A trilogia Como Treinar o Seu Dragão vai muito além do entretenimento infantil, já que traz temas importantes ao debate, como empatia, amadurecimento, relações familiares, respeito às diferenças e responsabilidade coletiva.
As simbologias construídas ao longo da história oferecem um repertório sociocultural riquíssimo, que pode ser aproveitado para a elaboração de redações nos vestibulares e no Enem.
Com a estreia do live-action, baseado no primeiro filme, a história, dirigida e roteirizada por Dean DeBlois, ganha nova visibilidade e se mostra, novamente, como uma fonte de reflexões.
Por esse motivo, o Portal Estratégia Vestibulares te explica como utilizar cenas, personagens e conflitos dos filmes de Como Treinar o Seu Dragão para abordar temas recorrentes nas propostas de redação. Pegue sua pipoca e entre nessa aventura cinematográfica!
AVISO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS!
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O que é o repertório sociocultural?
O repertório sociocultural é usado nas redações para fundamentar um argumento. No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ele faz parte da competência número dois de avaliação da proposta de redação.
Nessa competência, a banca avalia se o candidato conseguiu “compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.”
Como Treinar o Seu Dragão: sinopse e contexto
Na ilha de Berk, um lugar onde lutar contra dragões é parte da tradição viking, vive Soluço, um adolescente desajeitado que não se encaixa no padrão guerreiro da sua aldeia e muito menos nas expectativas de seu pai, Stoico, o chefe da vila.
Tudo muda quando ele acidentalmente derruba um temido dragão da espécie Fúria da Noite. Ao encontrar a criatura ferida na floresta, Soluço decide não matá-la e, aos poucos, desenvolve uma amizade secreta com ela, dando-lhe o nome de Banguela.
À medida que descobre que os dragões não são monstros cruéis como sempre disseram, Soluço desafia as crenças de sua comunidade, criando um novo modo de se relacionar com esses seres.
Quebra de preconceitos
No primeiro filme da trilogia, lançado em 2010, a narrativa gira em torno da desconstrução de um preconceito coletivo. A aldeia de Berk acredita que dragões são monstros perigosos que devem ser exterminados, e Soluço, o protagonista, rompe com essa visão ao se recusar a matar Banguela.
Ao criar um vínculo com ele, o jovem descobre que os dragões são seres inteligentes e sensíveis, e que a ideia de que são inimigos é baseada em medo e ignorância.
Essa mudança de perspectiva não só transforma a vida do jovem, mas também altera a relação entre humanos e dragões em toda a vila, mostrando como o contato e a empatia podem quebrar estereótipos e preconceitos enraizados.
Relações familiares
As relações familiares, especialmente entre pais e filhos, são desenvolvidas ao longo da trilogia, com destaque nos dois primeiros filmes. Em Como Treinar o Seu Dragão (2010) e Como Treinar o Seu Dragão 2 (2014), Soluço tem uma relação conflituosa com seu pai, Stoico, que é o chefe da aldeia e representa o ideal tradicional viking: forte, autoritário e guerreiro.
Stoico espera que o filho siga esse caminho, mas Soluço é sensível, criativo e contra à violência. A quebra de expectativas gera conflitos, mas também abre espaço para o amadurecimento de ambos.
Já no segundo filme, o reencontro de Soluço com sua mãe, Valka, desaparecida há anos e agora protetora dos dragões, aprofunda esse eixo familiar, mostrando como os laços afetivos podem ser reconstruídos mesmo após rupturas e afastamentos.
Identidade e pertencimento
A construção da identidade de Soluço e sua busca por pertencimento atravessam os três filmes, mas ganham destaque no segundo, Como Treinar o Seu Dragão 2 (2014). Ele enfrenta a pressão de assumir o lugar do pai como líder da aldeia, mas ainda está em processo de descobrir quem realmente é.
Ao reencontrar a mãe, Valka, que abandonou Berk por não concordar com o modo como tratavam os dragões, Soluço se vê entre dois mundos, o da tradição de Berk e o de um novo modelo de convivência pacífica com os animais.
Esse conflito interno mostra como a construção da identidade envolve não apenas heranças familiares, mas também escolhas pessoais e valores individuais. Soluço só encontra seu verdadeiro lugar no mundo quando compreende que não precisa seguir um modelo pronto, mas criar o seu próprio caminho.
Conflito entre tradição e inovação
Como já foi dito, Berk é uma sociedade rigidamente tradicional, onde os dragões são caçados há gerações e a força bruta é valorizada. Soluço, no entanto, não se encaixa nesse modelo.
No primeiro filme, ele desafia as normas ao criar novas tecnologias, como uma prótese para ajudar Banguela a voar, e propõe uma relação pacífica com os dragões.
Ao fazer isso, ele entra em confronto direto com os costumes da aldeia, incluindo seu pai, mas aos poucos conquista o respeito da comunidade, mostrando que a inovação pode trazer soluções mais eficazes do que a repetição de velhos padrões.
Diálogo intercultural
O diálogo entre culturas diferentes, representado pela relação entre humanos e dragões, é um tema forte em toda a trilogia, mas especialmente no terceiro filme, Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido (2019).
A convivência entre espécies que antes eram inimigas é desafiada novamente quando caçadores ameaçam a paz conquistada. Soluço decide procurar o “Mundo Escondido”, um lugar lendário onde os dragões poderiam viver em segurança, livres da interferência humana.
Essa jornada simboliza a busca por um equilíbrio entre culturas diferentes e a consciência de que nem sempre a convivência é possível sem que haja perda de identidade ou riscos à liberdade do outro. O filme mostra a valorização e o respeito às diferenças e à autonomia dos grupos, mesmo quando isso significa a separação.
Maturidade e crescimento pessoal
O processo de amadurecimento de Soluço é um arco narrativo central na trilogia e atinge seu clímax no terceiro (e último) filme. Ao longo da saga, ele passa de um jovem inseguro e deslocado para um líder justo e respeitado.
A maior prova de seu amadurecimento ocorre quando ele decide se despedir de Banguela, entendendo que o amigo precisa seguir seu próprio caminho ao lado da Fúria da Luz, assim como os dragões devem viver livres no Mundo Escondido.
Essa decisão, dolorosa mas necessária, representa a maturidade de quem compreende que crescer também é saber abrir mão, respeitar o tempo do outro e aceitar as mudanças inevitáveis da vida.
Relação entre humanos e meio ambiente
A trilogia, especialmente no segundo filme, propõe uma reflexão sobre a relação entre humanos e a natureza. Valka, mãe de Soluço, vive isolada em um santuário de dragões, onde protege dezenas de espécies e acredita que os humanos devem deixar os animais em paz. Ela representa uma postura ecológica e cuidadosa, enquanto outros personagens, como Drago, encarnam a visão de dominação e exploração.
Ao optar por proteger os dragões e promover a convivência harmônica, Soluço e sua família demonstram que é possível estabelecer uma relação de respeito com o meio ambiente, na qual o ser humano não ocupa o centro absoluto, mas se reconhece como parte de um sistema interdependente.
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