Pintura na Roma Antiga: contexto histórico, características e técnicas 

Pintura na Roma Antiga: contexto histórico, características e técnicas 

Entenda o desenvolvimento da pintura na Roma Antiga, marcada por temas que iam das narrativas mitológicas às cenas da vida cotidiana

Quando falamos em Roma Antiga, é comum que a grandiosidade de seus monumentos, como o Coliseu ou o Panteão, venha logo à mente. No entanto, além da arquitetura imponente e das esculturas de mármore, os romanos também desenvolveram uma tradição artística menos duradoura, mas igualmente reveladora de sua cultura: a pintura.

Muitas vezes ofuscada pela fama da escultura e da arquitetura, a pintura romana oferece, até hoje, pistas preciosas sobre o cotidiano, a estética e a mentalidade daquela civilização.

Neste artigo que o Portal Estratégia Vestibulares preparou, você vai entender como a pintura romana se desenvolveu, quais as suas características e importância para a sociedade da época. Confira!

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Contexto histórico da pintura romana

A pintura romana se consolidou principalmente como arte decorativa, estando presente em afrescos que ornamentavam as paredes internas de casas, vilas e edifícios públicos. 

Diferente da tradição grega, que valorizava grandes painéis e obras independentes, os romanos preferiam integrar a pintura à arquitetura, criando ambientes mais sofisticados e agradáveis para se viver. Isso demonstra como a arte estava diretamente ligada ao cotidiano e ao espaço doméstico, e não apenas a contextos religiosos ou oficiais.

Grande parte do que sabemos hoje sobre a pintura romana vem das escavações em Pompeia e Herculano, cidades soterradas pela erupção do vulcão Vesúvio em 79 d.C. Nessas localidades, as cinzas preservaram tanto as construções, como também os afrescos e mosaicos que decoravam casas e estabelecimentos. 

As descobertas trouxeram a público desde cenas mitológicas grandiosas até representações de jardins e paisagens marinhas, funcionando como uma verdadeira janela para o cotidiano romano. Sem esses achados, nossa compreensão dessa arte seria muito mais limitada, já que em outros lugares as pinturas dificilmente resistiram ao tempo.

A função principal da pintura romana estava ligada à decoração e ao prestígio social. Os afrescos transformavam os interiores em espaços mais elegantes e atrativos, o que refletia o gosto e o poder econômico de seus proprietários. 

Além disso, tinham um papel de entretenimento visual, transportando os moradores e visitantes para cenários idealizados — desde ambientes naturais até narrativas épicas

Características da pintura romana

Uma das marcas mais importantes da pintura romana é a técnica do afresco, em que a tinta era aplicada diretamente sobre o gesso ainda úmido das paredes. Esse processo fazia com que a cor fosse absorvida pelo reboco, garantindo assim maior durabilidade e vivacidade às imagens. 

Por isso, mesmo após séculos soterradas, muitas pinturas encontradas em Pompeia e Herculano ainda preservam parte de sua riqueza de cores, evidenciando o cuidado técnico dos artistas da época.

Quanto aos temas retratados, havia cenas mitológicas, que expressavam a ligação da elite com o universo dos deuses e heróis; representações do cotidiano, mostrando banquetes, jardins, animais e atividades comuns; além de paisagens e naturezas-mortas, que conduziam os observadores para ambientes idealizados. 

Outro elemento marcante foram os retratos, que buscavam transmitir a fisionomia e a personalidade do indivíduo. Eles funcionavam como importantes registros de memória e afirmação de identidade social.

A busca pelo ilusionismo e pela perspectiva foi outro aspecto relevante. Os pintores romanos tinham o objetivo de expandir visualmente o espaço das paredes, criando a sensação de profundidade. 

Muitas vezes, isso era feito por meio de colunas pintadas, cenários arquitetônicos ou jardins que davam a impressão de continuidade, como se a parede se abrisse para outro ambiente. Esse recurso transformava os interiores em locais mais dinâmicos e sofisticados, ao mesmo tempo em que mostrava o domínio técnico e criativo dos artistas.

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Estilos pompeianos

A principal forma de classificação da pintura romana é a proposta pelo arqueólogo alemão August Mau, que, a partir dos achados de Pompeia, organizou os afrescos em quatro estilos:

  • Primeiro Estilo (Estilo da Incrustação): caracteriza-se pela imitação de blocos de mármore ou pedras nobres nas paredes. A ideia era dar a impressão de riqueza e sofisticação, mesmo em casas que não possuíam materiais caros. Esse estilo é o mais simples — valoriza a aparência sólida e arquitetônica, sem cenas figurativas complexas.
  • Segundo Estilo (Estilo Arquitetônico): marca uma virada importante, com a busca por ilusão de profundidade. As paredes deixam de parecer superfícies planas e passam a ser transformadas em “janelas” para outros espaços. 

    Os artistas pintavam colunas, portais, jardins e paisagens, criando o efeito de que a parede se abria para além do ambiente real. Esse estilo reforça a ideia de ampliação visual dos interiores.
  • Terceiro Estilo (Estilo Ornamental): aqui, o ilusionismo em larga escala é abandonado. As paredes passam a ter fundos lisos, em cores fortes ou claras, sobre os quais surgem pequenas ornamentações delicadas, arabescos, figuras mitológicas em escala reduzida ou pequenos quadros centrais.

    O efeito buscado é o da elegância e leveza, substituindo a grandiosidade pela sutileza.
  • Quarto Estilo (Estilo Intrincado/Complexo): representa uma síntese dos anteriores ao combinar o ilusionismo arquitetônico do segundo estilo, a leveza decorativa do terceiro e a solidez ornamental do primeiro.

    O resultado são composições ricas e complexas, que misturam paisagens, cenas mitológicas, painéis centrais e decorações elaboradas. Esse estilo foi o mais difundido em Pompeia antes da erupção do Vesúvio em 79 d.C., tornando-se o exemplo mais conhecido da pintura romana.

Temáticas frequentes na pintura romana

Entre os temas mais recorrentes, destacam-se:

  • Cenas mitológicas: eram muito comuns nas casas dos mais abastados e funcionavam como símbolo de erudição e prestígio. Os artistas ilustravam histórias de deuses e heróis, por vezes copiadas ou inspiradas em modelos gregos. Esses painéis mitológicos reafirmavam a ligação de Roma com a tradição clássica e transmitiam ideais de virtude, poder e grandeza.
  • Cenas do cotidiano: também encontradas nos afrescos, retratavam atividades diárias, como banquetes, momentos de lazer, práticas religiosas e até situações de trabalho. Essas representações ajudam os historiadores a compreender melhor os hábitos, os costumes e até mesmo a organização social dos romanos.
  • Paisagens: outro tema bastante explorado, que mostrava o gosto dos romanos pela natureza e pela vida ao ar livre. Jardins, cenas rurais e paisagens marinhas eram pintados de forma a trazer frescor e sensação de tranquilidade aos ambientes internos. 

    Muitas vezes, esses cenários eram combinados com elementos arquitetônicos, criando a ilusão de continuidade entre o espaço real e o espaço representado.
  • Naturezas-mortas: eram pinturas que retratavam objetos, alimentos, flores e animais. Além de funcionarem como decoração, transmitiam a ideia de fartura, acolhimento e prosperidade.

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