Uma boa ideia para melhorar a relação da humanidade com a natureza seria reunir os principais líderes mundiais em uma discussão sobre as medidas de proteção ecológica que podem ser tomadas. Esse é o princípio das conferências ambientais, como a que aconteceu em Estocolmo, na Suécia, em 1972.
No texto a seguir, você aprenderá mais sobre as principais conferências ambientais, onde aconteceram, quais as polêmicas em torno desse assunto e qual o efeito prático disso atualmente. Vamos lá?
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Por que existem conferências ambientais?
Desde o século XVIII, com o advento da Primeira Revolução Industrial e os avanços tecnológicos que culminaram na Segunda e Terceira Revolução Industrial, uma das tendências do mundo capitalista é a acumulação de capital.
Nesse cenário, é importante que a produção de mercadorias cresça acentuadamente, para suprir as exigências do mercado consumidor, bem como sustentar o bem estar dos donos dos meios de produção.
Assim, a extração de matéria prima é indispensável no processo produtivo. É nesse ponto que se encontram as causas ecológicas: a busca incessante pelos materiais base estão ligadas com o crescimento do desgaste ambiental em todo o mundo.
Foi na década de 60, no século XX, que os cientistas perceberam o impacto da retirada indiscriminada de materiais da natureza. Notou-se, portanto, que um colapso ambiental estaria prestes a acontecer, caso nenhuma atitude fosse tomada.
Durante essa situação surgiram debates que comparavam o lucro com o valor da natureza; enquanto outras vertentes buscavam aliar a produtividade ao meio ambiente, como em um estado de equilíbrio.
Assim, as conferências ambientais surgiram como alternativa pacífica de alinhar os interesses dos países com os deveres ecológicos deles. A primeira delas aconteceu no ano de 1972, em Estocolmo, como você verá adiante.
+ Veja também: Segunda Revolução Industrial: contexto histórico e características
Conferência Ambiental de Estocolmo
Conhecida também como Conferência Internacional para o Desenvolvimento do Meio Ambiente, nesta reunião havia mais de 100 líderes mundiais, bem como cerca de 250 órgãos internacionais.
Foram discutidos os pontos de preservação da flora e fauna, da redução da liberação de produtos tóxicos na natureza, da busca por um desenvolvimento menos nocivo ambientalmente, bem como o auxílio para o crescimento das nações subdesenvolvidas.
Um dos documentos dessa época, o Relatório de Meadows, apresenta as consequências do crescimento econômico para o meio ambiente. Em primeira instância os países mais engajados na lucratividade se opuseram ao movimento.
Com a ideia de que o desenvolvimento poderia acontecer, mas de maneira sustentável, as potências mundiais se sentiram mais livres para aderir às conferências ambientais.
Outro marco importante para a Conferência de Estocolmo foi a criação do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), que põe a Organização das Nações Unidas (ONU) em uma posição de defesa do meio ambiente.
Rio-92: Conferência Ambiental Cúpula da Terra
Dentre as conferências ambientais mais importantes, uma delas aconteceu no Brasil: a Conferência Rio-92, em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, administrada pela ONU. Os países participantes eram cerca de 170, com mais de 1400 organizações não governamentais (ONGs).
Nessa ocasião, os pontos discutidos na Conferência de Estocolmo foram repassados, com o acréscimo de novos objetivos. Uma das questões debatidas foi a cessão de tecnologias menos poluentes para os países menos desenvolvidos.
Foi abordada também a adoção de critérios teóricos e práticos para reger o desenvolvimento sustentável de cada nação. Além disso, com as ameaças ambientais que podem atingir o planeta todo, entendeu-se como necessário uma ação integrativa entre todos os territórios para assegurar uma cooperação sustentável mundial.
A ideia do documento “Carta da Terra” nasceu nessa ocasião e tinha por finalidade harmonizar a relação entre o homem e a natureza. Veja algumas afirmações desse escrito:
“A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida.
Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais.”
Foi proposta também a Agenda 21, que abrange objetivos de curto, médio e longo prazo para serem concluídos durante o século XXI, que estava prestes a chegar. Os temas desse cronograma eram diversos: desde desigualdade social até gerenciamento do desenvolvimento e proteção das minorias.
O que é desenvolvimento sustentável?
Em termos práticos, atualmente vemos uma maior preocupação dos países com um desenvolvimento sustentável que é, nada mais que o crescimento econômico com a responsabilidade de preservar os recursos naturais.
Conferência de Partes (COP)
Depois das duas primeiras conferências ambientais, foram definidos países membros de uma convenção comprometida com as questões da natureza. Nesse caso, a finalidade era observar o impacto da ação humana sobre as condições climáticas.
Em 1995, por exemplo, foram definidas metas de redução da emissão de gases do efeito estufa, como o Dióxido de Carbono, que atua no aquecimento global e, consequentemente, tem efeitos diretos sobre o clima do planeta.
Já em 1997, foi criado o Protocolo de Kyoto, um tipo de acordo climático entre as nações, que deveria ser aplicado somente em 2005. O intervalo de tempo seria utilizado para a adaptação dos países às exigências do documento.
A principal busca era, também, de reduzir a emissão de gases poluentes e potencializadores do efeito estufa.
A polêmica em cima dessa COP aconteceu porque o protocolo agregava mais regras para os países desenvolvidos. Diante disso, algumas potências mundiais, como os Estados Unidos, se opuseram e optaram por não participar do tratado.
Conferência Rio+10
Também chamada de Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável 2002, a Rio+10 foi uma conferência ocorrida na África do Sul, em Joanesburgo. Quase 200 países participaram, além das numerosas ONGs.
Nessa reunião, foram debatidos temas ambientais, como o fortalecimento da ideia de energia renovável Ocorreu também a busca pelo saneamento básico e água potável em todos os países, o que também incide sobre as questões de saúde pública.
Conferência Rio+20
Também no Brasil, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2012 — 20 anos depois da Rio-92. Além dos 192 países comprometidos, houve grande repercussão internacional e midiática deste encontro.
As questões debatidas remontam àquelas que foram abordadas nas conferências ambientais anteriores. A sustentabilidade no desenvolvimento foi retomada e a visão de que a Terra possui um futuro que depende das atitudes do presente trouxe à tona o senso de responsabilidade individual de cada nação com a natureza.
A Agenda 21 foi adaptada conforme a necessidade de cada país e o documento “O futuro que queremos” foi escrito, onde são depositadas as expectativas de resolução de problemas como a fome, a saúde precária, a mudança dos padrões de consumo e outros tópicos.
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