Figuras de Pensamento: o que são, classificação e exemplos

Figuras de Pensamento: o que são, classificação e exemplos

As Figuras de Pensamento são recursos associados à combinação de ideias e pensamentos, ou seja, à interpretação das frases. Elas são classificadas em: eufemismo, gradação, hipérbole, ironia, paradoxo e personificação (prosopopeia).

A seguir, o Estratégia Vestibulares trata sobre cada uma das classificações e observar, através de exemplos, as características de cada uma das Figuras de Pensamento.

Antítese

A antítese é uma das Figuras de Pensamento que ocorre quando há a presença de termos de sentidos opostos numa mesma oração.

Exemplos

  • Faça chuva ou faça sol, sairemos hoje.

Há aqui duas palavras opostas: “chuva” e “sol”. Elas são conjugadas na oração e posicionadas próximas. Nesta construção, as palavras não formam uma única expressão, apenas estão lado a lado na oração.

Outros exemplos

  • Não sei dizer o que é verdade e o que é mentira.
  • “E onde queres bandido, sou herói” (Caetano Veloso)

Eufemismo

O eufemismo ocorre quando se utilizam palavras ou expressões no lugar de outras a fim de suavizar seu significado.

Exemplo

  • Ele foi para o céu.

“ir para o céu” é uma maneira comum de se referir à morte. Para suavizar uma expressão pouco agradável como “morrer”, cria-se um eufemismo para tratar do assunto de modo mais brando.

Outros exemplos

  • Ele foi convidado a se retirar.

Gradação

A gradação é a Figura de Pensamento que ocorre quando há a apresentação de ideias que progridem, de maneira ascendente ou descendente.

Exemplos

  • Ele nasceu, cresceu e morreu.

Há uma ideia de progressão nesta oração, que parte do início até o fim da vida: primeiro nascer, depois crescer e, por fim, morrer. Há aqui, portanto, uma gradação ascendente, que chega a um clímax.

Outros exemplos

  • Ele foi milionário, rico, classe média e, por fim, pobre. (gradação descendente)
  • “O trigo… nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)

Hipérbole

Das Figuras de Pensamento, a hipérbole ocorre quando há o uso de uma expressão exagerada, claramente simbólica.

Exemplo

  • Eu estava morta de cansaço.

Evidentemente, não se pode estar verdadeiramente “morta”, senão a pessoa não poderia falar sobre seu estado. “morta de cansaço” é uma expressão idiomática, que torna mais evidente a profundidade daquilo que se diz. É equivalente a dizer “Eu estava muito cansada”.

Outros exemplos

  • Tentei resolver esse exercício um milhão de vezes.
  • “Chega mais perto e contempla as palavras. / Cada uma / tem mil faces secretas sob a face neutra” (Carlos Drummond de Andrade)

Ironia

Ocorre quando aquilo que está sendo dito é o contrário do que realmente se pretende dizer.

Exemplo

  • Quem foi o gênio que tirou zero na prova?

Presume-se que um “gênio” é uma pessoa inteligente. Por isso, um gênio não tiraria zero numa prova. Aqui, a palavra “gênio” está empegada significando seu contrário: “burro”.

Outros exemplos

  • Eu fico muito feliz quando você me ignora.
  • “Era boa moça, lépida, sem escrúpulos (…)” (Machado de Assis)

Paradoxo

O paradoxo é uma das Figuras de Pensamento que ocorre quando são apresentadas ideias de sentidos opostos formando um todo de sentido, ou seja, é uma expressão formada por palavras cujos significados são aparentemente excludentes.

Exemplo

  • O silêncio é eloquente.

“silêncio” significa a ausência de sons e “eloquente” significa capacidade de expressar-se bem. Apesar  de aparentemente se negarem, a construção com essas duas palavras têm um objetivo: afirmar que, por vezes, não dizer nada também é uma resposta. Por isso, há aqui uma expressão paradoxal e que forma um todo de sentido.

Outros exemplos

  • “Estou cego e vejo./Arranco os olhos e vejo.” (Carlos Drummond de Andrade)
  • “Só sei que nada sei” (Sócrates)

ATENÇÃO: Apesar de semelhantes antítese e paradoxo possuem significados diferentes!

  • Antítese: termos opostos na mesma oração.
  • Paradoxo: ideias opostas formando expressão aparentemente absurda.

Personificação (prosopopeia)

Ocorre quando se atribuem características humanas a seres inanimados ou irracionais.

Exemplo

  • O dia acordou triste.

“acordar” e “sentir tristeza” são ações humanas. O dia, como fragmento temporal, não pode sentir nada nem agir de maneira alguma. Neste caso, há a atribuição de um sentimento humano a algo inanimado.

Outros exemplos

  • O céu chorava de alegria.
  • “Em vão me tento explicar, os muros são surdos.” (Carlos Drummond de Andrade)

ATENÇÃO: muitas vezes, a personificação é a projeção do sentimento de quem fala. No exemplo “O dia acordou triste”, por exemplo, possivelmente o falante acordou triste naquele dia e projetou no recorte temporal seu próprio sentimento. É como se estivesse dizendo “Acordei triste neste dia”.

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