Guerra Civil Espanhola: contexto, causas e consequências

Guerra Civil Espanhola: contexto, causas e consequências

A Espanha é um país europeu localizado na península Ibérica, que possui uma formação católica e uma história marcada pela monarquia, com dinastias que marcaram a história do continente. No século XX, a nação foi palco da Guerra Civil Espanhola, a materialização da disputa ideológica entre comunismo e nacionalismo, ou outros sistemas político-econômicos. 

Neste artigo, conheça o contexto histórico, antecedentes, causas, eventos e consequências dessa Guerra Civil, tanto no território espanhol como também nas regiões que ficam ao redor desse país. Ainda, veja como o tema pode ser cobrado nos vestibulares nacionais, com uma questão, com gabarito, que já apareceu em anos anteriores.

Contexto histórico: antecedentes da Guerra Civil Espanhola

Governo de Rivera

O século XX foi um período de grandes tensões na sociedade espanhola. Em 1923, um governo autoritário liderado por Miguel Rivera iniciava-se no país, momentos em que as opiniões políticas foram reprimidas, por meio de perseguições àqueles que propunham sistemas diferentes, como os socialistas, os comunistas e os anarquistas.

Ao mesmo tempo, a Espanha ainda tinha um monarca em sua estrutura política. Nesse cenário, inspirados pelos manifestantes da Revolução Russa, muitos espanhóis opuseram-se ao governo de Rivera, especialmente porque se alinhavam cada vez mais ao movimento socialista e/ou comunista, argumentando em favor de constituir uma república na Espanha.

Em meio a esse cenário, o Rei Afonso XIII aplicou uma medida estratégica: destituir o poder de Rivera e, ao mesmo tempo, aplicar mudanças políticas de maneira sutil, alterações que não alterassem radicalmente a estrutura monarquista. 

Entretanto, o movimento do rei serviu como um impulso para a multidão buscar ainda mais o republicanismo e, consequentemente, houve um levante antimonarquista. Então, a partir da democracia e levantes sociais, o rei precisou ser destituído em favor de uma república, a Segunda República Espanhola, no ano de 1931.

Segunda República Espanhola

Os presidentes eleitos não ganharam prestígio social, na verdade a população estava cada vez mais insatisfeita com o governo espanhol. Principalmente porque o povo ainda tinha opiniões políticas divididas: os republicanos tinham mais tendências socialistas, enquanto os conservadores eram mais nacionalistas e não gostavam do socialismo.

Diante disso, conservadores mobilizaram-se para tentar colocar um líder nacionalista, conservador e autoritário no poder — à semelhança do governo de Rivera alguns anos antes. A tentativa foi mal sucedida, porque as forças socialistas, republicanas e outros grupos estavam mais bem preparados para resistir aos ataques. 

O contexto internacional também se relaciona com a Guerra Civil Espanhola, uma vez que havia uma guerra ideológica a respeito do comunismo e outros sistemas sociais. Então, documentos históricos apontam que houve financiamento soviético para os exércitos socialistas guerrearem e resistirem com maior eficiência. 

Com a vitória republicana em 1931 e a consequente instauração da Segunda República Espanhola, houve uma mudança na sua forma de governo e também na bandeira espanhola, que passou a ter uma faixa púrpura na sua parte inferior, em substituição à faixa vermelha, que permanece atualmente. Essa bandeira foi a oficial do país até o ano de 1939, quando o general Francisco Franco toma o poder e impõe a chamada Ditadura Franquista.

Como aconteceu a Guerra Civil Espanhola?

Os combatentes da Guerra Civil Espanhola podem ser divididos em dois grandes grupos:

  • Frente popular, que reunia a parte da população mais favorável ao regime socialista-comunista, que apoiavam o modelo republicano; e 
  • Movimento Nacional, em que estavam as forças conservadoras, lideradas por um militar, o general Francisco Franco. 

Franco tinha afinidade especial por sistemas totalitários, então, a guerra foi um momento importante para as potências autoritárias do século XX, que aproveitaram o ensejo para expor suas tecnologias armamentistas, aplicando diferentes tecnologias nos conflitos, com destaque para a Alemanha nazista e o fascismo italiano. Simultaneamente, a Frente Popular recebia recursos da União Soviética, já que esse país também queria provar o valor do sistema socialista. 

De todo modo, a organização nacionalista-conservadora do general Franco saiu vitoriosa dos conflitos e, assim, iniciou-se um novo período ditatorial na Espanha comandado pelo partido único denominado “Falanges”. 

O fascismo empregado pelo general foi chamado de “nacional-catolicismo”, mas também pode ser chamado de franquismo, em alusão ao nome do líder. Novamente, a população foi submetida à censura, controle e autoritarismo. 

Consequências da Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola reúne conflitos extremamente violentos, como o ataque à cidade de Guernica, em que mais de mil pessoas morreram com os bombardeios advindos de instrumentos nazistas. A imagem abaixo é uma obra pintada por Pablo Picasso que retrata esse episódio:

Guernica - guerra civil espanhola
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Ao todo, cerca de um milhão de pessoas morreram nos três anos de combate e, além disso, muitos cidadãos precisaram buscar asilo político, porque poderiam sofrer com as censuras e perseguições do regime de franco, mesmo após a Guerra Civil ter acabado.

Questão de vestibular

FGV (2019)

O governo da Espanha aprovou, nesta sexta-feira (24), um decreto que permite a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco, com o objetivo de que seu mausoléu se transforme em um memorial para as vítimas da Guerra Civil Espanhola. 

O assunto provoca divergências políticas no país, e a decisão foi criticada pela família de Franco e pela oposição.

(Folha de S.Paulo, 25.08.2018)

A respeito da notícia, é correto afirmar que

A) o atual governo espanhol levantou um problema político acerca dos despojos do general Franco, que governou a Espanha e implantou uma ditadura fascista, e pretende resolver tal problema mudando o túmulo para um lugar mais público e, ao mesmo tempo, pretende criminalizar todas as formas de apologia ao franquismo.

B) o túmulo do general Franco mudará de lugar, segundo uma decisão do governo espanhol, adepto dos princípios falangistas, para um local ainda não definido, em um contexto no qual a oposição, de esquerda, defende que os seus despojos fiquem onde estão, pois o contrário disso seria homenagear o fascismo espanhol e não as vítimas da Guerra Civil.

C) os membros da Falange, partido único do governo de Francisco Franco, se colocam contra a exumação, pois, no Vale dos Caídos, ponto importante de peregrinação dos franquistas, devem ficar os que lutaram por uma Espanha moderna e democrática e não as supostas vítimas da Guerra Civil Espanhola, representadas pelos grupos conservadores.

D) a questão colocada revela que, mesmo muito tempo depois da Guerra Civil Espanhola e da vitória fascista sobre os republicanos de esquerda, as tensões permanecem, e o atual governo socialista espanhol pretende homenagear as vítimas da terrível guerra e a luta contra o fascismo, além de evitar o culto público ao general Franco.

E) os despojos do general Franco estão no Vale dos Caídos, como uma homenagem à ditadura fascista espanhola, apoiada pela Alemanha de Hitler e pela Itália fascista, na sua sangrenta guerra contra os conservadores, e que o atual governo espanhol, conservador, aprovou a exumação do ex-chefe falangista como uma forma de criticar a democracia liberal espanhola.

Alternativa correta: D. 

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