A agricultura constitui uma atividade que alterou a História: no período neolítico, o homem deixou o nomadismo graças à capacidade de plantio e cultivo. No decorrer do tempo, o trabalho agrícola se manteve importante para a humanidade e, atualmente, a geografia agrária é a área que busca entender essas questões.
Dada a importância desse tema para a história do Brasil e do mundo, é comum que apareça frequentemente nas provas. Para te ajudar com o entendimento do assunto, o Estratégia Vestibulares preparou o resumo abaixo, que lista os principais modelos de agricultura e sua aplicação em território brasileiro. Acompanhe com a Coruja!
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O que é geografia agrária?
Como citado anteriormente, a geografia agrária é um ramo científico que se dedica ao estudo das relações entre o homem e o campo. Assim, observa e analisa as formas de fazer agricultura e qual o objetivo dessa atividade. Em alguns casos, a principal intenção é a alimentação e sobrevivência da família, em outros, esperam-se lucros e produtividade intensa.
As pesquisas constroem também o panorama histórico da atividade agrícola. Ou seja, compreende o surgimento e como ela se relaciona com o nascimento das cidades, formação das sociedades e a constituição política.
Por exemplo, os modos de produção sociológicos, como o feudalismo, o capitalismo ou o socialismo, dependeram do cultivo agrário para o desenvolvimento. Além disso, no Brasil, durante muito tempo a agricultura constituiu a base principal da economia.
Por essa razão, a geografia agrária surge dos vestibulares de maneira contextualizada com os processos históricos, políticos e econômicos da região referida. Por exemplo, graças à forma de colonização dos Estados Unidos, criou-se dois grandes tipos de agricultura no país: latifundiários e minifundiários.
Sistemas Agrícolas
Os sistemas agrícolas são diferenciados conforme o volume de produção, tipo de mão de obra e aplicação de técnicas. Veja os principais:
Modelo Intensivo
A geografia agrária define o modelo intensivo de produção da seguinte maneira:
- Produtividade agrícola em larga escala;
- Mão de obra especializada e alinhada com tecnologia de ponta;
- Uso de pesquisas científicas para aprimorar o cultivo;
- Substâncias químicas no controle das pragas;
- Integração com a indústria; e
- Produção destinada para a exportação (agroexportadora), entre outras.
Modelo Extensivo
Já a agricultura extensiva se volta para:
- Produção de médias e pequenas quantidades;
- Mão de obra não especializada;
- Uso de técnicas rudimentares e tradicionais;
- Menor dano ambiental;
- Maior preservação do solo;
- Sem uso de agrotóxicos; e
- Produção destinada para a subsistência familiar e para o mercado interno, entre outras.
Classificações da geografia agrária
Além dos modelos de produção agrícola, a geografia agrária classifica diferentes tipos de agricultura. Conheça a seguir, as principais classificações.
Plantation
Presente nas colônias de exploração, como no Brasil e no Sul dos Estados Unidos, o plantation é um tipo de produção agrícola que utiliza mão de obra escravizada, terras de grande extensão (chamadas de latifúndios), plantação focada em uma única ou em poucas espécies (técnica denominada de monocultura) e, em geral, a produção se voltava para o comércio externo.
Agricultura de subsistência
A geografia agrária observa ainda, dentro do modelo de produção extensivo, a existência de um fazer agrícola voltado para a sobrevivência das famílias camponesas. Para fins de estudo, essa atividade é denominada como agricultura familiar ou agricultura de subsistência.
Quando a produção é mais diversificada, ocorre uma policultura. Além disso, os impactos ambientais são menores, ao mesmo tempo que a lucratividade não é o objetivo principal desse tipo de atividade.
Apesar disso, algumas propriedades se dedicam ao comércio interno da colheita na região em que se estabelecem. Por isso, a agricultura familiar gera emprego e renda para a mão de obra manufatureira da população camponesa.
Agricultura Comercial
Também denominada por agricultura moderna, ela se encaixa no modelo intensivo de atividade agrícola. Ou seja, utiliza mão de obra especializada, tecnologia intensa, pesquisa científica, maquinários que facilitem a manutenção do solo e plantio, entre outras.
Nesse caso, a colheita se volta para uma espécie única produzida em larga escala e, em alguns casos, as sementes e plantas podem ser modificadas geneticamente em prol de uma necessidade comercial.
O agronegócio e a geografia agrária
Em meios aos estudos da geografia agrária, observou-se uma intensidade no comportamento capitalista e científico de alguns tipos de produção. A partir dessa percepção surgiu o termo agronegócio, que muito se assemelha ao modelo de produção agrícola intensivo.
No agronegócio, são aplicadas técnicas e substâncias químicas que visam contornar as influências do tempo, clima e pragas agrícolas no desenvolvimento dos vegetais. Em termos de mão de obra, os agrônomos, engenheiros agrícolas, os biólogos e outros profissionais especializados trabalham com a biotecnologia, que busca garantir o crescimento desse negócio.
Para isso, as plantas e as sementes são modificadas geneticamente para que apresentem as características que agradem o mercado consumidor e, assim, impulsionar a lucratividade. Dessa forma, o plantio e a colheita são poderes monetários e, inclusive, políticos nas regiões.
Agronegócio no Brasil
O Brasil tem grande parte de sua história pautada na agricultura, desde a cana de açúcar do período colonial, o café dos séculos XIX e XX e, na atualidade, a presença do agronegócio.
Essa realidade surgiu quando o Brasil passou pelo processo de industrialização e o êxodo rural se intensificou. Nessa época, a mão de obra camponesa diminuiu e os trabalhadores se concentraram nas regiões mais urbanizadas.
Para contornar esse contexto, o campo passou a implantar técnicas mais especializadas, fertilizantes, mão de obra mais qualificada, maquinários e insumos industriais.
Atualmente, esse setor compõe um valor significativo do produto interno bruto (PIB) do país. Por isso, as pessoas que representam essa atividade econômica, em geral, possuem grande poder nas decisões políticas nos estados e municípios.
Questão de geografia agrária
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UNEMAT 2013
Agronegócio é o novo nome do modelo de desenvolvimento econômico da agropecuária capitalista. Esse modelo não é novo, pois sua origem está no sistema de plantation, em que grandes propriedades são utilizadas na produção para exportação. Desde os princípios do capitalismo, em suas diferentes fases, esse modelo passa por modificações e adaptações, intensificando a exploração da terra e do homem.
FERNANDES, Bernardo Mançano. Agronegócio e reforma agrária. Revista NERA, Presidente Prudente, 2010 (adaptado).
A partir do texto acima, é possível considerar como principal característica do agronegócio:
a) A ênfase em uma abordagem holística da produção, otimizando todas as partes do agroecossistema.
b) A produção pulverizada (maior número de estabelecimentos e agricultores), o controle da terra, de recursos e capital.
c) O reconhecimento e a incorporação de outros conhecimentos e práticas, permitindo uma base de conhecimento mais homogênea.
d) Uma maior ênfase na produção, no processamento e nos mercados locais ou regionais.
e) A produção monocultora, alta produtividade, dependência de recursos não renováveis, agricultura considerada como um negócio.
Uma das características mais marcantes do agronegócio é a produção de um só tipo de vegetal, voltado para o mercado externo, com objetivo de lucratividade. Além disso, o uso intensivo da água pode representar um problema na escassez desse recurso não renovável. Assim, a alternativa correta é a letra E.
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