Revolução Cubana: o que foi, contexto histórico e características

Revolução Cubana: o que foi, contexto histórico e características

A Revolução Cubana foi um movimento que surgiu na história latina durante meados do século XX, principalmente em oposição a Fulgêncio Batista, o ditador que regia o país naquela época. O cenário tinha relação com domínios implantados pelos Estados Unidos da América, algo que contrariava as opiniões de muitos cubanos do período.

Para entender melhor o que é a Revolução Cubana, em que contexto histórico nacional e internacional esse movimento se desenvolveu, quem foram os líderes e quais características das manifestações, continue lendo este artigo.

Contexto histórico da Revolução Cubana

No fim do século XIX, em 1898 a Cuba conquistou sua independência política da dominação espanhola. Para isso, o país se apoiou nas forças estadunidenses que se mostravam dispostas a lutar pela autonomia cubana.

Apesar de toda a confiança depositada por Cuba, os Estados Unidos tinham interesses maiores do que a independência daquele país. Depois que o processo se concluiu, os EUA atuavam diretamente no território cubano, como se as terras estivessem sob seu domínio, ainda que de uma forma mais velada do que era feito na época do colonialismo espanhol. 

O principal interesse eram grandes negócios que cresciam na região,  às custas da economia cubana, inclusive com uso da mão de obra, que era mais barata que a dos norte-americanos. A principal atividade profissional de Cuba era a produção de açúcar e, para que isso funcionasse, era necessário investimento capital; nesse aspecto, os Estados Unidos dominaram a aplicação de capitais, uma outra forma de tornar os cubanos mais dependentes dos norte-americanos.

Haviam intervenções também na área política, principalmente por meio da conhecida “Emenda Platt”. Trata-se de uma redação que foi colocada na constituição cubana, sob ordens incisivas dos EUA. Essa emenda permitia que os Estados Unidos tivessem certo controle sobre as questões políticas de Cuba, porque abria caminhos para os norte-americanos intervirem em território cubano em situações de conflitos e instabilidades políticas. 

Ao mesmo tempo, as questões territoriais também entraram como parte da dominação estadunidense sobre Cuba. Quase duzentos quilômetros quadrados deveriam ser concedidos aos norte-americanos, para o uso próprio daquela nação. 

Quase todas as questões sociais, políticas e econômicas estavam sob o controle dos estadunidenses. Seja em termos de turismo, entrada e saída de pessoas do país, as importações e exportações, as indústrias, os comércios, os cassinos e muito mais. 

Golpe de Fulgêncio Batista

O primeiro episódio que mostrava a insatisfação cubana com a dominação disfarçada que os EUA implantaram, foi o golpe aplicado por Fulgêncio Batista. Ele era um ex-sargento que já tinha estado no controle da ilha de Cuba e achou por bem destituir o poder do presidente Carlos Socarrás, por meio de um golpe de Estado.

Apesar de parecer um bom passo para a libertação frente aos EUA, um novo problema se instalou na sociedade cubana: Fulgêncio Batista instalou um governo ditatorial, corrupto, violento e muito repressivo. 

Este cenário caótico envolvia tanto a gerência do país e seus comportamentos não adequados privadores de liberdade, assim como a questão estadunidense. Diante disso, surgiu um advogado chamado de Fidel Castro, que uniu setores democráticos da sociedade em prol de lutar contra essas duas grandes forças.

A Revolução Cubana

A primeira ação dos manifestantes, na Revolução Cubana, foi um assalto contra um quartel chamado Moncada, em 1953. Estavam mais de 150 homens que tentavam tomar as bases, na cidade de Santiago de Cuba, no intuito também de conquistar armas para que a população estivesse bem preparada para manifestações futuras. Grande parte dos guerrilheiros morreram durante o conflito. 

Fidel Castro, por ser líder da ação, foi preso, julgado e condenado. Por ser advogado, fez uma autodefesa e, em 1955, foi anistiado, quando foi exilado no México. Nesse período, ele não abandona sua luta, mas prepara-se para uma nova ação revolucionária. 

Quando ele volta do México a Cuba, vem acompanhado por Ernesto Che Guevara, Raúl Castro (irmão de Fidel) e outros homens importantes para as lutas que viriam à frente. O primeiro conflito aconteceu no momento de desembarque e, sobreviventes, se esconderam nas selvas, conquistaram apoio das populações ao redor e, pouco a pouco, aumentaram o número de revolucionários.

Os guerrilheiros foram fortes combatentes, a ponto de a ditadura de Fulgêncio perder a credibilidade dos Estados Unidos, que deixaram de enviar reforços militares às tropas cubanas. Essa decisão aconteceu em 1958 e foi determinante para que, em 1959, os manifestantes tomaram a capital cubana, Havana. Nesse ponto, o ditador foge para a República Dominicana.

Características das lutas

As batalhas e ideologias da Revolução Cubana giravam, inicialmente, em uma democracia nacionalista de ordem liberal. Com o passar dos anos, Fidel Castro alinhou-se com as ideias socialistas e, em abril de 1961, ele anunciou que o país torna-se socialista. 

Em um contexto de Guerra Fria eminente, essa informação causou alerta internacional e chamou a atenção, principalmente, dos Estados Unidos. Um dia depois do anúncio, são enviados cubanos exilados nos EUA que haviam sido treinados pelos norte-americanos para defendê-los — eles invadiram o país por uma região conhecida como Baía dos Porcos. 

A investida não foi tão sucedida, uma vez que os cubanos resistiram a essas tropas e, os poucos que sobraram, sofreram repressões, prisões e até mesmo execução. Com algumas exceções, visto que alguns voltaram para o exílio norte-americano.

As ideologias socialistas, entretanto, continuaram como um grande problema diante dos EUA. Então, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos, uma vez que o socialismo era visto como ideologia subversiva, desorganizada e repudiante. 

Ao mesmo tempo, do outro lado do Globo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) decide apoiar os cubanos e o Partido Comunista Cubano (PCC). Esse apoio foi impulso para esquerdistas de todo o mundo, especialmente os latino-americanos.

A Crise dos Mísseis

A questão entre Estados Unidos e Cuba era sempre crescente, e o ápice dessa disputa foi a Crise dos Mísseis, no ano de 1962. Basicamente, os soviéticos tinham implantado bases de mísseis na ilha de Cuba, uma vez que as duas nações estavam em proximidade política e ideológica. 

Apesar disso, durante a Guerra Fria, a maior inimiga dos EUA era a URSS. Então, os estadunidenses entenderam que, devido à proximidade territorial, estavam em perigo com a questão dos mísseis em Cuba. O conflito se desenrolou de forma diplomática entre as duas grandes potências de ideologias opostas, por meio de negociações. 

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