Classes bioquímicas e os seres vivos: carboidratos, lipídios e proteínas

Classes bioquímicas e os seres vivos: carboidratos, lipídios e proteínas

Os seres vivos são formados por diversos conjuntos de células e, para isso, dependem de diferentes classes bioquímicas de moléculas para estruturar cada um dos organismos. Essas substâncias são produzidas a partir de informações genéticas, mas também podem ser adquiridas na dieta: como os carboidratos, lipídios e proteínas. 

São grupos bioquímicos de extrema importância tanto para sobrevivência, de forma que englobam um conhecimento básico para a realização da maior parte das provas de vestibulares nacionais, como o Enem, Fuvest e Unicamp. Continue lendo este artigo e veja uma abordagem do conteúdo, com base em questões e aspectos que são cobrados nesses testes!

Ácidos nucleicos

A primeira das classes bioquímicas a ser estudada serão os ácidos nucleicos. Tratam-se de moléculas ácidas que ficam dentro dos núcleos celulares, e participam principalmente da transferência de material genético durante as divisões celulares.

Os principais tipos são o ácido desoxirribonucleico (DNA) e o ácido ribonucleico (RNA), que são extremamente importantes para a sobrevivência humana. Alguns seres vivos e espécies possuem apenas DNA ou RNA

No caso dos humanos, os genes estão localizados em cromossomos de DNA, mas que são transcritos em RNA, que carregam as informações necessárias para a formação de proteínas, em um processo chamado de síntese proteica

Os ácidos nucleicos são constituídos de um grupamento químico fosfato, um açúcar com cinco carbonos (pentose) e um grupo básico que contém nitrogênio. A diferença entre o DNA e o RNA é, então, que o DNA tem um oxigênio a menos.

Classes bioquímicas: Ácidos nucleicos
Esquema ácidos nucleicos: DNA e RNA
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Proteínas

As proteínas são moléculas orgânicas essenciais, porque constituem as membranas celulares, são necessárias para processos metabólicos, participam do carregamento de oxigênio no sangue, entre diversas outras funções.

Elas são formadas a partir de sinalização genética, por meio de ácidos nucleicos. Em geral, o DNA possui informações sobre como e qual proteína formar, e é transcrito em RNAm, que se associam com ribossomos para construir essas grandes moléculas. 

Cada proteína é resultado da união de diversos aminoácidos, que se ligam de maneira específica, com um tamanho específico, para cumprir uma função determinada. Um grande exemplo é a hemoglobina, que está presente no sangue humano, em associação com as hemácias, que participa do transporte de oxigênio pelo corpo, o que garante a sobrevivência da espécie.

Enzima

As enzimas são um tipo especial de proteínas — atuam dentro de processos metabólicos, catalisando reações químicas e quebrando substâncias no ambiente intracelular, principalmente. Inclusive, deficiência enzimáticas podem resultar em doenças de gravidades variáveis. 

Por exemplo, a lactose é uma proteína ingerida a partir de derivados do leite; quando o indivíduo apresenta deficiência da enzima lactase, que degrada a lactose para ser absorvida no corpo, ele pode apresentar intolerância aos produtos lácteos. 

Outra patologia que aparece por alterações enzimáticas é o albinismo. Pessoas com essa condição não possuem a enzima tirosinase, que degrada a tirosina, que é um aminoácido necessário para formar o pigmento da pele, a melanina. Quando a tirosinase é ausente ou defeituosa, não se forma a pigmentação natural da derme.

Carboidratos

Os carboidratos são moléculas orgânicas formadas por cadeias carbônicas, além de átomos de oxigênio. No dia a dia, temos contato com carboidratos em diferentes níveis: açúcares, vegetais como as batatas, arroz, pães, trigo e outros materiais são ricos nessas moléculas

Além de constituintes de nosso organismo, os carboidratos (também chamados de glicídios) são o principal substrato energético para os animais. A glicose, por exemplo, é um glicídio quebrado no metabolismo celular, para gerar ATP — a moeda energética dos organismos vivos.

Em termos de energia, também podem ser armazenados dentro dos indivíduos, para utilização posterior. Por exemplo, o amido é um carboidrato armazenado nos vegetais, que garante uma reserva energética para situações de escassez que sobrevenham à planta.

Outra função importante dessa classe bioquímica tem caráter estrutural. São necessários para a organização espacial da célula, como a celulose que participa da sustentação dos vegetais — é utilizado, inclusive, para a fabricação de papéis.

Lipídios

Existem, ainda, os lipídios, que participam da membrana plasmática, armazenamento de energia e constituição de tecidos como o adiposo. São moléculas formadas pela união de ácidos graxos e álcool, insolúveis em água. 

A membrana plasmática de todas as células eucariontes é formada por fosfolipídios, que é a união de átomos de fósforo e lípidos. No tecido nervoso, os lipídios participam para otimizar a transmissão do impulso elétrico, aumentando a velocidade de condução, por meio das bainhas de mielina. 

Outra relação importante dos lipídios com os seres vivos, especialmente os seres humanos, é a constituição de hormônios. Os chamados hormônios esteróides são derivados de lipídios, como a testosterona (masculinizante) e a progesterona (importante para a gestação).

Na alimentação, são representados pelos óleos e gorduras. O consumo de substâncias oleaginosas deve ser ponderado, porque o excesso de lípidos pode ser prejudicial no organismo: inclusive causando a obstrução do fluxo sanguíneo, que pode resultar em doenças cardiovasculares, como os infartos. 

Questões sobre classes bioquímicas

(UFRN) Embora seja visto como um vilão, o colesterol é muito importante para o organismo humano porque ele é

a) precursor da síntese de testosterona e progesterona.

b) agente oxidante dos carboidratos.

c) responsável pela resistência de cartilagens e tendões.

d) cofator das reações biológicas.

(Fuvest/1998) Leia o texto a seguir, escrito por Jacob Berzelius, em 1828:

“Existem razões para supor que, nos animais e nas plantas, ocorrem milhares de processos catalíticos nos líquidos do corpo e nos tecidos. Tudo indica que, no futuro, descobriremos que a capacidade de os organismos vivos produzirem os mais variados tipos de compostos químicos reside no poder catalítico de seus tecidos.”

A previsão de Berzelius estava correta, e hoje sabemos que o “poder catalítico” mencionado no texto deve-se

a) aos ácidos nucleicos.

b) aos carboidratos.

c) aos lipídios.

d) às proteínas.

e) às vitaminas.

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