A organização econômica em torno das indústrias teve início nos séculos XVIII e XIX e, com o passar do tempo, as técnicas e métodos profissionais utilizados se aprimoraram. A Segunda Revolução Industrial, marca a chegada de novas tecnologias nas fábricas já existentes.
Todo o processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento da produção industrial está atrelado a um contexto histórico, social, cultural e político. No artigo de hoje, você conhecerá melhor a segunda fase da Revolução Industrial.
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O que é a segunda revolução industrial?
A Segunda Revolução Industrial representa a continuidade do processo de formação das fábricas e casas industriais. Antes desse período, a principal forma de obtenção de energia era o carvão mineral, enquanto as máquinas trabalhavam com a termodinâmica do vapor.
Então, novas fontes energéticas são descobertas, como a energia elétrica e os combustíveis fósseis derivados do petróleo. Outro ponto importante foi a descoberta do aço, liga metálica formada por ferro e carbono. Esses fatores marcaram o início da segunda fase da Revolução Industrial.
Em um mundo onde o capitalismo se fortalecia, as mudanças técnicas visavam o aumento da capacidade produtiva, da velocidade de produção e da lucratividade para os donos dos meios de produção.
Essa fase da industrialização ocupa um período histórico relativamente longo, com início em meados do século XIX, perpassando as Primeira e Segunda Guerra Mundiais, com término no ano de 1945, já no século XX.
Assim como na primeira etapa, as inovações surgiram na Inglaterra e foram difundidas para as outras nações europeias. Além disso, durante as guerras mundiais, os Estados Unidos se posicionaram como fornecedores de armas e suprimentos para os outros países.
Tal atitude garantiu que a Segunda Revolução Industrial também se desenvolvesse em solo americano e permitiu que os EUA se tornassem uma grande potência mundial no período pós-guerra — essa é a primeira vez em que uma colônia ascende econômica e politicamente.
No Brasil, entretanto, a industrialização aconteceu de forma única: por começar tardiamente, em meados do século XX, as revoluções industriais aconteceram todas juntas e aglutinadas, sem uma divisão clara entre a aplicação da tecnologia.
Contexto histórico da Segunda Revolução Industrial
Historicamente, a Segunda Revolução Industrial está envolvida com os ideais iluministas assim como na primeira fase da industrialização. Com os movimentos burgueses, como a Revolução Francesa, fortaleceu-se a crença na razão e na ciência — isso permitiu que a humanidade alcançasse novos patamares de crescimento.
Além disso, o pensamento capitalista e liberal propiciava maior interesse burguês no aperfeiçoamento de suas fábricas. Nessa época, surge o capitalismo financeiro: os bancos e grandes instituições monetárias detêm o controle sobre as movimentações econômicas.
Imperialismo
Em meio às inovações tecnológicas, a mão de obra tornou-se cada vez menos necessária e mais especializada. As máquinas passaram a realizar funções humanas de maneira mais rápida, menos custosa, com menor índice de falha e maior vantagem para os patrões.
Com isso o desemprego foi uma consequência direta da Segunda Revolução Industrial. Ao mesmo tempo, com menor poder de compra, a comercialização dos produtos fabricados ficou comprometida.
Nesse sentido, os países capitalistas começam a procurar nações para incrementar seu mercado consumidor e fornecer matéria prima. Surgem, nesse cenário, as dominações imperialistas, de ordem política, econômica ou cultural.
Esses movimentos foram de grande influência na Ásia, na Oceania e principalmente na África. Também foi notável um caráter ideológico na dominação desses territórios, como é notável na Conferência de Berlim, que divide o continente africando em diferentes porções de domínio, sem considerar as características étnicas do povo.
Consequências do Neocolonialismo
Diante dos imperialismos (ou neocolonialismos) empregados pelas nações industrializadas, o mercado consumidor era um alvo de concorrência entre as potências, bem como as fontes de matérias primas.
Com o passar dos anos, esses conflitos se fortaleceram e culminaram em disputas de grande escala, entrando para as possíveis causas das grandes guerras mundiais do século XX.
Características da Segunda Revolução Industrial
Como características principais, podemos citar:
- A existência dos motores de combustão interna, que aumentam a eficiência da produção;
- O uso de energia mais barata, que diminuía o custo total do produto;
- Aumento da necessidade de mão de obra mais especializada e qualificada;
- Fortalecimento da indústria automobilística; e
- Surgimento de um método de produção chamado de fordismo.
Diante desse cenário, é importante ressaltar o desenvolvimento no setor de transportes: são descobertas tecnologias de máquinas conhecidas como gigantes de aço: navios, submarinos, trens, tanques, aviões e etc.
Fordismo
O modelo fordista de produção é composto por métodos rígidos e racionais de organização das fábricas. É o primeiro momento em que aparecem as linhas de montagem, ou esteiras de produção — que visavam a rapidez da fabricação.
Cada funcionário ficava responsável por uma tarefa específica e fazia aquilo exaustivamente, pois acreditava-se que a repetição favorece a velocidade da atividade.
Posteriormente, diversos estudiosos enxergarão esse processo como a alienação entre o proletário e o produto que fabrica: a divisão do trabalho não permite que o funcionário entenda corretamente qual o valor de sua mão de obra.
As matérias primas eram transformadas de maneira semelhante, assim as mercadorias tinham um único padrão de modelo e cor. A teoria difundida na época é a de que a criação de novos artigos atrasa a produção e diminui o lucro do empregador.
A fabricação era tão massante que existiam grandes espaços de estoque, onde os volumes eram armazenados constantemente. Lá na frente, em 1929, essa superprodução excedeu a capacidade de compra dos consumidores e resultou na Crise de 1929.
No exercício sobre Segunda Revolução Industrial abaixo, que apareceu no Enem de 2012, o fordismo é abordado, veja:
A figura representada por Charles Chaplin critica o modelo de produção do início do século XX, nos Estados Unidos da América, que se espalhou por diversos países e setores da economia e teve como resultado
a) a subordinação do trabalhador à máquina, levando o homem a desenvolver um trabalho repetitivo.
b) a ampliação da capacidade criativa e da polivalência funcional para cada homem em seu posto de trabalho.
c) a organização do trabalho, que possibilitou ao trabalhador o controle sobre a mecanização do processo de produção.
d) o rápido declínio do absenteísmo, o grande aumento da produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque.
e) as novas técnicas de produção, que provocaram ganhos de produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de eliminar as greves.
Na imagem, observa-se que o trabalhador está trabalhando exaustivamente e se debruça sobre a máquina. Conforme o que aprendemos até aqui, a repetição do trabalho foi foco de crítica do modelo fordista, pois aliena o trabalhador. Assim, a alternativa mais adequada é a letra A.
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