Resumo da História do Brasil: principais eventos e contextos históricos

Resumo da História do Brasil: principais eventos e contextos históricos

A História do Brasil pode ser dividida em vários momentos: desde a presença dos indígenas, o descobrimento europeu do território, a colonização, o reinado dos portugueses, além das diversas fases que aconteceram na república, com períodos democráticos e épocas ditatoriais. Acompanhe agora um panorama histórico brasileiro geral com suas nuances e principais acontecimentos. 

Início da História do Brasil: indígenas

Embora, por muito tempo, os livros didáticos tenham abordado a História do Brasil a partir do momento em que os colonizadores portugueses adentram nossas terras, mas é importante que tais paradigmas sejam quebrados. Afinal, antes mesmo da chegada de europeus, diversas comunidades indígenas desenvolviam suas atividades em território brasileiro.

Então, a história brasileira inicia-se com o povoamento de indígenas que se organizavam em tribos, com forte ligação com a natureza. Inclusive, toda a sua alimentação, religião, cultura, arte, comportamentos e atividades provinham de substratos naturais. Na região Sul, por exemplo, são encontrados sambaquis que demonstram a presença de humanos no território.

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Descobrimento da América

A história do Brasil, então, se conectará com os acontecimentos europeus a partir do momento em que se iniciam as Grandes Navegações — quando ocorreu o Descobrimento da América. Nessa ocasião, os portugueses e espanhóis, principalmente, se dedicaram à busca de novas terras e materiais preciosos — em um momento de grande influência do mercantilismo na Europa.. 

O primeiro navegador a encontrar territórios novos foi Américo Vespúcio, de onde vem o nome do continente americano. Posteriormente Cristóvão Colombo e os espanhóis se deparam com as civilizações pré-colombianas. Além disso, Pedro Álvares Cabral encontra o Brasil e envia relatos para a nação portuguesa, descrevendo as terras descobertas — aqui inicia-se uma nova fase da história brasileira.

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Período Pré-Colonial

Por certo período de tempo, os portugueses admitiram o Brasil como um alvo de pouco interesse, uma vez que toda a Europa estava concentrada nas relações comerciais com as Índias e suas especiarias. Entre 1500, quando o território foi descoberto, e 1530, o país não foi explorado de uma maneira sistemática pelos lusitanos.

Apesar disso, para que a posse das terras estivesse garantida, foram criados pontos de armazenamento de mercadorias que seguiriam para a Europa: as feitorias. A partir disso, observou-se o valor do pau-brasil como madeira e corante, quando iniciou-se uma exploração dessa matéria prima, por meio da troca de especiarias com os indígenas, prática conhecida como escambo.

Período Colonial

Com a percepção de que a exploração do território brasileiro estava garantindo lucros para Portugal, os governantes decidem estabelecer uma organização para a colonização do país. Tal atitude também protegeria as terras de invasões estrangeiras e é considerada o marco inicial do período colonial brasileiro.

Diante disso, foi criado o sistema de capitanias hereditárias, quando europeus ficavam responsáveis por regiões coloniais e deveriam cuidar, povoar, administrar e explorar tais zonas. Em 1534 foram estabelecidas 15 capitanias, que estavam sob a tutela de 15 nobres (capitães) portugueses. O mapa abaixo demonstra a divisão do território de maneira esquemática:

Mapa das capitanias - História do Brasil
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Governo Geral

Depois de alguns anos em que as capitanias hereditárias foram o principal foco da colonização portuguesa, o modelo já não se mostrava tão eficiente. Diante disso, uma nova forma de organização foi estabelecida: o Governo Geral, com a figura do governador Tomé de Souza, muito importante para a história do Brasil.

Nesse momento, o domínio sobre a colônia foi reforçado, o Estado do Brasil foi criado e a economia ascendeu de maneira significativa.  Além disso, a presença de padres jesuítas no território foi importante para a catequização dos indígenas, um dos objetivos religiosos da exploração e colonização. Entre os padres que trabalham na ocasião, podemos citar o escritor barroco  Pe. Antônio Vieira.

Cana de açúcar no período colonial 

O período colonial brasileiro foi marcado pela exploração comercial das matérias primas encontradas em território brasileiro. Depois do pau-brasil, a descoberta da cana-de-açúcar na região nordeste foi de suma importância para a continuidade da colonização portuguesa.

Para a realização do trabalho de plantio e colheita, os indígenas foram escravizados. Posteriormente, com a agricultura de cana nas colônias africanas, foi favorecida uma relação entre o continente africano e o Brasil: estabeleceu-se, por essa razão, a escravização de indivíduos africanos.

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Invasões estrangeiras

Mesmo com o estabelecimento de políticas e organizações, a colônia brasileira foi invadida por povos estrangeiros, como holandeses e franceses. Um grupo de franceses se instalou no Rio de Janeiro, situação que ficou conhecida como França Antártica e durou cerca de 5 anos, quando foi derrotada por tropas portuguesas.

A ocupação holandesa foi mais significativa, com cerca de 10 anos de duração, nas regiões do nordeste. O nome mais citado da ocasião foi Maurício de Nassau. O objetivo principal das invasões era o comércio açucareiro e as rivalidades entre Portugal, Espanha e Holanda.

Ouro no período colonial

Com a descoberta do ouro e metais preciosos na região Sudeste, a organização colonial passa por uma nova transformação. Como o comércio de cana de açúcar estava enfraquecido e as pedras preciosas conferiam maior poder lucrativo, a capital da colônia foi transferida do Nordeste (Salvador) para o Sudeste, no Rio de Janeiro.

Isso permitiu que a região fosse povoada e garantiu um maior controle dos governantes sobre o fluxo de ouro e lucros que ocorria na atividade mineradora. 

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Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana

Diante do declínio das organizações coloniais, os indivíduos observaram que muitos direitos poderiam ser modificados e adquiridos. A cobrança de impostos era considerada indevida por muitos e o sentimento de indignação crescia. Isso culminou em movimentos revolucionários, que se apoiavam em ideais liberalistas para propor a independência de certas regiões.

Os principais protestos foram:

  • A Inconfidência Mineira, que tinha caráter elitista, mas buscava a independência das Minas Gerais como uma região autônoma. Além de ser a causa da morte do inconfidente Tiradentes; e
  • A Conjuração Baiana, um movimento mais popular, que também lutava pela liberdade dos humanos escravizados, para além dos ideais separatistas.

Chegada da Família Real

Enquanto a colonização portuguesa fervilhava nas regiões brasileiras, a corte portuguesa estava sofrendo fortes pressões no ambiente europeu. Durante a Era Napoleônica, Napoleão Bonaparte instituiu um bloqueio continental, que proibia as nações europeias de relacionarem-se com a Inglaterra, sob pena de invasão.

Entretanto, os portugueses tinham um acordo com os ingleses e não tinham muita escapatória. Foi nessa ocasião que ocorreu a vinda da família real portuguesa para o Brasil — como uma fuga das retaliações napoleônicas. Eles se fixaram na região do Rio de Janeiro, dando início ao período Imperial da história brasileira, quando o rei tornou-se imperador das terras coloniais.

Independência do Brasil

Com a família real em território brasileiro e a elevação do Brasil ao Reino Unido de Portugal, os brasileiros ganham mais força de revolução. Movimento que culminou na proclamação da Independência do Brasil no ano de 1822.

A nova organização política proposta era uma monarquia constitucional, que ficou conhecida como “período imperial”, que é subdividido em 3 fases: Primeiro Reinado, Regências e Segundo Reinado. Além disso, houveram mudanças estruturais: construção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criação de palácios de verão e inverno, desenvolvimento de bibliotecas e centros intelectuais.

Primeiro Reinado

O Primeiro Reinado representa o momento em que Dom Pedro I era líder dos territórios e institui grandes transformações, principalmente no campo político. Ele criou o poder moderador, que fortalecia sua posição de imperador, com certo teor de autoritarismo, algo que não agradou a população.

Pedro I tem seu poder enfraquecido conforme os seus interesses não se adequam à necessidade do povo. Conflitos como a Revolução Pernambucana, a Guerra da Cisplatina, a Confederação do Equador e outras revoltas marcam esse período. Por fim, Dom Pedro I cede às pressões sociais e abdica do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, com apenas 5 anos de idade. 

Período Regencial 

Enquanto o verdadeiro herdeiro do trono, Pedro de Alcântara, não poderia assumir o trono, ficou definido que os regentes seriam responsáveis pela governabilidade do território brasileiro. Os nomes mais famosos dessa ocasião são Regente Feijó e Regente Araújo Lima.

Essa situação deu abertura política para diversos partidos se posicionarem, contrária ou favoravelmente ao governo. Com isso, a instabilidade do governo ficava cada vez mais pronunciada, de maneira que diversos movimentos revolucionários se desenvolveram por quase todo o território brasileiro, como a Balaiada, a Cabanagem, a Revolução Farroupilha, a Revolta dos Malês e a Sabinada.

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Segundo Reinado

A partir de manipulações políticas, o partido que era favorável ao poder monárquico aplicou um golpe que colocou Dom Pedro II no poder. Essa articulação política é historicamente conhecida como Golpe da Maioridade, pois conferiu poder a Pedro de Alcântara com apenas 14 anos de idade.

Durante o Segundo Reinado, instalou-se uma ideia de parlamentarismo, quando os parlamentares teriam maior influência política do que o próprio imperador. Entretanto, houve um “parlamentarismo às avessas”, porque Dom Pedro II regia direta e indiretamente as decisões políticas. 

O declínio de Dom Pedro II e do imperialismo se somam, quando houve uma instabilidade política e fragilização econômica decorrente das consequências da Guerra do Paraguai.

Abolição da Escravidão 

A escravidão fez parte da história do Brasil desde o momento em que os indígenas passaram a trabalhar compulsoriamente com o pau-brasil, e se estendeu como prática legal até o Segundo Reinado.

Somente nesse período que as revoltas sociais e as lutas em prol da abolição da escravidão foram ouvidas. Tudo isso somado à pressão da Inglaterra que procurava mercado consumidor, no desenvolvimento de sua Revolução Industrial.

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Primeira República

Em 15 de novembro de 1889 foi instituída a Primeira República Brasileira. Embora todo o regime político tenha mudado suas formas, os indivíduos com maior poder de influência continuavam sendo os mesmos do período colonial: elite possuidora de terras.Por isso esse período pode ser chamado de “República das Oligarquias”.

Por isso, o  processo de consolidação da República no Brasil custou esforços. Um dos principais objetivos era a constituição de um sentimento de nacionalismo e unidade entre os cidadãos. Além disso, a presença maciça de manipulações políticas era feita a partir de estratégias de “voto de cabresto” e “política do café com leite”, de maneira que o poder era forçadamente decidido, embora houvesse eleições.

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O Governo de Manuel Deodoro da Fonseca (1889-1891)
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Era Vargas 

Em uma das eleições de voto indireto da Primeira República, o gaúcho Getúlio Vargas foi eleito presidente do país. Seus primeiros anos de governo foram marcados por atitudes mais voltadas para as necessidades populares, o que não atraiu o apoio elitista. 

Diante disso, ele mudou sua postura governamental, instigando revoltas por parte dos grupos de esquerda. Foi então que Vargas instituiu um regime mais ditatorial, conhecido na história do Brasil como o Estado Novo. 

Durante o governo varguista, consolidava-se o êxodo rural, a urbanização das regiões brasileiras e a industrialização deu seus primeiros passos, com o nascimento de algumas empresas estatais como a Petrobras. Além disso, a primeira constituição trabalhista foi criada durante o governo Vargas.

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República Nova

Depois de grandes balanços no governo republicano brasileiro, a República Nova é o primeiro período em que as eleições presidenciais e sucessões acontecem de maneira linear e sem grandes intervenções, até que ocorre o golpe que iniciou a ditadura militar em 1964.

Nesse momento, presidentes como Jânio Quadros, João Goulart, Eurico Gaspar Dutra assumiram o governo. Um dos mais marcantes líderes da época foi Juscelino Kubitschek, que propôs um plano de melhorias econômicas para o Brasil e fomentou a industrialização do país, na ideia de evoluir nossas tecnologias rapidamente.

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Ditadura Militar

A ditadura militar foi um período da História do Brasil em que as liberdades individuais foram reprimidas em prol da manutenção de uma boa imagem para o governo. Ela se inicia com o golpe militar que destituiu o presidente João Goulart de seu cargo.

Relatórios posteriores a esse período demonstram que ocorreram torturas e intenso controle da imprensa, o que selecionava quais informações seriam ou não transmitidas para a população, por exemplo.

República atual

A ditadura militar acabou no ano de 1985, depois de grandes movimentações políticas, como as manifestações por eleições diretas, conhecidas historicamente como “Diretas Já”.  O processo de redemocratização do Brasil aconteceu de maneira gradual, sem grandes rupturas nas estruturas e privilégios da elite.

Depois disso, foi promulgada a Constituição Federal de 1988, que é conhecida como “Constituição Cidadã”, já que garante diversos direitos aos indivíduos. A república, agora passa por diversos presidentes, dentre os quais podemos citar: Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor, Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Veja também: História Geral: panorama histórico e principais temas

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