O período colonial do Brasil se estende desde a chegada dos portugueses ao território até a declaração de independência do Brasil em 1822. Durante esses 322 anos, o país foi dominado e explorado pela coroa portuguesa.
Com a exploração do pau brasil e da cana de açúcar, a metrópole europeia conseguia muita lucratividade a partir dos produtos agrícolas brasileiros. Além disso, o encontro de ouro e outros minérios preciosos foi determinante no ganho econômico. Para tais atividades, utilizou-se a mão de obra escravizada, predominantemente africana, mas também dos indígenas.
Para conhecer a história do Brasil Colônia e suas nuances políticas, econômicas e sociais, continue lendo este artigo. Veja também informações sobre a crise e fim dessa época, com a proclamação da independência realizada por Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822. Vamos lá?
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Origem do período colonial do Brasil
Muitos historiadores propõem que o período colonial do Brasil não iniciou-se imediatamente à chegada dos portugueses ao país. Afinal, quando os lusitanos encontraram o território, mantiveram relações distantes.
Nos primeiros trinta anos, entre 1500 e 1530, as terras brasileiras não foram amplamente ocupadas. Por isso, esse é chamado o período pré-colonial, quando Tratado de Tordesilhas assegurava a posse portuguesa sobre as posses, mesmo que a colonização não tivesse sido efetivada.
De maneira mais branda do que ocorreria nos anos seguintes, iniciou-se a exportação do pau-brasil. Embora o produto não tivesse grande comercialização no mercado europeu, tornou-se famoso pela qualidade da madeira e pela possibilidade de tingir tecidos com o corante amadeirado.
Nessa fase pré-colonial, a mão de obra escravizada provinha principalmente dos indígenas. Inclusive, é importante ressaltar que a nomenclatura “índios” existe porque os portugueses chegaram a essas terras acidentalmente, já que o verdadeiro objetivo era alcançar as Índias para desfrutar das especiarias da região.
Ao longo desses trinta anos, o comércio internacional mudou de cenário e, na década de 30, a metrópole portuguesa decidiu investir no Brasil como colônia de exploração e exportação de produtos.
Além disso, as Grandes Navegações europeias estavam a todo vapor, e uma terra não ocupada poderia ser perdida para outras nações invasoras como Inglaterra, França e Espanha. Por isso, o início do período colonial do Brasil foi uma atitude econômica e estratégica.
Para iniciar a colonização efetivamente, o território foi dividido em capitanias hereditárias. Cada porção de terra era responsabilidade de um nobre da Coroa Portuguesa, que era enviado ao Brasil para governar e fazer prosperar essas regiões.
Apesar disso, muitos dos donatários (os chefes de capitania) não se aplicaram completamente na atividade, o que tornou esse plano de governo descentralizado um fracasso da colonização no Brasil.
Foi então que a coroa portuguesa optou por implantar uma administração mais centralizada, chamada de Governo-Geral. A sede administrativa estava localizada na província da Baía de Todos os Povos, atualmente no estado da Bahia. Essa região foi escolhida, em partes, devido à proximidade entre o litoral baiano e outras colônias africanas de domínio português.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, um nobre de muita estima para o rei português. Como era de esperar de uma pessoa de tão grande confiança, o político aplicou-se na construção de locais de trabalho, como os engenhos de açúcar e a cidade de Salvador.
Essas modificações estruturais foram relevantes para o desenvolvimento da atividade econômica, tanto para que o trabalho do plantio e moenda da cana fossem mais eficientes, como também para a exportação mais rápida para a Europa, por meio dos mares.
Com o passar do tempo, estabeleceu-se o Pacto Colonial, quando a metrópole portuguesa tornou-se hegemônica para dominar o Brasil. Assim, a colônia só poderia servir aos interesses de Portugal, única nação que fazia relações comerciais conosco.
Sociedade colonial
Para além da visão político-econômica da colonização, os portugueses acreditavam que chegavam às colônias para a propagação de civilidade, comportamentos e do cristianismo entre os povos não-cristãos.
Nesse sentido, trouxeram padres jesuítas para a catequização das comunidades indígenas aqui estabelecidas. É importante mencionar que a chegada desses missionários foi um dos grandes impulsos para a chegada dos escravizados africanos.
A ideia proposta pelos líderes religiosos era de que os indígenas fossem um povo separado para o cristianismo e não deveriam ser explorados, mas serem ensinados conforme a religião. Um grande autor e argumentador da literatura brasileira, Padre Vieira, defende essas ideias em seus sermões.
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Economia no período colonial do Brasil
A economia do período colonial baseou-se, principalmente, no modelo de plantation. Essa forma de planejamento agrícola propõe que grandes propriedades de terra, chamadas de latifúndios, sejam utilizadas para a plantação de um só tipo de planta (monocultura), com produção para o mercado externo, a partir de mão de obra escravizada.
A exploração do Pau-Brasil foi marcada durante o período pré-colonial e os primeiros anos da colonização. Posteriormente, a cana-de-açúcar ganhou destaque na sociedade e nas relações comerciais da colônia. Ao mesmo tempo, o tráfico negreiro impulsionava a lucratividade dos engenhos açucareiros.
Com o crescimento da concorrência do açúcar no cenário internacional, a coroa portuguesa precisava achar um novo produto da terra brasileira que resultasse em lucros. Foi então que iniciaram-se as expedições e a entrada para o interior do país.
Ao encontrar ouro e metais preciosos na região sudeste, a região tornou-se mais povoada e explorada. Pouco a pouco, novas vilas e cidades comerciais se formaram na região, em torno do ciclo do ouro e da exportação desses metais para os lusitanos.
Dada a nova importância econômica da região, o centro do poder político alterou-se para o Rio de Janeiro. A cidade foi capital do Brasil até que Juscelino Kubitschek investisse na construção de Brasília, já no século XX.
Como foi o fim do período colonial?
As alterações do cenário internacional como consequência da Revolução Francesa foram determinantes para o fim do Brasil Colônia. Como o absolutismo estava em declínio, o reinado português estava enfraquecido.
Ao mesmo tempo, desenrolava-se a Era Napoleônica. O imperador francês Napoleão Bonaparte tinha fortes rivalidades com a Inglaterra e, por isso, determinou um Bloqueio Continental, no qual as nações europeias sofreriam invasões e sanções se mantivessem relações com os ingleses.
Devido a outros acordos históricos, Portugal continuou em proximidade com a Inglaterra. Assim, tropas napoleônicas invadiram parte do território português e, por isso, ocorreu a vinda da família portuguesa para o Brasil.
Pouco tempo depois, a colônia foi estabelecida como centro do poder lusitano, sendo elevada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Diante disso, a elite colonial (os grandes latifundiários e exploradores do minério) sentiu-se pressionada, como se a presença do rei no território fosse impedir o crescimento e desenvolvimento de suas atividades.
Nesse cenário, houveram instabilidades no território europeu de Portugal e o rei D. João VI precisou viajar até lá. O contexto abriu a possibilidade para a pressão da elite contra a realeza e, diante da instabilidade política já observada, foi declarada a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, quando o período colonial do Brasil se encerrou oficialmente.
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