A escultura foi uma das expressões artísticas mais importantes da Roma Antiga. Por meio dela, os romanos registraram feitos históricos, celebraram figuras públicas e também demonstraram poder, crenças e valores da sociedade.
Presente em praças, templos, casas e túmulos, as esculturas faziam parte do cotidiano e tinham funções que iam muito além da arte decorativa na sociedade romana, percorrendo diversos séculos.
Estudar sobre a escultura na Roma Antiga é essencial para se destacar nas provas de humanidades, já que muitos vestibulares vêm propondo uma abordagem cada vez mais interdisciplinar, de forma que esse tema pode aparecer em questões que combinam história, arte e filosofia, por exemplo.
Neste artigo, você vai conhecer as principais características das esculturas romanas, os materiais usados, as influências que receberam e o papel que elas desempenhavam na vida pública e privada dos cidadãos romanos. Confira!
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Qual a importância da escultura para a sociedade romana?
Na Roma Antiga, a escultura tinha um papel essencial na vida pública e privada. Seu uso ia muito além de simplesmente enfeitar espaços: servia como uma ferramenta de comunicação e influência.
Esculturas ajudavam a reforçar o poder de imperadores, a contar histórias de batalhas e conquistas, a homenagear os deuses e também a preservar a memória dos mortos.
No campo político, a escultura era um instrumento de propaganda. Estátuas de imperadores e generais eram espalhadas pela cidade para mostrar sua autoridade e feitos heroicos.
Esses retratos costumavam mostrar os líderes com expressões sérias, corpos fortes e postura imponente, mesmo quando, na realidade, eles já eram mais velhos ou não tinham participado de batalhas. O objetivo era construir uma imagem de poder e liderança.
Já na vida social e religiosa, as esculturas apareciam em templos, casas e espaços públicos. Elas representavam deuses, heróis, figuras mitológicas e também membros importantes da sociedade.
Nos rituais religiosos, por exemplo, era comum fazer oferendas diante de estátuas divinas. Em funerais, bustos ou estátuas em túmulos ajudavam a manter viva a lembrança dos familiares.
Grande parte dessa tradição escultórica romana teve origem na influência grega, especialmente do período helenístico, que se destacou por obras marcadas por movimento, emoção e realismo.
Quando Roma conquistou a Grécia, muitos artistas gregos passaram a trabalhar para os romanos. Além disso, diversas esculturas gregas foram levadas para Roma e copiadas com grande habilidade.
Com o tempo, os romanos adaptaram esse estilo ao seu gosto e às suas necessidades. Enquanto os gregos buscavam o ideal de beleza, os romanos se interessavam mais pelo retrato fiel da pessoa, incluindo detalhes como rugas e sinais de idade, que demonstravam experiência e sabedoria.
Características principais das esculturas romanas
As esculturas romanas se destacam sobretudo por seu caráter prático e realista. Os romanos buscavam representar a realidade como ela era, por isso, é comum encontrar retratos com marcas de envelhecimento e expressões sérias, que transmitiam dignidade, experiência e autoridade.
Essa visão prática da arte também se refletia na função utilitária das esculturas. Elas não eram criadas apenas para apreciação estética, mas para servir a propósitos políticos, sociais ou religiosos, como vimos anteriormente.
Estátuas de imperadores e bustos de cidadãos importantes reforçavam o prestígio dessas figuras; imagens de deuses e heróis cumpriam um papel espiritual; e relevos narrativos, como os dos arcos do triunfo, contavam histórias de conquistas militares para educar e impressionar a população.
As influências gregas, especialmente da arte helenística, foram adaptadas aos interesses romanos. Ao invés de seguir apenas os ideais estéticos gregos, os romanos usaram essa herança para construir uma arte a serviço do Estado e da memória coletiva.
Funções das esculturas
As esculturas na Roma Antiga cumpriam diversas funções que iam além da estética. Eram utilizadas como formas de expressão do poder, da moral e da identidade romana, estando presentes em muitos aspectos da vida cotidiana e política.
Uma das principais funções era a celebração de vitórias militares. Esculturas em arcos do triunfo, colunas comemorativas e relevos narrativos mostravam cenas de batalhas, marchas e momentos gloriosos do exército romano.
Um exemplo famoso é a Coluna de Trajano, que retrata, em detalhes, a conquista da Dácia pelo imperador Trajano. Esse tipo de escultura evidenciava o prestígio do imperador e transmitia ao povo a imagem de força e invencibilidade de Roma.
Além disso, era comum o uso de esculturas para homenagear cidadãos ilustres, como senadores, magistrados e imperadores. Os bustos de Júlio César, Augusto e Cícero, por exemplo, eram reproduzidos e exibidos em fóruns e templos, destacando as qualidades morais e políticas desses homens.
A escultura conhecida como “Augusto de Prima Porta” é um exemplo marcante, em que o imperador aparece com postura heróica e trajes militares, simbolizando autoridade, divindade e equilíbrio.
As esculturas também faziam parte da decoração de espaços públicos e privados. Em praças, banhos públicos, templos e residências de elite, era comum encontrar estátuas de deuses, figuras mitológicas ou antepassados da família.
Nas casas mais ricas, como as de Pompeia, havia nichos com bustos de ancestrais, reforçando a importância da linhagem e da tradição familiar.
Por fim, as esculturas romanas eram uma forma de manifestar ideais centrais da cultura, como a virtus (virtude romana) e a dignitas (dignidade). Essas qualidades eram representadas nas expressões sérias, na postura firme e no realismo dos retratos.
Materiais e técnicas
Os principais materiais usados nas esculturas romanas eram o mármore e o bronze. O mármore, valorizado por sua durabilidade e aparência elegante, era muito utilizado em estátuas, bustos e relevos.
Já o bronze era preferido para esculturas de grandes proporções, especialmente em espaços públicos, devido à sua resistência e facilidade de modelagem. Duas técnicas principais eram aplicadas na produção das esculturas: o entalhe e a fundição.
Entalhe
Para trabalhar o mármore, os artistas utilizavam a técnica do entalhe. Esse processo envolvia esculpir manualmente o bloco de pedra com ferramentas como martelos, cinzéis e furadeiras.
O trabalho começava com o esboço da forma bruta e, aos poucos, os detalhes iam sendo definidos com maior precisão. O acabamento final incluía o polimento da superfície e, em muitos casos, aplicação de tintas — sim, muitas esculturas romanas eram originalmente coloridas.
Fundição
No caso das esculturas de bronze, os romanos utilizavam a técnica da fundição por cera perdida. O processo começava com a criação de um modelo em cera, que era coberto com uma camada de argila ou outro material refratário.
Essa forma era então aquecida para que a cera derretesse e saísse, deixando um espaço vazio. Por fim, o bronze derretido era derramado nesse molde, que, após esfriar, era quebrado para revelar a escultura pronta. Essa técnica permitia a criação de obras ricas em detalhes e com maior liberdade de formas e poses.
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