Conheça os principais escritores das listas de obras obrigatórias dos vestibulares
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Conheça os principais escritores das listas de obras obrigatórias dos vestibulares

Com autores de épocas e estilos variados, a lista conta com 19 escritores que deixaram suas marcas na literatura brasileira e estão presentes em diversas listas de obras obrigatórias

As listas de obras obrigatórias são parte importante de muitos vestibulares brasileiros. Por meio delas, as instituições valorizam e cobram análises literárias diversas, para testar os conhecimentos dos vestibulandos que desejam ingressar nessas universidades.

O Portal Estratégia Vestibulares listou os principais escritores presentes em várias listas de obras obrigatórias para você ter uma ideia de quem pode aparecer e quais são as obras mais comuns de cada um dos autores. 

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E, olha, mesmo assim muita gente ficou de fora. Por isso, vale observar as listas de obras obrigatórias de 2024 e saber quais são os tipos de questões sobre os livros exigidos. Confira os autores selecionados abaixo.

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Aluísio Azevedo (1857-1913)

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís, capital maranhense e faleceu aos 56 anos em Buenos Aires, capital da Argentina. Além de escritor, foi diplomata, jornalista e desenhista. É considerado um autor naturalista, principalmente por sua obra “O Mulato”, que inaugura a vertente.

Suas duas principais obras são “Casa de Pensão” e “O Cortiço”, que foram obrigatórias em vestibulares recentes de instituições como UFU, UEL, UFPR, Unitins e Unaerp. 

Aluísio narra vidas cotidianas da sociedade brasileira do século XIX com linguagem simples e descrição minuciosa, em uma narrativa lenta e que traz temas como adultério, decadência moral, racismo e patologias sociais.

Álvares de Azevedo (1831-1852)

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo, mas sua família se mudou para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. Foi fundador da Sociedade de Ensaio Filosófico Paulistano pouco tempo depois de entrar no curso de Direito da Faculdade do Largo de São Francisco, na capital paulista.

É considerado o nome mais importante do ultra romantismo, ou segunda geração romântica, em que os temas tratados eram mais voltados para o mundo interior dos escritores. O poeta escreveu livros como “Noite na Taverna” e “Lira dos Vinte Anos”, além de ter obras compiladas em “Melhores Poemas”. Já foi autor obrigatório nos vestibulares da UEM, Unioeste, UFPR e Unitins.

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

O poeta brasileiro nascido em Itabira do Mato Dentro, em Minas Gerais, já foi representado até em notas de cruzados e é considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira. 

Fez parte da segunda geração modernista, que tinha como características linguagem coloquial e cotidiana, valorização da cultura brasileira, influência das obras de Freud, do realismo e romantismo.

Seu poema mais conhecido é “No Meio do Caminho”, publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo, em 1928. Dentre os livros presentes em listas de vestibulares estão “Antologia Poética”, “Sentimento do Mundo” e “Alguma Poesia”. Já esteve presente recentemente nas provas da Fuvest, UFU, Unicentro, ITA, UEPG e outras.

Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Nascida em Minas Gerais, Carolina Maria de Jesus foi tentar a vida na capital paulista em 1948, onde trabalhou como empregada doméstica. É uma das pessoas que melhor descreveu a realidade das periferias e favelas de São Paulo. Sua principal obra, “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” teve sucesso imediato ao ser publicada, em 1960.

Carolina é marcante com sua obra memorialística, em que expõe, com testemunhos pessoais, a realidade em que vive e suas reflexões sobre o cotidiano. A obra foi traduzida para vários idiomas e conta com diversas teses e dissertações, mas Carolina morreu pobre e vivendo em ostracismo. Seu principal livro é ou foi usado em diversos vestibulares como Unicamp, UFPR, UEM, UEL, UFRR e UEPG.

Cecília Meireles (1901-1964)

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criada na Ilha dos Açores, que pertence a Portugal. Foi criada pela avó e passou a escrever poesias com apenas nove anos de idade. Sua primeira obra, “Espectros”, foi escrita aos 18 anos, já foi forte caráter simbolista e intimista, características da segunda fase do modernismo.

Possui em sua biografia dezenas de livros e obras consideradas profundamente femininas, além de ter escrito diversas poesias e poemas infantis. “Romanceiro da Inconfidência”, “Viagem e Vaga Música” e Quarto Motivo da Rosa” estão presentes em vestibulares recentes de instituições como UFMS, USP, Unioeste e PUC.

Clarice Lispector (1920-1977)

Nascida em Tchetchelnik, na Ucrânia, Haia Pinkhasovna Lispector veio ao Brasil com sua família aos dois meses de idade, após fugirem da perseguição aos judeus do seu país natal. Foi parar em Maceió, na casa de sua tia materna, antes de ir para Recife, onde passou sua infância. Aos 12 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde terminou o colégio e ingressou na Faculdade Nacional de Direito.

Escreveu seu primeiro livro em 1944, “Perto do Coração Selvagem”, vencedor do prêmio Graça Aranha do ano. Fez parte da chamada “Terceira Geração Modernista”, movimento de renovação dos gêneros romance e conto no país. 

Além do livro já citado, “Crônicas para Jovens: de Amor e Amizade”, “Laços de Família”, “A Hora da Estrela” e “A Legião Estrangeira”, já foram usados como obras obrigatórias de vestibulares, dentre eles FGV, UniRV, UFSC, UEM, Acafe, Uema e IBMEC.

Conceição Evaristo (1946)

Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu em Belo Horizonte e suas obras fazem parte da literatura contemporânea brasileira. A linguista formou-se em Letras na UFRJ após desempenhar carreira como professora em Niterói e se tornou mestra em Literatura Brasileira na PUC-Rio e doutora em Literatura Comparada na UFF.

Suas obras têm como características o protagonismo feminino, temas sociais como questões de gênero, classe e etnia, valorização da cultura afro-brasileira, prosa lírica e caráter memorialístico. Suas três principais obras, “Ponciá Vicêncio”, “Olhos D’água” e “Vozes-mulheres” estiveram presentes em vestibulares recentes da UFRGS, Unicamp, UEPG, Uema, Unioeste e Uesb.

Cruz e Souza (1861-1898)

João da Cruz e Souza nasceu em Florianópolis (na época chamada de Desterro) e era filho de escravizados alforriados. estudou em escolas de elite e tomou gosto por línguas estrangeiras e matemática, mas isso não impediu que sofresse racismo em diversas passagens da sua vida, haja vista o contexto escravista da época.

Foi jornalista no “Tribuna Popular”, considerado republicano e abolicionista, ainda em Santa Catarina e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em diversos veículos de comunicação. É considerado o principal nome do simbolismo brasileiro, e suas obras “Lenda dos Campos”, “Negro” e “Livre” estiveram presentes em vestibulares de instituições como UFGD, Acafe, Unioeste e Unitins.

Gonçalves Dias (1823-1864)

Poeta indianista, Gonçalves Dias foi um dos maiores poetas da primeira geração romântica do Brasil. Foi jornalista, etnólogo e advogado, tendo se formado em direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Além disso, também foi fundador da revista Guanabara, veículo com ideias e conceitos românticos.

Com eu lírico bucólico e obras de caráter ufanista, Gonçalves Dias escreveu “Se se Morre de Amor”, “Primeiros Cantos”, “O Canto do Piaga” e “O Canto do Guerreiro”, que estiveram presentes em vestibulares recentes da Unioeste. Uema e UFPR.

Graciliano Ramos (1892-1953)

Pertencente da segunda geração do modernismo, Graciliano Ramos era alagoano e primogênito de 16 filhos. Trabalhou como revisor de diversos jornais já no Rio de Janeiro, cidade para onde se mudou em 1914, e foi prefeito de Palmeira dos Índios, Alagoas, em 1928.

Graciliano escreveu crônicas, contos, romances e até mesmo livros infanto-juvenis, geralmente dentro da linha do realismo crítico e refletindo problemas sociais brasileiros e por vezes regionalistas da época. As obras “Vidas Secas”, “São Bernardo”, “Angústia” e “Infância” se fazem presentes nas provas da Fuvest, UEPG, UFRGS, UVA, UEA e IBMEC, por exemplo. 

Gregório de Matos (1636-1696)

Conhecido como Boca do Inferno, Gregório de Matos foi um dos poetas mais conhecidos do período colonial brasileiro, com versos satíricos e críticos ao colonialismo e suas administrações.

Criticava, por exemplo, a moralidade do clero, a corrupção da sociedade e a fidalguia brasileira que já se fazia presente nas formações das cidades. Nascido em Salvador, formou-se em Direito em Coimbra e, ao voltar para o Brasil, em 1683, viveu na bonança até se tornar um miserável, através de seus excessos na boemia.

Sua sátira exagerada, principalmente contra os poderosos, fez com que fosse deportado para a Angola em 1685 até 1694, quando retornou para viver em Recife. Como muitas das suas obras eram publicadas em jornais ou panfletos, sua principal obra é “Poemas Escolhidos”, uma reunião de diversos materiais de sua suposta autoria, presentes em vestibulares como Fuvest, UEL, Unitins, Cásper Líbero e outros.

Guimarães Rosa (1908-1967)

Guimarães Rosa foi escritor da terceira geração do modernismo, sendo um dos responsáveis pela renovação da literatura moderna, cheia de regionalismos, neologismos e construção sintática e melódica das frases e estruturas dos seus livros.

Formado em Medicina em Belo Horizonte, Rosa exerceu a profissão e serviu como médico voluntário durante a Revolução Constitucionalista. Foi também diplomata na Alemanha, França e Colômbia, onde praticava o uso dos nove idiomas que sabia se comunicar. 

Sua principal obra foi “Grande Sertão: Veredas”, mas o autor esteve presente em vestibulares como UFPR, Unioeste, Fuvest, Unaerp, PUC-SP, UFMS e outros com os livros “ Sagarana” e “Campo Geral”, além dos contos “Desenredo”, “A Terceira Margem do Rio” e “Esses Lopes”.

Itamar Vieira Junior (1979)

Escritor do clássico mais recente da lista, Itamar Vieira Junior venceu o Prêmio Jabuti de Romance Literário de 2020 com seu livro de estreia “Torto Arado”. Nascido em Salvador, Itamar é geógrafo e doutor em estudos étnicos e africanos pela UFBA e levou suas experiências para sua obra. 

“Torto Arado” tem como características a prosa melodiosa, o regionalismo e críticas sociais de um Brasil escravista e desigual. O romance está ou esteve presente em diversos vestibulares do país como Unicentro, UniRV, UFGD, UFSC, UEPG e outros.

Jorge Amado (1912-2001)

Jorge Amado nasceu na zona rural de Itabuna, na Bahia, e foi criado em meio a fazenda de cacau de seus pais. Aos dois anos mudou-se com a família para Ilhéus e aos 12 foi estudar em Salvador, onde passou por internatos até os 14, quando escreveu “Poema ou Prosa”, fazendo sátira aos poemas da época.

Em 1930 foi cursar Direito no Rio de Janeiro e passou a frequentar a Juventude Comunista e a Aliança Libertadora Nacional. Lá passou a escrever seus primeiros livros, considerados da segunda geração do modernismo. Morou também em São Paulo, na Tchecoslováquia e na Argentina.

Escreveu dezenas de livros, com críticas sociais, sátiras, humor ácido e cotidiano, denunciando a miséria e opressão dos trabalhadores e classes populares. Dentre as obras presentes em vestibulares recentes estão “Capitães de Areia”, seu livro mais famoso, “Tenda dos Milagres”, “Mar Morto” e “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água”.

Lima Barreto (1881-1922)

Afonso Henriques de Lima Barreto foi um escritor brasileiro do que é considerado o pré-modernismo. Seus livros descrevem ambientes, costumes, mentalidades e perspectivas da sociedade carioca em que viveu, criticando os burgueses da época.

Tornou-se um cronista da época e seus livros, por vezes autobiográficos, relatam o preconceito racial da época, até “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, sua obra-prima. Nela, o autor descreve a política do país após a Proclamação da República.

Seus romances revelam uma escrita coloquial e simples, que ignorava normas gramaticais e de estilo. Além da obra já citada, Lima Barreto se faz presente em vestibulares como Unicamp, Unioeste, UEPG, UFMS e outros com “Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá”, “Clara dos Anjos”, “O Pecado” e “Cemitério dos Vivos”.

Lygia Fagundes Telles (1923-2022)

Nascida em São Paulo, Lygia Fagundes Telles fez parte da terceira geração modernista e tem em suas obras um tom intimista, com visão política e social dos tempos atuais. Em algumas delas também é possível presenciar o realismo mágico como uma característica.

Formada em Direito no Largo do São Francisco, Lygia foi procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo e presidente da Cinemateca Brasileira. “Seminário dos Ratos”, “Ciranda de Pedra” “Melhores Contos”, “As Meninas” e “A Caçada” fizeram parte de vestibulares recentes de instituições como UFGD, Unioeste, UniRV, Acafe, Unicamp, UFRGS e UFMS.

Machado de Assis (1839-1908)

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro e é considerado o grande nome do realismo brasileiro, além de ser um dos maiores representantes da literatura brasileira. Foi jornalista, funcionário público e fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896.

Escreveu peças de teatro, contos, poesias e romances ao longo de sua vida, sempre criticando a burguesia e fazendo uso de ironias, metalinguagem e diálogo direto com seus leitores. 

Diversas de suas obras estão presentes em vestibulares, mas destacam-se “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba”, “Casa Velha”, “Esaú e Jacó” e “Várias Histórias”, que fazem parte de listas como Fuvest, Unicamp, UFGD, UFU, UFRGS, UFMS e outras.

Mário de Andrade (1893-1945)

Mário Raul de Morais Andrade foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, na primeira fase modernista do Brasil. Além de escritor foi crítico literário, ativista cultural, folclorista e musicólogo.

Mário estudou piano, foi catedrático de História da Música, trabalhou no Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e escreveu romances, críticas, contos, poemas, crônicas e ensaios.

“Amar, Verbo Intransitivo” “Paulicéia Desvairada”, “Contos Novos” e “Macunaíma”, sua obra-prima, estão ou estiveram presentes em vestibulares como UFSC, Fuvest, Unioeste, UEL, UEM, Acafe, Unitins e outros.

Milton Hatoum (1952)

O manauara Milton Hatoum é formado em Arquitetura na USP e em Literatura na Sorbonne, em Paris. Foi professor da Universidade Federal do Amazonas e venceu seu primeiro Prêmio Jabuti em 1989, por “Relato de um Certo Oriente”. 

Suas obras têm como características o monólogo interior, o hibridismo cultural, o aspecto memorialístico e a melancolia presente na consciência de seus personagens. Além da obra já citada, Milton se faz presente nos vestibulares com os livros “Dois Irmãos”, “Cinzas do Norte” e “Órfãos do Eldorado”. Já foi, portanto, listado em provas como Fuvest, UEA, UFMS, UEM, UFPR e outras.

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