Na gramática da língua portuguesa, o estudo da sintaxe do período composto é essencial para compreender a articulação entre diferentes orações dentro de um mesmo enunciado.
Nesse contexto, destacam-se dois grandes grupos: as orações coordenadas, que se unem de maneira independente entre si, e as orações subordinadas, que dependem sintaticamente de outra oração para completar seu sentido.
Entender a diferença entre orações coordenadas e subordinadas é fundamental quando o assunto é vestibular. O domínio das relações sintáticas entre as orações permite construir textos mais claros, coesos e bem articulados, o que é essencial para alcançar uma boa pontuação nas provas.
Se você quer se aprofundar mais no assunto, continue lendo este artigo que o Estratégia Vestibulares preparou, contendo os principais tópicos sobre o tema.
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Conceito de orações coordenadas
Períodos compostos por coordenação contém orações coordenadas, ou seja, independentes. São orações que apresentam sentido (tanto sintático quanto semântico) completo em si mesmas, não necessitando de complemento.
Além disso, do ponto de vista sintático, uma não desempenha função com relação à outra. Elas podem aparecer ligadas uma à outra por meio de um conectivo (conjunções coordenativas) ou sem ele.
As orações coordenadas que não são introduzidas por conjunções coordenativas são chamadas, portanto, de orações coordenadas assindéticas, ao passo que aquelas que são introduzidas por conjunção, são chamadas de orações coordenadas sindéticas.
Orações coordenadas sindéticas
As orações coordenadas sindéticas são aquelas que se conectam a outra por meio de uma conjunção coordenativa, e cada tipo expressa uma relação específica entre as ideias.
Aditivas
Relacionam pensamentos similares. Expressam adição, sequência de fatos ou pensamentos. As principais conjunções são: “e”, “não só… mas também”, “nem”, “não… nem”.
Exemplos:
- Ela estudou para a prova e fez todos os exercícios.
- Rafael não me liga nem me atende.
As orações em destaque são orações coordenadas sindéticas aditivas.
Adversativas
Relacionam pensamentos opostos. Expressam uma ressalva, uma oposição ou, ainda, um contraste. As principais conjunções são: “contudo”, “mas”, “no entanto”, “porém”, “todavia”.
Exemplos:
- Quis sair cedo, mas o trânsito estava intenso.
- Não aguento mais estudar, entretanto isso é necessário.
As orações em destaque são orações coordenadas sindéticas adversativas.
Alternativas
Relacionam pensamentos excludentes. Expressam alternância ou exclusão. A noção de excludência se aplica à alternância, dado que, enquanto uma ação ocorre, a outra não ocorrerá. As principais conjunções são: “ou”, “já/já”, “ora/ora”, “quer/quer”, “nem/nem”, “seja/seja”.
Exemplos:
- Ou você estuda com foco, ou não alcançará seu objetivo.
- Essa garota não se decide: ora quer estudar, ora quer sair.
As orações em destaque são orações coordenadas sindéticas alternativas.
Conclusivas
Relacionam pensamentos em que a segunda ideia conclui, de forma lógica, a primeira ideia. As principais conjunções são: “logo”, “pois” (posposto ao verbo), “por conseguinte”, “portanto”.
Exemplos:
- Estava cansado, portanto foi dormir mais cedo.
- Eles pagaram o salário; poderemos, pois, pagar as dívidas.
As orações em destaque são orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Explicativas
As explicativas, por fim, relacionam pensamentos em que a segunda oração explica a primeira. Expressam, portanto, um motivo ou, como o nome propõe, uma explicação. As principais conjunções são: “pois”, “porque”, “que”.
Exemplos:
- Feche a janela, porque está ventando muito.
- Espere aí fora, que logo eu entrego a mochila.
As orações em destaque são orações coordenadas sindéticas explicativas.
Orações coordenadas assindéticas
As orações coordenadas assindéticas, por sua vez, são separadas por pausas. No texto escrito, essas pausas são marcadas por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos.
Exemplos:
- O sol saiu, o dia estava bonito.
As orações não são ligadas por conjunção, mas por vírgula.
- Cinco pessoas foram a favor da mudança; duas foram contra.
As orações não são ligadas por conjunção, mas por ponto e vírgula.
Orações subordinadas: o que são?
Já os períodos compostos por subordinação contém oração principal e oração subordinada. A oração principal é independente e a subordinada se relaciona com ela sintaticamente. Há três tipos de oração subordinada, cada uma assumindo funções ligadas a uma classe gramatical diferente: substantivas, adjetivas e adverbiais.
Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas equivalem a substantivos. Exercem em relação à oração principal funções próprias de substantivos: sujeito, predicado, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e aposto.
Subjetiva
Quando uma oração exerce a função de sujeito, é chamada de oração subordinada substantiva subjetiva.
Exemplo:
- É certo que ela chega hoje. (= Isso é certo.)
Predicativa
Quando uma oração exerce a função de predicativo, é chamada de oração subordinada substantiva predicativa.
Exemplo:
- A verdade é que estamos perdidos. (= A verdade é isso.)
Objetiva direta
Quando uma oração exerce a função de objeto direto, é chamada de oração subordinada substantiva objetiva direta.
Exemplo:
- Entendi que deveria ficar quieto. (= Entendi isso.)
Objetiva indireta
Quando uma oração exerce a função de objeto indireto, é chamada de oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Exemplo:
- Não me arrependi do que falei. (= Não me arrependi disso.)
Completiva nominal
Quando uma oração exerce a função de complemento nominal, é chamada de oração subordinada substantiva completiva nominal.
Exemplo:
- Ela tem medo de que você vá embora. (Ela tem vontade disso.)
Apositiva
Quando uma oração exerce a função de aposto, é chamada de oração subordinada substantiva apositiva. Explica ou especifica um termo anterior, geralmente separado por dois-pontos.
Exemplo:
- Só peço uma coisa: que você seja honesto.
Orações Subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal, ou seja, caracterizam um nome (geralmente um substantivo) da oração principal, assim como fazem os adjetivos. Elas sempre vêm introduzidas por pronomes relativos como que, quem, o qual, cujo, onde, entre outros, e são classificadas em dois tipos:
Restritivas
Restringem ou especificam o sentido do nome ao qual se referem, sem uso de vírgulas.
Exemplo:
- Os alunos que estudaram passaram na prova. (só passaram os alunos que estudaram — a oração restringe o sentido de “alunos”)
Explicativas
Acrescentam uma informação adicional sobre o nome, com uso de vírgulas.
Exemplo:
- Os alunos, que estavam animados, participaram da feira. (todos os alunos estavam animados — a oração apenas explica)
Orações Subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais equivalem a advérbios. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Veja a seguir exemplos de algumas das principais e que podem cair na prova.
Causais
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime causa, é chamada de oração subordinada adverbial causal.
Exemplo:
- Ela foi embora, porque estava muito triste.
Comparativas
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime comparação, é chamada de oração subordinada adverbial comparativa.
Exemplo:
- Ela é mais dedicada do que parece.
Concessivas
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime contraste, é chamada de oração subordinada adverbial concessiva.
Exemplo:
- Embora estivesse cansado, continuou estudando.
Condicionais
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime condição, é chamada de oração subordinada adverbial condicional.
Exemplo:
- Irei se puder.
Consecutivas
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime consequência, é chamada de oração subordinada adverbial consecutiva.
Exemplo:
- Era tão alto que não passava na porta.
Proporcionais
Quando uma oração se inicia com conjunção que exprime proporção, é chamada de oração subordinada adverbial proporcional.
Exemplo:
- À medida que andávamos, ficava mais escuro.
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