Maio de 68: histórico e importância do movimento social 

Maio de 68: histórico e importância do movimento social 

O movimento social de maio de 68, no século XX, iniciou-se na França, mas teve influência em diversos outros países, incluindo o Brasil. Então, considera-se que essa denominação “maio de 68” é uma forma de englobar diferentes manifestações sociais ao redor do mundo na década de 1960. 

As reivindicações sociais de diferentes grupos étnicos, econômicos, políticos e etários constituem a história da humanidade e a sociologia, com influência, direta ou indiretamente, sobre as estruturas das sociedades atuais. 

Diante da importância histórica dessas manifestações populares, é sempre importante saber o histórico e características dos mais importantes movimentos sociais e, para te ajudar com isso, o Estratégia Vestibulares reuniu, neste artigo, os aspectos mais relevantes sobre o maio de 68 e sua repercussão no Brasil. Aproveite a leitura!

Contexto histórico dos protestos de maio de 68

Relação com a Guerra Fria

Embora o movimento que ocorreu na década de 60 do século XX carregue o nome do quinto mês do ano, relatos históricos apontam que as primeiras manifestações ocorreram ainda em março do mesmo ano. 

O contexto histórico que norteia esses protestos é complexo e muito agitado, afinal, o século XX foi marcante pelo cenário geopolítico conturbado. Na primeira metade do século, a Primeira e Segunda Guerra Mundial se desenrolaram, além da crise econômica de 1929. 

Quando o segundo conflito findou-se, uma nova era geopolítica iniciou-se, especialmente com a disputa ideológica entre Estados Unidos e União Soviética. Na disputa conhecida como Guerra Fria, os americanos advogavam em favor do capitalismo e os soviéticos defendiam o socialismo. 

Uma questão que causava certa repulsa e revolta social a respeito da Guerra Fria é porque as duas grandes nações nunca se enfrentaram diretamente com seus exércitos. Na verdade, alguns outros territórios foram palco para esses conflitos ideológicos, como na Guerra do Vietnã e na Guerra da Coreia

Em ambos os países, uma parte da população tendia para uma visão comunista e outra para o sistema capitalista. Então, os EUA fomentaram financeira e ideologicamente os capitalistas para que entrassem em conflito com os socialistas que, por sua vez, também recebiam investimentos da URSS. 

A Guerra Fria se estendeu por alguns anos e, especialmente em 1968, houve um momento em que a fragilidade de todo esse conflito geopolítico foi exposto ao mundo e aos estadunidenses. Durante a Guerra no Vietnã, a tropa coordenada pelos americanos teve grande dificuldade em defender-se dos ataques vietcongues e isso demonstrou a possível fragilidade do sistema.

Então, os próprios cidadãos estadunidenses passaram a agir como opositores do conflito, uma vez que dinheiro público era direcionado para um evento que tinha muitas vulnerabilidades e debilidades. 

Ainda a respeito da Guerra Fria, mas com mais enfoque nos soviéticos, o ano de 1968 também foi palco para o desenvolvimento da Primavera de Praga. Quando os tchecoslovacos opunham-se ao controle soviético sobre sua região e população. Tais reivindicações também fomentaram a revolta entre os estudantes franceses que se mobilizaram popularmente.

Relação com os países do sul global 

O século XX também foi marcado, principalmente em sua segunda metade, pela ascensão de governos ditatoriais em diversas partes do mundo. Na região sul-americana, a década de 1960 foi de grande efervescência para a governabilidade autoritária empregada, muitas vezes, por militares e políticos de visão ultraconservadora. 

Em meio ao cenário de autoritarismo, várias lutas e vozes se levantaram contra os ditadores, com denúncias de censura, violência, perpetuação de preconceitos e outros problemas sociais que se desenrolaram na época. 

Simultaneamente, o continente africando ainda vivenciava o processo de descolonização que ocorreu tardiamente, em uma fase em que vários países de outras partes do mundo já tinham mais de séculos descolonizados. 

Todo esse cenário trazia indignação aos estudantes franceses, que olhavam a situação a partir da perspectiva da sociologia, das ciências humanas, dos valores de igualdade e outros fatores que tornavam os acontecimentos do século XX inaceitáveis para a época. 

Maio de 68 na França

Em março de 1968, os universitários franceses se uniram em uma universidade de Paris para debater, criticar, realizar discursos, protestos e atos públicos expondo as indignações a respeito do contexto geopolítico mundial.

Outros pontos também foram abordados no movimento social estudantil, como os padrões sociais impostos até aquele momento. Em uma postura subversiva, lançaram questionamentos a respeito das noções de gênero, da sexualidade, da participação política, da construção de leis, da religião e da organização econômica. 

Todo esse debate tinha como base fundamental a ideia de democracia, verdadeira representação de todos os grupos sociais. Além de abordar a possibilidade da liberdade de expressão, da liberdade individual, equiparadas com a liberdade coletiva, direitos e deveres cidadãos. 

Em relação ao contexto histórico, também abordavam as questões das guerras como denúncias, opondo-se aos movimentos que aconteciam na Guerra Fria e outros conflitos que ocorreram no século XX. 

Esses jovens não viam sentido e ordem na forma como o mundo havia sido construído até o século XX e, por conta disso,protestavam pelo direito à modernização das estruturas políticas, sociais e econômicas. 

Repercussões do Maio de 68 no mundo 

Conforme os eventos revolucionários cresciam na França, ganhou popularidade ao redor do mundo e causou a efervescência de novos movimentos sociais em outras nações, que compartilhavam total ou parcialmente as ideias dos estudantes franceses. 

Por exemplo, nos Estados Unidos, a discussão a respeito da igualdade de etnias já estava em curso a alguns anos. Entretanto, em abril de 1968, o revolucionário e grande nome da luta contra a segregação racial existente no país, Martin Luther King Jr. foi assassinado. 

Então, quando os protestos sociais iniciaram, os estadunidenses encontraram um lugar para reivindicar sua discordância em relação à morte do líder, bem como para continuar sua luta em favor de um espaço social seguro para a população negra. 

Na América do Sul, os mexicanos foram influenciados a combater com mais força as opressões empregadas em seu território, que sofria com o mesmo governo autoritário do Partido Revolucionário Institucional a cerca de 20 anos. 

No Brasil, a ditadura militar estava em seu quarto ano de existência. Quando as informações a respeito do Maio de 68 chegaram ao país, os grupos populares que eram contrários ao regime militar ganharam força para combater a estrutura política, autoritária e repressora dos presidentes e polícia.

A principal representação histórica desse movimento foi a Passeata dos Cem Mil, em que cem mil pessoas se reuniram na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, e marcharam pelo centro da cidade lutando contra à ditadura, com frases expressas com “abaixo à ditadura” e “libertem nossos presos”.

Eles conseguiram unir uma comissão de estudantes que reuniu as pautas principais e levaram-nas ao presidente, mas nenhum dos pedidos foi, de fato, atendido. De qualquer forma, foi uma representação da força e união da população, especialmente os estudantes, em contrariedade aos abusos políticos. 

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