Histologia Animal: fundamentos e características teciduais
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Histologia Animal: fundamentos e características teciduais

Conforme os princípios biológicos, as células, tecidos e órgãos são componentes do corpo humano e existe uma ciência dedicada a cada uma dessas partes. Neste sentido, a histologia animal é o ramo que se dedica ao estudo dos tecidos corporais.

A disposição e organização histológica está relacionada com a função e coordenação metabólica de cada sistema fisiológico. Por essa razão, o assunto pode aparecer de maneira contextualizada nos vestibulares — aprenda mais de histologia com o artigo a seguir!

O que é a histologia?

Existem diversos tipos de células que compõem o corpo vertebrado. Quando um grupo de células semelhantes se agrupam para formar camadas e estratos com funções relacionadas, entende-se que ali existe um tecido.

A histologia, portanto, busca entender a interação entre os tipos celulares e os mecanismos desempenhados por elas. Para isso, os cientistas criaram quatro classificações principais para os tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso.

A diferenciação entre esses grupos acontece, principalmente, pela quantidade e características do conteúdo que fica entre as células, a matriz extracelular. Outros pontos considerados importantes são a proximidade entre os tipos celulares e suas características microscópicas. 

Conceitos fundamentais da histologia

Antes de prosseguirmos com o estudo dos tecidos, é necessário que alguns conceitos sejam apresentados:

  • A membrana basal é o local onde o tecido se apoia para criar sua estrutura — é como a base que sustenta os componentes;
  • O ápice da célula é o polo oposto ao que está apoiado na membrana basal;
  • A matriz extracelular é constituída por diferentes compostos químicos, como colágeno, glicoproteínas, água e outras substâncias; e
  • Uma especialização da membrana plasmática são mecanismos que as células desenvolvem para criar maior adesão, oclusão ou comunicação entre si.

Histologia epitelial

O grupo dos tecidos epiteliais é composto por células muito unidas umas às outras, em geral, por especializações chamadas de “zônulas de adesão”. Já o conteúdo extracelular apresenta-se em mínima quantidade. Essas são as principais características que indicam um epitélio.

Geralmente, as células epiteliais que estão mais próximas à membrana basal possuem maior capacidade de reprodução mitótica. Enquanto aquelas mais superficiais tendem a morte por desgaste.

Veja que isso está atrelado ao suprimento sanguíneo: os epitélios não recebem vascularização direta. O que acontece é a difusão dos nutrientes desde os vasos sanguíneos abaixo da membrana basal até as células apicais. 

O tipo celular que compõe o tecido epitelial está muito ligado ao local e função dele, veja:

Os tecidos que revestem ambientes secos, onde ocorre maior força de desgaste superficial, apresentam queratina como camada protetora — como nas mãos e pés. A proteína atua como um impermeabilizante e evita um grande dano ao componente tecidual. 

Já nos ambientes em que a secreção de substâncias é importante, o epitélio pode se especializar na formação de glândulas. Sabe-se que o tecido epitelial do sistema digestório possui células que liberam hormônios ou enzimas para o interior do corpo. 

Outro modelo clássico de epitélio glandular são as células caliciformes presentes nas vias aéreas superiores: elas secretam muco permitindo que as sujidades, os corpos estranhos e microrganismos sejam agregados e eliminados no reflexo da tosse, por exemplo.

+ Veja também: Tecido epitelial: entenda!

Tecido Conjuntivo

O Tecido Conjuntivo (TC) é um grupo histológico que pode ser subdividido em: tecido conjuntivo frouxo, denso modelado, denso não modelado, reticular, entre outros — a característica que os diferencia é a organização das células e a quantidade de matriz extracelular.

Tecido conjuntivo frouxo

Segundo os princípios da histologia animal, o tecido conjuntivo frouxo (TCF), por exemplo, está muito associado à nutrição das estruturas: ele recebe os vasos sanguíneos que servem de irrigação para o epitélio da pele, por exemplo.

Tecido conjuntivo denso

O tecido conjuntivo denso (TCD) apresenta menor quantidade de conteúdo extracelular do que o tipo anterior. Quando as fibras estão dispostas aleatoriamente, ele é chamado de não modelado

Por outro lado, se as células estão alinhadas e organizadas, será denominado denso modelado. Os tendões, que unem os músculos aos ossos, são o principal exemplo de TCD modelado.

Além das classificações acima citadas, existem os tecidos conjuntivos:

  • reticular, que sustenta os órgãos linfáticos; 
  • elástico, que confere a capacidade de “esticar”;
  • ósseo, que trabalha no suporte estrutural do corpo humano;
  • cartilaginoso, que compõem as orelhas, nariz e a maior parte das articulações; e
  • adiposo, que armazenam gotículas de lipídios como forma de energia.

Tecido Muscular

A principal função do tecido muscular é fornecer movimento por meio do gasto energético. Conforme as características das células, matriz extracelular e comportamento fisiológico, foram definidos três tipos de músculos:

Músculo estriado esquelético

São os músculos que contraem quando queremos, ou seja, apresentam movimento voluntário, forte e rápido. Quando vamos a academia, por exemplo, estamos treinando esse tipo muscular — bíceps, tríceps, trapézio, entre outros.

Histologicamente, ele apresenta células com mais de um núcleo e estriações por toda sua extensão. Isso acontece porque é formado por várias unidades chamadas de sarcômero, que contraem juntas para realizar os movimentos musculares.

Músculo Cardíaco

O coração é composto, majoritariamente, por músculos. Para realizar as contrações contínuas desse órgão, esse tipo muscular trabalha involuntariamente (sem a necessidade de pensarmos), de maneira rápida, forte e eficiente. 

O tecido em si é formado por células alongadas, com um ou dois núcleos. Elas podem ser chamadas de cardiomiócitos e possuem, por todo seu comprimento, especializações celulares como junções comunicantes e zonas de oclusão.

Na disposição dessas células, formam-se os chamados discos intercalares — estruturas microscópicas que têm a função transmitir o impulso elétrico por todo o miocárdio, o que garante uma funcionalidade adequada.

Músculo Liso

O músculo liso, por sua vez, está presente nos intestinos, útero, partes do esôfago, entre outros órgãos. Muito associado a digestão, esse tipo muscular trabalha involuntariamente, de maneira mais lenta e fraca. 

Sua denominação considera a ausência de estrias nas lâminas. As suas células apresentam um núcleo central e esse é considerado o tipo muscular com maior capacidade de regeneração.

Tecido Nervoso

Por último, o tecido nervoso fica responsável pela transmissão da informação por todo o corpo humano: os neurônios recebem as informações em seus dendritos e podem enviar a outros neurônios.

Por meio desse sistema, a rede nervosa conecta-se com os meios internos e externos do corpo. Além disso, em termos histológicos, a rapidez da conexão acontece pela presença da bainha de mielina que facilita a viagem do impulso neuronal. 

Questão sobre histologia animal

UFPI 2003

Uma glândula, independentemente do seu modo de secreção, é constituída pelo tecido:

a) muscular.
b) adiposo.
c) cartilaginoso.
d) sanguíneo.
e) epitelial.

A glândula é composta, essencialmente, por tecido epitelial glandular, como aponta a alternativa E.

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