Razão: o que é, conceitos e características do discurso racional

Razão: o que é, conceitos e características do discurso racional

O Estratégia Vestibulares traz para você tudo o que você precisa saber sobre o conceito da razão. O que ela é? Quais suas características? Quais seus conceitos? Essas e outras perguntas serão respondidas logo abaixo! Não perca tempo e confira agora!

O que é Razão?

Bom, vamos para a pergunta que qualquer filósofo adora fazer… O que é razão ou lógica? O senso comum diria que pensar é refletir, pensar. Então passemos para a seção…

razão

“Pensar” envolve toda a atividade mental e, portanto, está muito além da razão. Segundo Marilena Chauí, a Razão foi uma invenção dos gregos. O que ela quer dizer com isso?

Bom, podemos definir quais são as habilidades mentais, no mínimo, em 6: intuição, emoção, sensações (os 5 sentidos), imaginação, memória, razão etc.

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As cinco primeiras são naturais e as exercemos a todo momento, mas e a razão? A palavra vem do latim e significa cálculo. Isso aponta para um tipo de habilidade que o homem adquiriu a partir da união entre intuição, imaginação e memória.

Percebemos que há fenômenos regulares (como as estações do ano) devido à memória e a algo próprio da mente humana (intuição), que compara momentos diferentes e consegue perceber repetições. Isso permite que alguém imagine que na próxima primavera, por exemplo, as plantas irão florir.

As previsões, um tanto quanto intuitivas, em alguns momentos da história, foram sendo sistematizadas de forma mais abstrata, na forma de matemática.

Quando a matemática surge timidamente no Egito, ela tem uma finalidade prática: a contabilidade de grãos e a distribuição dessa riqueza. Os gregos irão mais longe. Perceberão na matemática uma linguagem à parte.

Pitágoras vai dizer que tudo é número, acreditando que tudo no universo exala proporção e poderia ser expresso em fórmula matemática.

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Mas acima de tudo, o que mais impressionou os pensadores é o fato de que tal área do conhecimento se vale de uma linguagem perfeita que não admite ambiguidades e que leva a uma conclusão exata e incontestável.

E se… a linguagem do cotidiano se aproximasse da matemática? Isso seria perfeito, pois as conclusões sobre a realidade seriam inequívocas e, finalmente, o problema da epistemologia estaria resolvido. A razão, portanto, é esse discurso desnatural.

É um método aprendido com muito custo e esforço, mas capaz de produzir um tipo de discurso que permite aos indivíduos estarem certos de que aquilo que foi expresso linguisticamente é adequado ao fenômeno da realidade.

Por que se diz que os gregos inventaram a razão? Óbvio que esse processo mental pode ser realizado por qualquer ser humano; se não fosse assim, só alguns aprenderiam matemática. Em outras civilizações, as pessoas também fizeram cálculos ou previsões. Contudo, esse tipo de atividade era espontâneo, de acordo com a exigência do cotidiano.

Os gregos vão eleger essa habilidade mental como a mais importante e vão postular a primazia da razão diante de todas as outras habilidades. Isso leva a uma pedagogia da razão: ela deve ser ensinada. Além disso, a boa ordem social seria aquela que mais se aproximasse do cálculo lógico da razão.

A importância da Razão

Afinal, por que tanta discussão e por que tantos homens gastaram tantas páginas para discutir essa tal de razão? Nada melhor do que uma história para isso. Conta o tio Hesíodo, que no princípio das eras, Zeus teria dado aos irmãos Epimeteu e Prometeu a tarefa de criar os seres que habitariam Gaia (a Terra).

Epimeteu reuniu todos os animais para distribuir dons que os distinguissem: velocidade, coragem, força, asas, dureza etc. Contudo, Epimeteu não conseguiu distribui-los com equanimidade e faltaram aos homens atributos que pudessem assegurar a esse ser amado por Prometeu a possibilidade mínima de sobrevivência.

Prometeu, então, subiu ao Olimpo e roubou dos deuses o fogo e entregou-o aos homens. O fogo permitiu ao homem se aquecer, mudar o sabor dos alimentos, afastar os predadores, construir armas e instrumentos, cunhar moedas etc.

O ser humano, por fim, tornou-se o senhor acima dos animais. Esse é o mito grego de Prometeus. Ele tem continuidade, mas por ora, até aqui basta. Curtiu?

Pense na história substituindo “fogo” por “razão”, corujinha atenta. O que Prometeu realmente deu aos homens foi a capacidade de criar e construir instrumentos com os quais ele poderia modificar o mundo a seu favor.

Nesse sentido, o conhecimento da realidade é fundamental para o homem. Acho o mito incrível, pois ele descreve a fragilidade do homem sem a razão. A espécie humana é a mais fraca e desprezível entre todos os animais.

O homem não tem nenhuma qualidade física que garanta sua sobrevivência e proeminência entre os seres na Terra. A racionalidade faz a diferença. Por quê?

Se o homem é capaz de perceber a realidade, ele consegue avaliá-la, prever o que vai acontecer e se preparar de forma reativa (proteção) ou de forma ativa controlando as forças da natureza a seu favor.

Pense em todas as grandes conquistas humanas de domesticação da natureza, por exemplo, o controle das infecções. Somente com a invenção do microscópio foi possível descobrir que várias doenças poderiam ser provocadas por esses microrganismos e, a partir desse conhecimento, foi possível combatê-los.

Observe o gráfico abaixo.

O Eixo vertical é o do número populacional e o eixo vertical das eras históricas. Ele apresenta a evolução da população mundial. A datação começa em 1.000.000 a.C. (estimativas) até 2010 d.C. Observa-se claramente que a partir de 1750 há um crescimento exponencial da população humana.

As causas para isso têm a ver com a revolução científica que toma o século XVIII e XIX (observe que a partir de 1750, a população começa a crescer de forma exponencial. Esse é o período das descobertas na área da biologia e de ações da engenharia na área de saneamento básico, que vão modificar a expectativa de vida.

Pode-se dizer que somente quando o conhecimento fundado na razão se tornou onipresente na vida do homem, ele consegue se sobrepor aos seus predadores, sejam eles visíveis e invisíveis. É a partir do século XIX que a equação se inverte e o homem passa a ser a grande ameaça a todas as espécies animais, por conta da Razão.

Características do Discurso Racional

Quais as características do discurso racional? A finalidade desse tipo de pensamento é chegar a uma generalização que possa servir para explicar e prever qualquer situação particular.

Quando alguém afirma que um objeto cai a uma velocidade constante, essa é uma afirmação racional, pois isso vale tanto para uma pena quanto para uma bigorna. Em outras palavras, o discurso próprio da razão se vale de abstrações e conceitualizações

Para tanto, há um método. Devem-se observar os fatos concretos, pensando-os em termos de conjuntos de evidências. Consideram-se as semelhanças entre os fatos, expressando a observação em termos linguísticos.

A partir daí, devem-se encadear as observações segundo a relação de causa e efeito para chegar a uma conclusão que, pela construção rigorosa dos motivos, deve nos convencer da veracidade do que se é afirmado.

Ilustração sobre o tema.

A descrição acima parece cair como uma luva para o que chamamos de método científico. Contudo, os gregos não se restringiam a defender a razão simplesmente como método para entender a natureza. A preocupação dos pós-socráticos era com a felicidade do homem.

É isso, pessoal. Espero que tenham gostado desse artigo sobre Razão. Se ficou alguma dúvida, entre em contato conosco através do Fórum de Dúvidas ou pelas redes sociais.

Abraços,

Prof. Fernando Andrade

Instagram: @filosofia.do.portuga

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