A gramática da Língua Portuguesa possui um ramo chamado de sintaxe, que serve para estabelecer o papel de cada termo dentro de uma oração. Diante disso, o complemento verbal é a figura sintática que surge para completar o sentido de um verbo, o que permite um significado mais absoluto para a frase.
Para te ajudar a compreender os complementos verbais, o Estratégia Vestibulares preparou este resumo com as principais informações a respeito dessa função sintática: quais são os tipos de complemento verbal, como identificá-los, como reconhecer os verbos que precisam de complemento e muito mais. Leia mais!
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O que é complemento verbal?
O complemento verbal é uma função sintática integrante da oração, isso significa que ele é importante para a construção do sentido da frase. Sem ele o enunciado pode até existir e tentar transmitir a mensagem, mas pode ficar incompleto e deixar espaço para ambiguidades.
Como o nome aponta, o complemento verbal é representado por termos que se ligam diretamente ou indiretamente aos verbos, para concluir uma ideia iniciada por ele. Por exemplo, se dissermos que “Joana entregou a Lucas”, sem nenhum contexto da frase, a oração tem sentido incompleto já que não se sabe o que foi, de fato, entregue ao Lucas.
Nesse caso, a simples adição de um complemento que se ligue ao verbo para explicar o conteúdo que foi entregue ao menino, pode trazer mais sentido para a frase. Esse conhecimento é importante não somente para a resolução de questões específicas do tema, mas também para atentar-se em completar o sentido dos verbos durante a escrita de redações e textos no vestibular.
Tipos de complemento verbal
Existem dois tipos principais de complementos verbais: os objetos diretos e os objetos indiretos. Conheça mais sobre eles agora.
Objeto direto
É o complemento verbal que se liga ao verbo diretamente, sem a necessidade de uma preposição que faça essa conexão. Ele pode ser um substantivo, uma palavra substantivada (quando adiciona um artigo antes de um termo não substantivo, como em: “o andar de Pedro”), um pronome, uma oração ou um numeral.
Para identificá-lo na frase, é importante perguntar o verbo ao sujeito, como quem quer obter uma resposta da própria oração. Ao final do processo, se a resposta aparece sem preposição, então é um objeto direto. Acompanhe nos exemplos.
- Matheus comprou o celular. → Pergunta-se “Matheus comprou o que?” e a resposta é “o celular”. Como a resposta obtida é um substantivo, sem preposições nem na pergunta nem na resposta, é possível concluir que é um objeto direto.
- Quero ganhar 12 mil por mês → A pergunta pode ser “Quero ganhar quanto por mês?” e a resposta será “12 mil”, o numeral aparece sem a introdução de preposições, assim como não há preposição na questão feita. Assim, admite-se que é um objeto direto.
- Minha mãe dizia que família boa é a que se perdoa → O questionamento a ser feito é “O que minha mãe dizia?” e a resposta obtida é uma oração inteira, que aparece sem a introdução de uma preposição, então, é um objeto direto.
Objeto direto pleonástico
É possível, ainda, que o complemento verbal objeto direto apareça de maneira pleonástica, ou seja, repetitiva. Quando isso acontece, geralmente é porque o autor gostaria de enfatizar o objeto direto do discurso, como está mostrado abaixo.
Este amor, eu o encontrei em você.
Neste caso, pergunta-se à frase “encontrei o que?” e a resposta será “este amor” e também o pronome pessoal átono “o”, que também se refere a este amor. Perceba que as duas expressões estão se referindo ao mesmo objeto “amor”, e se ligam ao verbo “encontrar” sem preposição.
Objeto indireto
No caso do objeto indireto, é necessário que a ligação entre o verbo e o objeto aconteça por meio de uma preposição. Esse tipo de complemento verbal também pode se ligar aos substantivos, numerais, pronomes, orações ou palavras substantivadas.
A identificação também pode ser feita por meio do questionamento do verbo ao sujeito. Então, a preposição deve aparecer na pergunta, na resposta, ou em ambas. É importante reconhecer quando o verbo precisa de um objeto indireto, para evitar sentidos incompletos e/ou erros gramaticais.
- Ele necessitava de carinho. → Deve-se questionar “ele necessitava de que?” e a resposta é clara “de carinho”. Note a evidência das preposições dentro da pergunta e resposta, o que classifica o objeto indireto.
- Ele conversou com todas as pessoas. → Nesse caso a pergunta é “ele conversou com quem?”, de forma que a resposta será “com todas as pessoas”.
- Acredito em tudo que você me diz, porque te amo. → Aqui, o questionamento será “acredito em que?”, com a resposta iniciada por preposição “em tudo que você me diz”.
Objeto indireto com pronomes pessoais oblíquos
É possível, ainda, que os objetos indiretos sejam pronomes pessoais oblíquos (me, te, lhe, nos, vos lhes) ou a partícula reflexiva se. Nesse caso, não será necessária a preposição, mas o sentido traduz que trata-se de um objeto indireto.
O namorado lhe assegurou que cuidaria dela.
Para entender que trata-se de um objeto indireto, basta entender que “lhe” pode ser substituído por “a ele (a)”. Veja: “O namorado assegurou a ela que cuidaria dela.” Agora, a pergunta será “assegurou a quem?” e a resposta será “a ela”.
Nesse exemplo é importante notar que o verbo admite tanto o objeto direto quanto o indireto, o que chamamos de verbo transitivo direto e indireto. O objeto direto da frase será “assegurou o que?” com a resposta “que cuidaria dela” — não há preposição de ligação nem na pergunta, nem na resposta.
Objeto indireto pleonástico
Por fim, existem ainda os objetos indiretos pleonásticos. Eles acontecem quando o autor quer realçar o complemento verbal indireto, geralmente por meio de um pronome pessoal átono, aqueles que não têm acento tônico e nem são acentuados (me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos)
A mim me chamaram para a festa.
Se perguntarmos “Chamaram a quem?”, a resposta será “a mim”. Mas o “me” também se liga ao verbo, como reforçador da pessoa que foi convidada.
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