionalmente, já que a ação humana têm intensificado e acelerado os danos. Leia e conheça mais sobre essa forma de degradação do solo.
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Processo de desertificação
O processo de desertificação pode ser definido como a involução da vegetação de uma região, de forma que os vegetais param de crescer e depois regridem, ao ponto de desaparecerem quaisquer plantas existentes no ambiente.
É importante ressaltar que a desertificação não se trata sobre o aumento da expansão de um deserto já existente. Na verdade, é sobre uma região naturalmente seca que sofre gradativamente com a escassez de água e, por fim, torna-se em um deserto.
Quando a desertificação acontece naturalmente, é resultado de alterações no próprio planeta Terra, como mudanças no eixo e incidência do sol em determinado ponto do globo. É o fenômeno responsável pela formação dos grandes desertos que conhecemos atualmente, como o Saara, que fica no continente africano.
Entretanto, atualmente, a desertificação é um tema de preocupação mundial, porque as atividades humanas têm acelerado esse processo. Muitas regiões semiáridas e áridas têm sofrido cada vez mais com os impactos da ação antrópica.
Nesse sentido, várias das atividades econômicas e sociais dos homens têm impactado diretamente na natureza. No que diz respeito ao processo de desertificação, o aquecimento global, o desmatamento, a exploração e contaminação da água e solo, entre outros pontos são determinantes para impulsionar o processo.
Todas as espécies de um ecossistema são diretamente afetadas pela formação de um deserto, uma vez que todas as características do ambiente serão alteradas. Assim, os seres nativos não possuirão os recursos naturais necessários para sua sobrevivência. Além disso, os próprios humanos são prejudicados com isso, já que as terras produtivas e férteis ficam cada vez mais escassas.
Causas de desertificação
Mudanças climáticas e aquecimento global
O aquecimento global é um fenômeno climático resultante da ação humana, com a retenção de gases e substâncias que impedem o extravasamento do calor para além da atmosfera terrestre. Então, pouco a pouco, a Terra torna-se um planeta mais quente.
Com isso, os eventos climáticos estão cada vez mais intensos e desordenados, até mesmo as estações do ano apresentam características mais variáveis. Nesse sentido, ciclones, furacões, vendavais, tsunamis tendem a ser mais frequentes e causar mais danos.
Dessa forma, regiões que já eram quentes e secas têm sua temperatura cada vez aumentada, e a umidade relativa do ar reduzida. Ao mesmo tempo, estão suscetíveis à ação desses grandes fenômenos meteorológicos.
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Desmatamento
O desmatamento, por si só, é um grande problema ambiental. Além da queda e extinção de espécies importantes, há um desequilíbrio do ecossistema e, consequentemente, isso atinge os vegetais que estão ao redor.
Em geral, as plantas possuem um papel fundamental para a retenção de umidade no ar e no solo. Uma vez que elas são extraídas pelo homem, o ambiente tende a ficar mais seco e fica mais suscetível a queimadas e desertificações.
Agropecuária
A indústria agropecuária torna-se cada vez mais expressiva, com tecnologias e produtos que tornam os plantios mais eficientes e lucrativos. Por outro lado, muitas vezes as empresas não atentam-se à saúde do ambiente ao redor.
São utilizadas técnicas de colheita nocivas ao solo e todo o ecossistema ao redor, fertilizantes que possuem substâncias danosas, pesticidas que trazem infertilidade às terras, entre outros fatores. Em termos pecuários, observa-se a retirada da vegetação nativa para o plantio de pastagens, o que desfavorece o solo da região e pode comprometer o nascimento das espécies novamente à longo prazo.
Além disso, observa-se uma má gestão dos recursos naturais, como a contaminação e uso excessivo e outros processos que resultam em danos para o ecossistema. Pouco a pouco, esses elementos somam-se e terminam na desertificação da região.
Desertificação no Brasil
No Brasil, a desertificação concentra-se principalmente na região Nordeste, bem como na parte norte de Minas Gerais, que se aproxima da Bahia. O sertão nordestino é uma localidade conhecida por seu clima semiárido, com secas constantes, vegetação típica e o bioma caatinga.
Quando as características da região são somadas às ações antrópicas, o resultado é claro: a caatinga passa por um acelerado processo de desertificação ao longo dos anos, com o desenvolvimento do agronegócio e a intensificação do aquecimento global.
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Impactos da desertificação
É evidente que o processo de desertificação, por si só, é um grande prejuízo para o meio ambiente. Mas, quando a regeneração dos vegetais não é possível, todo o ecossistema daquela região tende a ser afetado.
Assim, o solo torna-se infértil e pouco produtivo, as espécies nativas perdem seu habitat e podem sofrer extinção permanente — isso pode atingir tanto os animais como os vegetais da região. A erosão e desgaste do solo tornam-se ainda mais nítidas, o que piora a composição química da terra e diminui a chance de recuperação da região, ainda que com grandes tecnologias.
Uma consequência importante da desertificação, que atinge diretamente os humanos, é a redução da oferta de água. Uma região que passou por esse processo tem a umidade do ar muito baixa, o que deixa os indivíduos mais suscetíveis às doenças respiratórias, além de que o acesso às águas pode ser limitado — algo que influencia na ingestão de água e também no preparo de alimentos.
E, por falar em alimentação, é necessário notar que a desertificação é a fórmula perfeita para impedir o plantio em uma região. Além do solo ficar pouco fértil, a disponibilidade de água no solo e para as regas é baixa, de forma que os alimentos não possuem um ambiente propício para se desenvolverem.
Por fim, todos esses fatores afetam claramente as famílias e comunidades que se desenvolvem nos ecossistemas desertificados. Assim, há crescimento da fome e da miséria associado com essa alteração ambiental, o que também se relaciona com o aumento do êxodo rural. A cadeia de problemas, então, atinge as cidades, que tornam-se superlotadas e com oferta de trabalho insuficiente para a população residente.
Questão sobre desertificação
(FUVEST 2020) O processo de desertificação é definido como a degradação ambiental e socioambiental, particularmente nas zonas áridas, semiáridas e subúmidas, resultantes de vários fatores e vetores, incluindo as variações e alterações climáticas e as atividades humanas.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Disponível em http://www.mma.gov.br/.
Dentre as medidas mais adequadas para mitigação dos efeitos da desertificação encontra(m)‐se
a) a construção de rodovias que permitam às populações mais diretamente atingidas pela seca se deslocarem diariamente para áreas mais úmidas.
b) o uso das áreas de meia encosta como alternativa para expansão das áreas de produção de culturas temporárias e lavouras permanentes.
c) o plantio de espécies exóticas que apresentam crescimento rápido e podem reduzir os efeitos da desertificação e da seca, como o eucalipto, por exemplo.
d) a prevenção, recuperação e reabilitação de terras parcial ou totalmente degradadas com a recomposição de espécies nativas.
e) os programas de incentivo para a instalação de fossas sépticas que dispensam a implantação de um sistema hídrico de saneamento básico.
Alternativa A INCORRETA. O deslocamento de pessoas não reduzirá os efeitos da desertificação.]
Alternativa B INCORRETA. Usar áreas de meia encosta não reduzirá os efeitos da desertificação.
Alternativa C INCORRETA. O crescimento rápido da cultura pode fazer com que os nutrientes sejam absorvidos mais depressa. Assim, contribuindo com a desertificação.
Alternativa D CORRETA. Entre as culturas, as leguminosas são indicadas, uma vez que elas aumentam a quantidade de nitrogênio no solo.
Alternativa E INCORRETA. A instalação de fossas sépticas não reduzirá os efeitos da desertificação.
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