Os vestibulares indígenas são processos seletivos específicos criados por diversas universidades públicas brasileiras com o objetivo de ampliar o acesso dos povos originários ao Ensino Superior.
Eles buscam respeitar a diversidade cultural e garantir que estudantes indígenas possam cursar a graduação em diferentes áreas do conhecimento. Esses vestibulares, em geral, têm inscrição gratuita, oferecem vagas suplementares além do ingresso regular e ocorrem uma vez ao ano, embora o formato e os critérios variem conforme a instituição.
O Portal Estratégia Vestibulares preparou este artigo para apresentar as universidades que oferecem vestibulares indígenas e explicar como funcionam alguns desses processos seletivos. Confira a seguir!
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Quem é considerado indígena no Brasil?
Até fevereiro de 2021, a Fundação Nacional do Índio (Funai) determinava que apenas a autodeclaração era o suficiente para uma pessoa ser reconhecida como indígena no Brasil. Agora, além da autodeclaração, a Funai exige outros requisitos para considerar alguém como indígena:
- Vínculo histórico e tradicional de ocupação ou habitação entre a etnia e algum ponto do território soberano brasileiro;
- Origem e ascendência pré-colombiana; e
- Identificação do indivíduo por grupo étnico existente, conforme definição lastreada em critérios técnicos/científicos, e cujas características culturais sejam distintas daquelas presentes na sociedade não índia.
A justificativa da Funai para a mudança é a intenção de “padronizar e dar segurança jurídica” ao processo de autodeclaração indígena, como forma de “proteger a identidade indígena e evitar fraudes na obtenção de benefícios sociais voltados a essa população”.
Universidades com vestibulares indígenas
Além das cotas determinadas por lei, algumas instituições públicas federais e estaduais ainda possuem vestibulares voltados exclusivamente a candidatos indígenas. Veja a lista por região:
Região Norte
- Universidade Federal de Roraima (UFRR);
- Universidade Federal do Pará (UFPA);
- Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa);
- Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa);
- Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
Região Nordeste
- Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB);
- Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB);
- Universidade do Estado da Bahia (Uneb);
- Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Região Centro-Oeste
- Universidade de Brasília (UnB);
- Universidade Federal de Goiás (UFG);
- Universidade Federal de Catalão (UFCat);
- Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Região Sudeste
- Universidade Federal de São Carlos (UFSCar);
- Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
- Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
- Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Região Sul
- Universidade Federal do Paraná (UFPR);
- Universidade Estadual de Londrina (UEL);
- Universidade Estadual de Maringá (UEM);
- Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG);
- Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste);
- Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp);
- Universidade Estadual do Paraná (Unespar);
- Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro);
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
- Universidade Federal de Fronteira do Sul (UFFS);
- Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
- Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila);
- Universidade Federal do Rio Grande (FURG);
- Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Na Região Sul, as oito primeiras universidades listadas realizam juntas o Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná. O processo seletivo é realizado pela Comissão Universidade para os Índios (Cuia) e a cada ano uma universidade é responsável pela organização do vestibular específico.
Unicamp e UFSCar
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) organizam juntas o Vestibular Indígena Unificado, voltado exclusivamente a candidatos indígenas.
O processo ocorre uma vez ao ano e oferece vagas em diversos cursos de graduação, distribuídas entre os campi das duas instituições. As inscrições, realizadas pela internet, são gratuitas e o candidato deve indicar até dois cursos, um em cada instituição (Unicamp e UFSCar).
A seleção é feita por meio de uma prova composta por 50 questões objetivas e uma redação em Língua Portuguesa, aplicada presencialmente em polos espalhados por diferentes regiões do Brasil, de modo a facilitar o acesso de comunidades indígenas.
O número de vagas costuma variar de acordo com a edição do vestibular. Em 2025, foram oferecidas 130 vagas na Unicamp e 65 na UFSCar.
Unifesp
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) passou a realizar vestibular específico para estudantes indígenas em 2025, garantindo acesso a cursos de graduação em diferentes áreas. O processo seletivo ocorre anualmente, com inscrições feitas online e sem cobrança de taxa.
As provas são aplicadas presencialmente e incluem uma redação e 25 questões objetivas de conhecimentos gerais. Em sua primeira edição foram ofertadas vagas nos cursos de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional, exclusivamente no campus da Baixada Santista.
UnB
A Universidade de Brasília (UnB) é uma das instituições pioneiras na criação de vestibulares indígenas. O processo seletivo é realizado uma vez ao ano, com ingresso no primeiro e no segundo semestre.
As inscrições são gratuitas e feitas pela internet. A prova é aplicada de forma presencial e costuma incluir 100 questões objetivas e uma redação dissertativa.
As vagas são distribuídas entre os campi da universidade e a quantidade pode variar a cada edição do vestibular, de acordo com a disponibilidade dos cursos. Em 2024, por exemplo, foram ofertadas 85 vagas, enquanto, em 2025, foram 240 vagas.
UFRR
O Vestibular Indígena da Universidade Federal de Roraima (UFRR) costuma oferecer cerca de 90 vagas, distribuídas em diversos cursos de graduação.
As inscrições são feitas online e possuem uma taxa. A universidade oferece isenção aos candidatos que se enquadrem em alguns requisitos. As provas são aplicadas presencialmente e compostas por 37 questões objetivas e uma redação dissertativa.
Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná
O Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná é organizado pela Comissão Universidade para os Indígenas (Cuia) e reúne sete universidades estaduais e uma federal. O processo ocorre uma vez ao ano e é considerado um dos maiores vestibulares específicos para indígenas no Brasil.
As instituições participantes são Universidade Estadual de Maringá (UEM), a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Universidade Estadual do Paraná (Unespar), a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), a Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Cada universidade estadual participante oferece, em média, seis vagas suplementares, enquanto a UFPR disponibiliza dez vagas. As inscrições são gratuitas e feitas online, pelo correio ou presencialmente nas universidades.
A seleção é composta por duas etapas, sendo uma Prova Oral e uma Prova de Conhecimentos Gerais e Redação. A primeira etapa (prova oral) tem por objetivo avaliar, a partir da leitura de um gênero textual proposto em língua portuguesa, a capacidade de o candidato atender ao tema proposto e ao gênero solicitado.
Já a segunda etapa é composta por uma redação e 40 questões distribuídas entre as disciplinas de Língua Portuguesa (Interpretação de Textos), Língua Estrangeira Moderna (Inglês ou Espanhol) ou Língua Indígena (Guarani ou Kaingang), Biologia, Física, Geografia, História, Matemática e Química.
A universidade responsável pela organização do vestibular muda a cada edição, mas a estrutura segue um formato padronizado definido pela Cuia.
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