As orações subordinadas substantivas são aquelas que se relacionam sintaticamente com a oração principal, desempenhando um papel substantivo. Assim, podem admitir funções sintáticas como sujeito, objetos diretos e indiretos, aposto, complemento nominal ou predicado.
Neste artigo da Coruja, conheça como são classificadas as orações subordinadas substantivas, com exemplos de frases e questões de vestibulares que abordam o tema. Continue lendo e saiba mais!
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O que é uma oração subordinada?
Na gramática da Língua Portuguesa, mais especificamente no estudo sintático, as orações e palavras são analisadas conforme sua relação com outros termos do discurso. Por exemplo, é isso que determina que o sujeito é aquele que exerce a ação proposta pelo verbo.
Dentro deste contexto, foi definido que uma oração pode ser subordinada ou coordenada. Assim, orações subordinadas são aquelas que estão em uma relação muito restrita com a oração principal da frase. Isso significa que a frase só terá sentido completo quando a expressão principal estiver acompanhada de sua subordinada.
É diferente das orações coordenadas, que podem existir independentemente, sem a necessidade de outras expressões que completam seu sentido. Essa dependência é a principal diferença entre orações subordinadas e coordenadas.
Neste artigo, o foco é estudar as orações subordinadas que apresentam uma característica de substantivo. Assim, elas podem desempenhar qualquer função sintática que um substantivo ocupe. A classificação demonstrada abaixo se baseia no papel sintático dessa oração dentro do enunciado. Acompanhe.
Classificação das orações subordinadas substantivas
Oração subordinada substantiva subjetiva
A palavra “subjetiva” faz referência à função sintática do sujeito. Nesse caso, então, toda a oração subordinada substantiva exerce o mesmo papel que um sujeito qualquer da oração principal, respondendo à pergunta “o que [+ verbo]?”.
Exemplo: É importante que você seja sincero comigo!
A oração em destaque é classificada como subordinada substantiva subjetiva porque responde a pergunta “o que é importante?”. Observe, ainda, a característica de subordinação do enunciado, uma vez que sem as palavras em negrito, a frase não faz sentido.
Em geral, esse classificação aparece quando tratam-se de verbos unipessoais (acontecer, ocorrer, constar, convir, importar), quando há verbo de ligação + predicativo do sujeito, quando existe um verbo transitivo direto na voz passiva sintética e 3ª pessoa do singular, ou quando esse verbo transitivo direto está na voz passiva analítica.
Exemplos:
Ocorreu que você foi aprovada.
É necessário que sejamos cúmplices.
Nota-se que o Brasil está em crise.
Está determinado que isso é benéfico.
Oração subordinada substantiva objetiva direta
Nesse caso, o papel sintático da oração será outro. Como indica o nome, ela aparecerá como um objeto direto, que se liga ao verbo principal sem a necessidade de uma preposição. Isso significa, também, que as perguntas feitas deverão ser respondidas sem essa preposição?
Exemplo: Quero que você seja feliz!
A pergunta a ser feita para a oração é “o que quero?”, e a resposta é indicada diretamente “que você seja feliz!”. Isso indica que querer é um verbo transitivo direto (VTD), que aceita um objeto direto (OD). Nesse caso, o papel de OD é desempenhado por toda uma oração subordinada substantiva.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta
A situação é semelhante ao que vimos anteriormente, mas, agora, a oração exerce a função de objeto indireto. Então, é necessária a preposição que liga o verbo à oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Exemplo: A leitura convenceu-me de que meus argumentos eram fracos.
O verbo convencer é um verbo transitivo indireto (VTI), que necessita de uma preposição para introduzir seu objeto indireto (OI). Na frase acima, a preposição “de” introduz a oração que desempenha esse papel sintático, como está destacado.
+ Veja também: Objeto direto e indireto: o que são, como diferenciar, exemplos
Oração subordinada substantiva completiva nominal
Como aponta o nome, esse tipo de oração com dependência exerce o papel sintático de complemento nominal de um termo da oração principal. Isso significa que a oração subordinada faz relação com um outro nome (substantivo, adjetivo) para completar o sentido da frase.
Exemplo: Tenho vontade de dividir a vida com você.
O verbo da oração principal é um verbo transitivo direto, seguido de um objeto direto (vontade), depois, esse objeto tem seu significado complementado pela oração subordinada substantiva completiva nominal.
Oração subordinada substantiva predicativa
Outra função que uma oração subordinada substantiva pode exercer é a de predicativo do sujeito. Ou seja, complementando informações a respeito do sujeito da oração principal.
Exemplo: O melhor é que sejamos felizes juntos.
Nesse modelo, perceba que a oração principal é formada por um verbo de ligação e um sujeito “melhor”, que determina a presença de um predicativo do sujeito. E as palavras que exercem essa função sintática são uma oração subordinada substantiva predicativa. Note que a oração responde ao questionamento “o que é melhor?”.
Oração subordinada substantiva apositiva
A orações subordinadas substantivas apositivas exercem a função sintática de aposto, ou seja, um termo acessório para a oração principal, que exemplifica ou completa o sentido de pronomes, verbos ou outros substantivos. Geralmente, esse tipo de oração aparece para deixar o texto mais claro e objetivo para o leitor
Exemplo: Nosso maior sonho é esse: que nossos alunos sejam aprovados!
Note que a oração em negrito explica com mais clareza a respeito do maior sonho, mencionado na oração principal, que só terá seu sentido completo com a presença dessa construção, o que também indica a característica de subordinação no enunciado.
Questões de vestibular
(PUC-SP) Em relação ao trecho “… e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse“, as orações destacadas são, respectivamente:
a) subordinada substantiva objetiva indireta, subordinada substantiva objetiva direta
b) subordinada substantiva predicativa, subordinada substantiva objetiva direta
c) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva completiva nominal
d) subordinada substantiva objetiva direta, subordinada substantiva objetiva indireta
e) subordinada substantiva subjetiva, subordinada substantiva predicativa
O primeiro passo é distinguir quais são as orações cobradas pela questão. Em geral, as orações subordinadas iniciam-se com a palavra “que” e isso facilita a identificação delas dentro de um texto. Neste caso, as orações são “que eu tinha medo de que você me esquecesse”.
Note que a primeira oração “que eu tinha medo” se liga diretamente como verbo “declarou-me”. Basta fazer a pergunta “declarou-me o que?” e a resposta é a oração inteira. Ainda, é possível ressaltar que a relação entre a oração principal e a outra é de dependência, ponto que indica uma subordinação.
Como a ligação é feita a partir do verbo “declarar”, é importante identificar que trata-se de um verbo transitivo direto, que não precisa de preposição para ter um objeto. Com isso, é possível classificar “que eu tinha medo” como uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
A próxima oração: “de que você me esquecesse” inicia-se com uma preposição, mas, note que ele não se liga a um verbo. Na verdade, é uma oração subordinada ao substantivo “medo”, já que responde a pergunta “medo de que?”.
Segundo a padronização apresentada pela gramática, uma oração que tem relação de dependência com uma oração principal, por meio de um termo nominal, é classificada como oração subordinada substantiva completiva nominal. Assim, a alternativa correta é a letra C.
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