A sintaxe é o ramo da linguística que trata sobre a relação das palavras entre si, dentro de uma oração. É quem determina se um termo é essencial para a construção de sentido e também qual a associação entre uma palavra e outra. Nesse estudo, a função sintática é, justamente, os diferentes papéis que um termo pode assumir dentro da frase.
Em alguns casos, os substantivos podem aparecer como sujeitos da oração, que realizam um verbo. Em outros momentos, o substantivo admitirá outra função sintática, como a de predicativo do sujeito, que tem outro valor dentro do estudo gramatical.
Se você quer entender como essas funções sintáticas acontecem, como identificar as principais e como esse tema pode aparecer nas provas de vestibulares, continue lendo este artigo. Serão abordados os tipos de função sintática mais importantes e também a resolução de questões de prova. Vamos lá?
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Função sintática: definição
Como foi visto a função sintática estuda qual o relacionamento entre um termo e outro dentro de uma oração gramatical, dentro deste contexto, ela determina quais palavras são essenciais para construir o sentido e quais são acessórias e podem ser retiradas, conforme a classificação abaixo:
- Uma função sintática essencial é aquela que traz a estrutura básica da oração, os termos obrigatórios para que a frase tenha sentido;
- Já as funções sintáticas acessórias aparecem na oração, podem completar o sentido e trazer informações adicionais, mas podem ser retiradas sem prejuízo do significado completo;
- No caso da função sintática integrante, há uma necessidade maior de estar presente na oração. Mas não são palavras estruturais, e sim complementos aos nomes e/ou verbos do enunciado.
Tipos de função sintática
Sujeito
Sujeito é uma função essencial, que traz a estrutura da oração. É aquele ou aquilo de quem se fala. Também pode ser visto como um agente de um verbo, mas essa relação não é obrigatória. Acompanhe o exemplo:
“Matheus atendeu perfeitamente sua paciente”
Para reconhecer a função sintática de sujeito da oração, pode-se questionar ao verbo “quem?” ou “o que?”. No caso, seria “quem atendeu perfeitamente?” e a resposta obtida, “Matheus, representa o sujeito da oração.
Predicado
O predicado é toda a parte da oração que possui o verbo, excluído o sujeito. É obrigatório que o predicado possua um verbo, em geral, para detectá-lo basta encontrar o verbo, questioná-lo para achar o sujeito e, tudo que sobrar será predicado.
Com o mesmo exemplo do tópico anterior, podemos assumir que, sendo Matheus um sujeito, o predicado será “atendeu perfeitamente sua paciente”. Perceba que trata-se de uma construção maior que possui o verbo “atender” conjugado na terceira pessoa do pretérito perfeito.
Complemento verbal
Os complementos verbais são termos que se ligam aos verbos para completar o sentido da frase. Eles podem ser classificados como objetos diretos ou indiretos, são termos integrantes da oração e a ausência deles traz prejuízo de significado, apesar de a oração inteira não ficar desconfigurada.
Um objeto direto é aquele que se liga ao verbo sem a necessidade de preposição, como em: “Eu carreguei a mochila dela por um quilômetro”. Veja que nenhuma palavra precisa fazer a ligação entre o verbo “carregar” e seu complemento direto “mochila”.
Em “Entreguei o chocolate para minha noiva”, perceba como o verbo entregar tem dois complementos: o primeiro diz respeito ao que foi entregue (o chocolate) e o segundo traz uma informação ligada por preposição, que é o objeto indireto “para minha noiva”.
Complemento nominal
Os complementos nominais, por sua vez, se ligam aos nomes, notadamente os substantivos abstratos, adjetivos e advérbios. Eles servem para reforçar e completar o sentido dentro das frases, como uma função sintática integrante, que necessária, mas não é estrutural.
No exemplo “o amor em si próprio é uma força”, note que “em si próprio” é uma expressão complementar ao substantivo abstrato “amor”. É importante perceber que a ênfase trazida por esse complemento nominal faz com que seja um termo integrante e, sem ele, a frase ficaria mais vazia de sentido.
Adjunto adverbial
O adjunto adverbial é uma função sintática acessória da oração, ou seja, pode ser retirada sem muito prejuízo do sentido principal. Em geral, trata-se de um advérbio ou locução adverbial que retrata lugar, tempo, intensidade, modo ou informações mais detalhadas sobre o acontecimento da ação.
“Os vestibulandos estudam muito para as provas” — veja que, nessa frase, a palavra “muito” expressa a intensidade com que os sujeitos (“vestibulandos”) estudam, mas a retirada desse adjunto adverbial não invalida o enunciado como um todo: “os vestibulandos estudam para as provas”.
Adjunto adnominal
O adjunto adnominal também complementa o nome da frase, caracterizando o sujeito ou outro nome. É uma função sintática acessória porque apenas especifica aquela palavra, mas não é essencial para entender sobre o que se trata a frase.
Em “A bonita garota foi à escola hoje”, note como a palavra “bonita” se liga ao nome “garota”. Trata-se de um adjunto adnominal porque a retirada de “bonita” não altera a ideia principal do texto, assim como é apenas um adjetivo caracterizador que qualifica a beleza da menina, mesmo que esse dado não seja essencial para transmitir a mensagem de que ela frequentou as aulas.
Vocativo
Função sintática relacionada com o “chamamento” do interlocutor. Muito utilizado em discursos orais, conversas e poemas mais exclamativos. É um termo independente da oração, como vemos em: “Juliana, atente-se aos carros que passam nas ruas!”. O nome da mulher é apenas uma forma de chamar sua atenção, é um vocativo, que sempre vem separado da oração por meio de vírgulas.
Aposto
Com a mesma lógica de termo acessório, o aposto é uma forma de explicar o que foi dito anteriormente. Geralmente está ligado a um nome e traz um significado, uma explicação ou especificação a respeito desse substantivo.
Como pode ser observado em “O casamento, uma união de almas, é uma aliança eterna”. Veja que o aposto está posicionado entre vírgulas e traz um significado para o termo “casamento”, como uma explicação, uma interpretação específica para o substantivo dentro da frase.
Questões sobre função sintática
(Vunesp — adaptada) O texto a seguir é uma das muitas piadas que circulam pela Internet. Leia-o para responder a questão.
A filha entra no escritório do pai, com o marido a tiracolo, e indaga sem rodeios:
— Papai, por que você não coloca meu marido no lugar do seu sócio que acaba de falecer?
E o pai responde de pronto:
— Olhe, filha, com o pessoal da funerária?! Por mim, tudo bem…
No texto, há duas ocorrências para o substantivo filha. Sobre elas, é correto afirmar que:
a) são sujeitos nas duas orações em que aparecem.
b) complementam o verbo das orações em que ocorrem.
c) são expressões usadas como chamamento nas duas orações.
d) têm funções sintáticas distintas, respectivamente, sujeito e vocativo.
e) constituem empregos sintáticos iguais, ou seja, objeto do verbo nas duas ocorrências.
Na primeira ocorrência o verbo “entra” pode ser questionado assim, para encontrar o sujeito: “quem entra?” e a resposta será “a filha”. Então, trata-se de um sujeito.
Mais abaixo, a palavra aparece como um chamamento, como um termo acessório que aparece entre vírgulas. Essas características apontam para um vocativo. Então, a alternativa correta é a letra D.
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