Complementos verbais e adjuntos adnominais: conceito, características e exemplos

Complementos verbais e adjuntos adnominais: conceito, características e exemplos

Entenda o conceito de complementos verbais e adjuntos adnominais, suas funções e como identificá-los dentro das orações

Os complementos verbais e os adjuntos adnominais são elementos essenciais para a estruturação das orações em língua portuguesa, pois desempenham papéis fundamentais na construção do significado e na organização sintática das frases.

O estudo desse tema é indispensável para a produção de textos coesos e para a correta interpretação de sentenças, uma vez que a diferenciação entre complementos verbais e adjuntos adnominais impacta diretamente a compreensão dos enunciados.

Pensando nisso, a Coruja preparou este artigo com os principais pontos sobre o assunto, trazendo diversas dicas e exemplos para você dominar os conceitos e ter um bom desempenho nas provas. Confira!

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O que são complementos verbais?

Em resumo, os complementos verbais são termos que completam o sentido dos verbos transitivos, pois esses verbos não têm significado pleno sem um complemento. Existem três tipos principais: objeto direto, objeto indireto e objeto direto e indireto (bitransitivo).

Objeto Direto

É um complemento verbal que se liga a verbos transitivos diretos, ou seja, aqueles que exigem um complemento para completar seu sentido, sem a necessidade de preposição. Geralmente, responde à pergunta “o quê?” ou “quem?” em relação ao verbo.

Exemplos:

  • Leonardo comprou um carro. (Comprou o quê? Um carro.)
  • Os alunos resolveram o problema. (Resolveram o quê? O problema.)

Objeto Indireto

É um complemento verbal que se liga a verbos transitivos indiretos, ou seja, aqueles que necessitam de uma preposição para estabelecer relação com seu complemento. Esse termo geralmente indica o destinatário ou beneficiário da ação verbal e responde às perguntas “a quem?”, “para quem?”, “de quem?”.

Exemplos:

  • Ele obedece aos superiores. (Obedece a quem? Aos superiores.)
  • Ela confia em seus professores. (Confia em quem? Em seus professores.)

Principais preposições utilizadas com objetos indiretos

Algumas das principais preposições usadas diante de objeto indireto são:

  • A (Obedeço a meus pais);
  • Para (Escrevi um texto para ela);
  • De (Gosto de literatura);
  • Em (Acredito em você);
  • Com (Viajei com minha família; e
  • Por (Zelava por sua equipe).

Observe que essas preposições são exigidas pelo próprio verbo, portanto, o objeto indireto não aparece sem preposição.

Objeto Direto e Indireto

Alguns verbos exigem dois complementos simultaneamente: um objeto direto e um objeto indireto. São também chamados de verbos bitransitivos e aparecem em construções que envolvem tanto o paciente quanto o destinatário da ação verbal.

Exemplos:

  • O professor ensinou sintaxe aos alunos. (Ensinou o quê? Sintaxe – OD; Ensinou a quem? Aos alunos – OI.)
  • O juiz concedeu a vitória ao time. (O que o juiz concedeu? A vitória – OD; Concedeu a quem? Ao time – OI.)

Adjuntos adnominais: para que servem?

Os adjuntos adnominais são termos acessórios da oração que acompanham um substantivo, atribuindo a ele características ou determinando-o de alguma forma. Sua principal função é modificar, especificar ou determinar o núcleo de um termo da oração (geralmente o sujeito ou o objeto), sem alterar a estrutura sintática essencial da frase.

Podem, também, ser representados por adjetivos, locuções adjetivas, pronomes adjetivos, numerais e artigos, sempre concordando em gênero e número com o substantivo que acompanham.

Exemplos:

  • As crianças felizes brincavam no parque.

“As” (artigo) e “felizes” (adjetivo) são adjuntos adnominais que determinam e caracterizam o substantivo “crianças”.

  • Comprei três livros interessantes.

“Três” (numeral) e “interessantes” (adjetivo) modificam o substantivo “livros”; ambos são adjuntos adnominais.

  • Aquele carro vermelho é meu.

“Aquele” (pronome demonstrativo) e “vermelho” (adjetivo) são adjuntos adnominais do substantivo “carro”.

Esses termos não são exigidos pelo verbo e nem são essenciais para a estrutura básica da oração, mas enriquecem o enunciado, tornando-o mais preciso ou expressivo.

Diferença entre adjuntos adnominais e complementos nominais

Uma das mais complexas relações encontradas dentro da gramática é a que pede a diferenciação, como classificação, entre o adjunto adnominal e o complemento nominal. Para essa diferenciação, é preciso ter em mente as seguintes relações:

  • Os complementos nominais só podem ocorrer com substantivos abstratos, adjetivos e advérbios;
  • Os substantivos abstratos podem apresentar, relacionados a si, tanto complementos nominais quanto adjuntos adnominais;
  • Com relação aos substantivos abstratos, só há a possibilidade de adjuntos adnominais introduzidos pela preposição “de”. Caso tenhamos termo ligado a substantivo abstrato com outras preposições, teremos necessariamente complementos nominais; e
  •  Os adjetivos e advérbios somente podem apresentar complementos nominais, nunca adjuntos adnominais.

Exemplos:

  • O medo de João sempre o impediu de sair de casa para acampar.
  • O medo de baratas sempre impediu João de sair de casa para acampar.

Nos dois exemplos acima, pode-se observar as seguintes características:

  • A palavra medo aparece como substantivo abstrato nas duas ocorrências;
  • Nas duas ocorrências, a palavra medo é modificada por termos preposicionados; e
  • Há diferenças semânticas essenciais a serem compreendidas nesses dois casos.

Com relação à leitura semântica dos termos preposicionados, é essencial notar que ela será decisiva para a construção da classificação sintática. No caso, analisaremos os dois termos a partir dos seguintes pressupostos:

  • O complemento nominal apresentará, no caso de introduzido pela preposição “de”, valor de alvo do nome. É possível entender como uma leitura “passiva” nesses casos, como se houvesse uma possibilidade de construção de voz passiva.
  • O adjunto adnominal, por sua vez, apresenta uma relação de possuidor ou de agente da “ação” contida no nome. Assim, mais uma vez, é como se gerássemos uma voz passiva para compreender a classificação.

Assim, podemos entender que, no primeiro exemplo, “de João” é o dono do medo, dessa forma, deverá ser classificado como um adjunto adnominal. Por sua vez, no segundo exemplo, entendemos que “de baratas” é o alvo do medo, ou seja, é daquilo que se sente medo. Assim, é classificado como complemento nominal.

+ Veja também: Função sintática: o que é, tipos e questões

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