Estrutura das palavras: como são construídas?

Estrutura das palavras: como são construídas?

A comunicação é uma das habilidades mais desenvolvidas entre os seres humanos. Uma das principais formas de comunicar uma informação é por meio da linguagem e dos idiomas. Nesses casos, cada termo representa um conceito, ideia ou objeto, mas como eles são constituídos? Essa pergunta pode ser respondida com o estudo da estrutura das palavras.

Neste artigo, você conhecerá os principais elementos que constituem a estrutura de uma palavra e como eles se relacionam entre si. Com essas informações, é possível compreender como as palavras podem se flexionar em gênero, número e grau, a depender do contexto e classe de palavras em questão. Leia agora e aprenda mais!

Estrutura das palavras: elementos mórficos

Elementos mórficos, ou morfemas, é o nome dado para cada “pedacinho” da palavra. Eles se unem para formar termos completos e, quando alterados, podem trazer um novo significado para a palavra, ou reestruturar o tempo verbal, por exemplo. Nos tópicos a seguir, aprenda sobre os diferentes tipos de morfemas. 

Radicais

Em qualquer termo da Língua Portuguesa, a estrutura da palavra está baseada no radical que ela apresenta. Esse morfema indica qual o significado, a tendência semântica daquele termo — geralmente ele tem relação com alguma origem, seja latina, indígena ou outras. 

Quando observa-se uma determinada palavra, o radical é o elemento que não deve ser modificado. Uma vez que ele confere o significado ao texto, cada sofra alguma alteração, também haverá mudança de sentido. 

Os radicais aparecem na palavra principal e em todas as suas derivadas e, tipicamente, sem sofrer mudanças em nenhuma delas. Por exemplo, em flor, floral, floricultura, florista e florescer, embora o sentido e classe das palavras sejam diferentes, todas possuem o mesmo radical “flor-” e remetem ao mesmo conceito do Português.

+ Veja também:  Classes de palavras: quais são, características e aplicações

Tema e vogal temática

Em morfologia, o tema representa a união entre o radical da palavra e a vogal temática. Nessa ciência, vogal temática é a letra que sobra quando admite-se o infinitivo daquele verbo e tira-se o erre (-r) do final. Veja os exemplos para esclarecer o conhecimento:

  • A palavra amor apresenta o radical “am-” e, como verbo infinitivo, é reconhecida como amar.  Para encontrar a vogal temática, retiramos o -r de amar e encontra-se que o tema é: ama = radical “am” + vogal temática “a”.
  • Para o verbo beber, basta retirar a letra -r e obtêm-se o tema bebe = radical “beb” + vogal temática “e”.

Em geral, o tema é um elemento que serve como conexão entre morfemas. Através dele, é possível adicionar sufixos e afixos que criam diferentes significados e conjugações para a palavra. Com base nos exemplos, podem ser citados: “amante”, “amaram”, “beberam” e “beberiam”. 

Apesar de, em diferentes termos, o tema ser semelhante a um verbo, evite confundir os conceitos. Tema é um morfema da estrutura morfológica, enquanto que desinências são os elementos que marcam flexões verbais!

Desinência

Desinência é o elemento mórfico que será adicionado aos termos para flexioná-los. Os verbos são flexionados em tempo, pessoa da conjugação, tempo e modo; enquanto os nomes (substantivos, adjetivos, numerais e pronomes) podem ser flexionados em gênero e número. 

Para o radical “pat” encontra-se, por exemplo, pata, patas, pato, patos. Nos verbos essas flexões são mais numerosas, acompanhe o modelo para “brincar”: brinco, brincar, brincamos, brincávamos, brincássemos, brinquei,  brincara, brincaria, brincáveis, brincando e brincado. 

Afixos: sufixos e prefixos

Afixos são morfemas que se adicionam a uma palavra para trazer um novo sentido ou significado. Eles podem aparecer:

  • antes do termo inicial, e são chamados de prefixo (pré = aquilo que vem antes); ou 
  • ao final da palavra, quando são denominados sufixos.

Em determinadas situações, a palavra pode estar sufixada e prefixada ao mesmo tempo. Veja nos exemplos a seguir, com o termo “correto”. 

  • Com o prefixo “in-”, a estrutura torna-se “incorreto” — que significa errado, o contrário de correto/certo;
  • Com o sufixo “-mente”, a palavra será “corretamente” — esse termo indica um modo correto, uma forma de executar uma ação que é considerada certa;
  • Se ligarmos o sufixo “-mente” e o prefixo “in-”, o resultado será: “incorretamente”. Nesse caso, o sentido é de modo incorreto/errado de realizar uma determinada tarefa.

+ Veja também: Derivação prefixal: processo de formação de palavras 

Vogais ou consoantes de ligação

Muitas vezes, para construir o sentido de uma palavra, é necessário utilizar morfemas que não apresentam uma sonoridade ou articulação da fala adequada para a Língua Portuguesa. Nesses casos, a morfologia lança mãos de letras isoladas, sejam consoantes ou vogais, que trazem mais conexão entre os elementos mórficos. 

A junção entre o termo “gás” e o sufixo “-metro” traz o significado de instrumento para medida de gás. Entretanto, a simples união dos dois morfemas produz uma sonoridade estranha, nesse caso, utiliza-se a vogal de ligação “o”, que permite uma pronúncia mais adequada dos sons: gasômetro. 

Na morfologia, o sufixo “-cida” indica um agente que pode matar, relacionado ao termo que está ligado ao afixo. Para dizer que um material mata fungos, o correto é unir o radical “fung-” + sufixo “-cida”. Entretanto, a simples união também não é sonora e facilmente pronunciável. A solução, então, foi adicionar uma vogal de ligação “i”: fungicida.

Por fim, um exemplo de consoante de ligação aparece na palavra “florzinha”. O radical é “flor” e o sufixo “-inha”, que indica o diminutivo da palavra. Diante disso, a sonoridade não ficaria adequada para os padrões do Português, então adiciona-se a consoante “z” que faz a conexão entre os dois morfemas: florzinha.

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