As conjunções podem estabelecer dois tipos de relações: de coordenação (quando as duas orações ligadas são independentes); ou subordinação (quando uma oração determina ou completa o sentido de outra). Neste artigo, o Estratégia Vestibulares vai tratar sobre as conjunções coordenativas e quais sentidos elas podem assumir em cada situação:
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Tipos de conjunções coordenativas
Aditivas
As conjunções coordenativas aditivas relacionam pensamentos similares.
Exemplos: e (une duas afirmações) e nem(une duas negações).
- Ele telefonou e saiu de casa.
- Ele não telefonou nem saiu de casa.
Adversativas
As conjunções coordenativas adversativas relacionam pensamentos opostos. Quando posterior ao verbo, a conjunção vem entre vírgulas.
Exemplos: contudo, entretanto, mas, no entanto, porém, todavia.
- Gosto de flores, mas prefiro folhas.
- Gosto de flores; prefiro, porém, folhas.
Alternativas
As conjunções coordenativas alternativas relacionam pensamentos excludentes.
Exemplos: ou, já/já, ora/ora, quer/quer, seja/seja.
- Vamos à praia ou à piscina?
- Ora quer ir, ora quer ficar.
Conclusivas
As conjunções coordenativas conclusivas relacionam pensamentos em que o segundo conclui o primeiro. A conjunção “pois” se emprega entre vírgulas.
Exemplos: consequentemente, logo, pois, por conseguinte, portanto.
- O carro quebrou; logo, não podemos viajar.
- Você está atrasado; deve, pois, pedir desculpas.
Explicativas: Relacionam pensamentos em que a segunda frase explica a primeira.
Ex.: pois, porque, que.
- Espere um pouco que ele não demora.
Conjunções coordenativas que expressam mais de um valor
Algumas conjunções podem significar mais de um valor dependendo do contexto. Muitas vezes em exercícios você deverá identificar qual aspecto uma mesma conjunção representa e, por vezes, os nomes dos valores serão apresentados serão diferentes. Por isso, não se preocupe tanto em decorar, mas sim em compreender o contexto e interpretá-lo.
Estas são algumas das principais possibilidades de significado e valores das conjunções:
Como
Adição: Não só é bonito, como é inteligente.
Causa: Como não sabia português, estudou.
Comparação: Estudou como um gênio.
Conformidade: Estudou como o manual mandava.
E
Adição: Ele é bonito e inteligente.
Adversativo: Ele não sabe português e não estuda.
Conclusivo: Ele estudou português e passou de ano.
Final: Ele ia estudar e passar na prova.
Pois
Adversativo: Está estudando? Pois eu não estou.
Conclusão: Está estudando, pode, pois, passar de ano.
Explicação: Preciso estudar, pois não sei a matéria.
Porque
Causa: Estudei, porque não sabia a matéria.
Explicação: Porque está a estudar muito, ele não deve saber a matériam.
Mas
Adição: Não só é bonito, mas inteligente.
Adversativo: Estudou muito, mas não passou de ano.
Atenuação: Ia mal na escola, mas disfarçava.
Compensação: Não saiu com os amigos, mas foi bem na prova.
Restrição: Estudou, mas apenas para passar de ano.
Retificação: Matemática é difícil, mas poucos se dedicam ao português.
Que
Adição: Estuda que estuda, mas não passa de ano.
Adversativo: Preciso estudar, que não essas poucas horas.
Causa: Prevenido que era, estudou.
Comparação: Ele estuda mais que os amigos.
Concessão: Estude uma hora que seja.
Conjunção Integrante: O importante é que você estude (o importante é isso).
Consecutiva: Tanto estudou que passou de ano.
Explicação: Estude, que a prova é amanhã.
Final: Estudou para que passasse de ano.
Modo: Sem que percebas, terás aprendido a matéria.
Tempo: Sempre que estuda, vai bem na prova.
Se
Causa: Se você tinha dificuldades, por que não estudou?
Condição: Se você estudar, irá entender a matéria.
Concessão: Se não aprendeu tudo, ainda assim passou de ano.
Conjunção Integrante: Não sei se estudou o suficiente. (se funciona como complemento de estudou: não sei isso.)
Tempo: Se estuda, supera todos os outros.
Conjunções coordenativas: questão de prova
A questão a seguir foi cobrada no Vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, na seleção de 2010. A questão trata sobre Conjunções Coordenativas e foi adaptada.
Vestibular ITA 2010 (adaptada)
Indique a opção em que o MAS tem função aditiva.
a) Atenção: na minha coluna não usei “careta” como quadrado, estreito, alienado, fiscalizador e moralista, mas humano, aberto, atento, cuidadoso.
b) Não apenas no sentido econômico, mas emocional e psíquico: os sem autoestima, sem amor, sem sentido de vida, sem esperança e sem projetos.
c) Não solto, não desorientado e desamparado, mas amado com verdade e sensatez.
d) […] (não me refiro a nomes importantes, mas a seres humanos confiáveis) […].
e) Pois, na hora da angústia, não são os amiguinhos que vão orientá-los e ampará-los, mas o pai e a mãe – se tiverem cacife.
Comentários
A alternativa B apresenta função aditiva. Em construções como “não apenas (…) mas”, há um aspecto de adição. Nesse caso: “No sentido econômico e no emocional e psíquico.”
Na alternativa A, o “mas” tem valor adversativo (pode ser substituído por conjunções adversativas como “porém”, “todavia”, “contudo”, etc.).
Na alternativa C, o “mas” tem valor adversativo.
Na alternativa D, o “mas” tem valor adversativo.
Na alternativa E, o “mas” tem valor adversativo.
Gabarito: B
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