A imunidade do corpo humano é uma das funções mais importantes para a sobrevivência de um indivíduo. Ela é responsável pela defesa e proteção do organismo diante de ameaças como bactérias e vírus. Para isso, são essenciais as células de imunidade: os leucócitos.
Neste artigo você conhecerá melhor os leucócitos e seus tipos, com as características e funções próprias de cada um deles. Além disso, veja como o tema pode ser cobrado nas provas de vestibulares, com resolução e gabarito. Acompanhe agora!
Navegue pelo conteúdo
O que são leucócitos?
Leucócitos são as células de defesa do corpo humano, também conhecidas como glóbulos brancos. Eles são produzidos na medula óssea e nos linfonodos, circulam na corrente sanguínea e podem invadir tecidos para participar de reações imunológicas.
No exame de sangue, os leucócitos aparecem na contagem de “leucograma”. A quantidade de leucócitos circulantes no organismo evidencia a possibilidade de um sistema imunológico fraco, ou pode mostrar quando uma infecção está se desenvolvendo. Em geral, um indivíduo saudável possui cerca de quatro a dez mil glóbulos brancos por milímetro cúbico de sangue.
Principais características dos leucócitos
O termo leucócitos diz respeito a um conjunto de diferentes células de defesa do corpo humano. Existem, então, glóbulos brancos do tipo neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos. Cada uma dessas classificações possui uma função específica, além de que podem ser especializados no ataque a um tipo patogênico.
Fato é que, no sistema imunológico, essas células interagem conjuntamente para reconhecer, atacar e destruir substâncias potencialmente nocivas para o organismo. Para isso, elas utilizam mecanismos como o reconhecimento do material danoso, a fagocitose, a eliminação, entre outras. Acompanhe a seguir.
Ao entrar em contato com uma substância patogênica, leucócitos reconhecem que aquele material não pertence ao organismo e enviam sinais para que outras células de defesa sejam enviadas para aquele local.
Com isso, a produção de glóbulos brancos é estimulada e eles se dirigem ao sítio de infecção, por exemplo, os pulmões. Diante dessa situação, células de fagocitose podem ser enviadas ao local, para que englobem o patógeno e cause a destruição dele — imagine que fagocitar é o mesmo que “comer e digerir” o microrganismo. Veja a animação abaixo:
Além da fagocitose, alguns dos leucócitos são capazes de se mover do sangue em direção aos tecidos. Essa capacidade, conhecida como diapedese, permite que infecções em diversas partes do corpo sejam atacadas e combatidas pelo sistema imunológico.
Em termos de microscopia, os leucócitos têm um citoplasma mais incolor, com núcleos evidentes, como você pode observar na figura abaixo.
Entenda: O leucócito é a célula mais rosada da imagem, de forma que o citoplasma incolor é a parte mais clara, enquanto as “bolinhas” em tom arroxeado representam o núcleo lobulado.
Os leucócitos também são responsáveis pela produção de anticorpos que neutralizam as substâncias patogênicas, como os próprios microrganismos. As moléculas liberadas por diferentes classes de glóbulos brancos atuam como efetores para causar a destruição de bactérias, por exemplo.
Depois dessas características mais gerais, eles podem ser classificados conforme a presença de grânulos no citoplasma ou a falta deles. Além disso, a regularidade do contorno do núcleo e a formação de lóbulos é um importante fator de diferenciação entre os tipos leucocitários. Veja melhor no tópico a seguir!
Tipos de Leucócitos
Leucócitos granulares
Neutrófilos
O primeiro tipo de leucócitos granulares que vamos tratar são os neutrófilos. Com grânulos no citoplasma e núcleo lobulado em cerca de três a cinco partes, essas células são predominantes na contagem de leucócitos (aproximadamente 60%) e participam dos primeiros processos de imunidade.
A função dos neutrófilos, em geral, é realizar a fagocitose e sinalizar outras células de que aquele microrganismo está presente no organismo e pode ser danoso.
Eosinófilos
São células mais rosadas, com núcleo lobulado em duas porções. Geralmente participa de processos inflamatórios causados por parasitas intestinais, como os vermes. Por essa razão, estão muito presentes na mucosa dos intestinos.
Basófilos
São células menos numerosas (0 a 1% do total de leucócitos), com núcleo irregular e citoplasma granuloso abundante. Os basófilos são responsáveis pela produção de heparina (anticoagulante) e histamina (relacionada com processos alérgicos, podendo desencadear coceiras).
Leucócitos agranulares
Linfócitos
Participam ativamente do processo de reconhecimento e ataque das substâncias nocivas, podendo ser divididos em linfócitos B e linfócitos T.
Os linfócitos B, quando recebem a sinalização necessária, se transformam em plasmócitos, células capazes de produzir anticorpos contra o antígeno danoso.
Depois de ativados, algumas das células B também podem se transformar em reservatórios de memória — essa propriedade está intimamente relacionada com o processo de vacinação e a memória imunológica produzida por ele.
Os linfócitos T, por sua vez, são responsáveis, principalmente, por atacar e matar os patógenos.
Monócitos
Por fim, os monócitos são leucócitos agranulares, que têm importante função fagocitária. Geralmente, estão circulando na corrente sanguínea e recebem sinalização para realizar diapedese, em direção aos tecidos.
Quando encontrados nos tecidos, os monócitos são chamados de macrófagos, participando da imunidade contra bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos, por exemplo.
Leucócitos como indicadores da saúde
Leucocitose
Quando a quantidade de leucócitos no sangue de um indivíduo é maior do que a esperada, os médicos atribuem o nome de leucocitose. Esse achado do exame de sangue evidencia que alguma reação imunológica está acontecendo no paciente, como infecções de urina, pneumonias, infecções virais, entre outros.
Leucopenia
Se, por sua vez, o hemograma demonstrar uma quantidade diminuída de leucócitos, o paciente está passando por um déficit de imunidade. Nesse caso, é importante que sejam investigadas as causas desse sistema imunológico deprimido, que pode ser leucemias, algumas infecções ou doenças autoimunes.
Videoaula sobre imunidade
Aprenda mais sobre como funciona a imunidade produzida pelos leucócitos, assista à videoaula gratuita abaixo!
Questão
(Universidade do estado de Santa Catarina — UDESC 2010)
No quadro abaixo é demonstrada a característica geral dos leucócitos e a sua função.
Assinale a alternativa correta que completa o quadro acima na sequência 1, 2, 3 e 4.
A) 1. Linfócito, 2. Neutrófilo, 3. Núcleo trilobulado e 4. Produção de anticorpos.
B) 1. Monócito, 2. Neutrófilo, 3. Núcleo em forma de rim e 4. Produção de anticorpos.
C) 1. Monócito, 2. Eosinófilo, 3. Núcleo em forma de rim e 4. Libera heparina.
D) 1. Linfócito, 2. Basófilo, 3. Núcleo em forma de rim e 4. Libera heparina.
E) 1. Basófilo, 2. Neutrófilo, 3. Núcleo trilobulado e 4. Produção de anticorpos
Em 1, o leucócito desenhado apresenta um citoplasma não granuloso, com núcleo de em formato de rim. Como o monócito é não granular e possui um núcleo com formato não lobulado, entende-se que ele é a melhor opção para a resposta.
O leucócito em 2 pode ser um neutrófilo, porque existem três lóbulos nucleares e a função dele também envolve a fagocite.
Por fim, as principais células de produção de anticorpos são os linfócitos. A alternativa correta é a letra B.
Aprenda mais biologia com a Coruja!
Quer treinar seu conhecimento com mais questões retiradas de vestibulares? Conheça o banco de questões do Estratégia Vestibulares: aqui você encontra simulados, livros digitais, aulas gravadas com excelente didática, fórum de dúvidas e correção de redação. Clique no banner abaixo e confira nossos produtos:
Veja também:
- Sistema respiratório: órgãos, trocas gasosas e exercícios
- Sistema digestório: conceitos, órgãos e funções
- Sistema Imunitário: anticorpos, vacina, soros e mais
- Doenças bacterianas no Enem: conheça as mais cobradas
- Hematologia: funções e elementos do sangue
- Embriologia humana: fases e formação do corpo
- Ciclo celular: fases, divisão e controle
- Ácidos nucleicos: o que são, DNA, RNA e importância